quarta-feira, 6 de julho de 2016

MONTE CRISTO

Bom dia!

     Tendo essa página na minha frente, hesitei muito antes de intitulá-la. Parecia muito pouco apenas o nome da "nossa" fazenda. Porque, para mim, ela é muito mais do que apenas "uma fazenda". Para mim, ela é... arquetípica! Principalmente quando dela só tínhamos a imagem daquela escada que não alcança lugar algum. A mesmo que ilustra a capa de nosso livro. 
     Arquetípica porque, penso eu, tudo que se relaciona à ela é cercado de mistérios que, ainda que o sendo, tocam sensibilidades, memórias do sangue, histórias familiares e coletivas (inclusive  para o povo que ainda vive nos arredores dela...) carregadas de energia. 
     Cada um de nós, descendentes franceses que tivemos a oportunidade de um dia pisar aquele pedaço de terra perdido num quase nada, compartilhamos essa sensação de grande, enorme atração. 
     Em épocas diferentes seus escombros foram fotografados por alguns de nós, ainda enquanto se desmantelava pouco a pouco. Sucessivos proprietários que, com certeza, não conhecem sua importância. A importância de preservar QUALQUER que fosse o pequeno vestígio que tivesse sobrado. Como nossa escada. A escada. Não uma escada qualquer.
     Anos e anos de intensa procura e, pouco a pouco, graças à boa vontade e disponibilidade de alguns, imagens desgastadas, quando não indistintas, mas sempre preciosas, nos foram chegando, com muitíssimo esforço de pesquisa.
     Mas isso que você vê hoje, nem eu mesma pensava um dia ainda encontrar. Chegou-me através da partilha gentil de LEONARDO (ALIBERT) MEIRELLES, ele próprio ainda desconhecedor do lugar real. Feito de escombros e pó. A MONTE CRISTO que ele conhece é só "causos ouvidos". Mas quem sabe haveremos de corrigir isso? Seria uma verdadeira "viagem ao centro de nossa história". Eu, como boa exagerada que sou, acho que todos os descendentes perigordinos deveriam fazer dela local de peregrinação. Uma Meca à qual se dirigir ao menos uma vez na vida. Menos, Marly? Então tá. Ao menos todos os descendentes amantes de sua própria história. Ou não concordam?
     Além de nós, sei que todos os moradores atuais ou antigos da região, historiadores inclusive, irão se deleitar ENORMEMENTE com essa antiga fotografia, devidamente restaurada em alguns pequenos detalhes por AMARILDO MAYRINK, a quem também agradeço a boa vontade de sempre.
     Por isso, assim como ela de graça me veio, de graça compartilho. Saboreie os detalhes. Examine. Sinta. E...
     BOA VIAGEM!