domingo, 22 de dezembro de 2013

22.000 VISITAS!

                                                                                 

                                                                                     

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

CARTA DE NÉLIE AUDEBERT PARA SEUS FILHOS E NETOS

        Essa é uma postagem MUITO especial para mim. O material que lhe dá origem foi-me repassado por ISABEL (AUDEBERT) PINTO para ser publicado nesse blog. Isso já faz alguns meses e eu, mesmo depois de feito o trabalho de tradução, que para mim ainda é um pouco difícil, guardei essa carta com todo o máximo respeito que lhe é devido. Esperando o momento em que meu coração dissesse: publique. Porque tantos cuidados? Porque, mesmo depois de todos esses anos de pesquisa; mesmo depois de tantos maravilhosos documentos e fotos raras encontradas; mesmo depois dos relatos verbais mais emocionantes... ainda existem coisas capazes de me tocar profunda e completamente. Mesmo não sendo uma carta de minha familia (imaginem se o fosse!!). Porque, com essa carta, tive o primeiro contacto com uma troca familiar de ideias, notícias, memórias, sentimentos dos contemporâneos de meus bisavós. Companheiros de ORENOQUE. Nós, pesquisadores, sonhamos à obssessão com um dia quem sabe encontrarmos diários perdidos, cartas perdidas, etc...etc... E desanimamos muitas vezes quando nos deparamos com o fato crucial de que os imigrantes eram, em sua maioria, analfabetos. Mas aí vêm o inusitado e recebemos uma carta que foi ditada a terceiros. Mas escrita "ipsis litteris". Por isso, podemos sentir a ambientação de cada palavra, como se assistíssemos a um filme. APAIXONANTE!
            Não vou me prolongar em comentários. Porque a carta em si é tudo que pode haver de mais lindo e significativo, para o universo de nossas memórias de descendentes perigordinos. 
            Viajem comigo!!!


                                                                            





Les Charreaux, 29 de Agosto de 1916.

                           Meus queridos filhos

             Eu escrevo a fim de dar nossas notícias que são muito boas no momento e nós desejamos de todo coração que com vocês seja da mesma forma.
            Nossa viagem transcorreu muito bem. NINI foi muito sábia e não teve medo ou cansaço. Ela aproveita a olhos vistos. Ela come bem e se distrai muito. Ela é carinhosa com todo mundo, como se os conhecesse desde sempre. Ela fala o francês quase correntemente e compreende tudo. É uma encantadora francesinha. Ela também não esqueceu suas irmãzinhas, seus irmãozinhos e seu querido papai. Nem sua querida mamãe. Ela fala deles frequentemente e como vocês podem imaginar, meus filhos, à todo instante nós falamos com ela sobre vocês  todos e não será ingrata como você pensa, meu caro PIERRE. Mas como ela está feliz em pensar que não terá mais micose sob as unhas. Ela ficou muito contente quando recebeu essas bonitas cartinhas. E nós, meus queridos netos, como nós agradecemos a atenção de vocês. Minha querida MARIA LOUISE (ou MARIA, LOUISE) e você, minha querida NÉLIE, vocês que já são grandes ajudem muito sua mãe, à fim de que ela não se canse demais e que ela se cure rápido da perna, porque me espanta que ela ainda não estivesse curada 

                                                                                      





quando você nos escreveu. Veja minha RACHEL, tudo isso é da fraqueza. Seria necessário desmamar seu filho. Você tem suficiente leite para lhe dar e eu te asseguro que a criança não teria do que se queixar e você, minha pequena, se restabeleceria bem depressa. E naturalmente seria necessário não fazer um outro imediatamente. Seria necessário esperar pelo menos que a guerra tenha acabado.
            Tudo isso é brincadeira. Exceto, meus filhos, o fato que o que queremos é que vocês estejam bem. Com isso nós ficaremos todos felizes. Porque vocês sabem que o sacrifício que nós fizemos deixando vocês é para o bem de vocês. Nós trabalhamos continuamente para vocês, da mesma forma como se estivéssemos juntos de vocês. O que mais eu poderia dizer? Que o senhor e a senhora RAVAILHE estão muito felizes de nos ter junto deles e eles nos demonstram bastante afeição. Eu já estava esquecendo de repreender nosso pequeno HENRI por não ter escrito para nós. Será por acaso que ele se teria tornado preguiçoso ou será que ele nos esqueceu? Isso eu acho que não e espero que logo ele nos escreverá uma cartinha e nós também vamos enviar-lhe belos cartões que interessam tanto a vocês.
            Olhem meus filhos. Eu já conversei tanto com vocês sem ter dito que nós estávamos sozinhos em nossa casa e é na casa da tia que nós fazemos tudo. (Esse trecho está muito confuso. Mas é assim que está escrito. O finalzinho de cada palavra à direita está apagado e às vezes, como nesse caso, tive quase que adivinhar. E nesse caso acima achei a frase bem esquisita...). Nós temos um belo jardim atrás da casa, mas ele ainda não está muito bem trabalhado. Essa não é ainda bem a estação e além do mais fez um forte calor durante todo o verão. Malgrado isso não nos falta nada. Nada que é uma coisa: ter vocês junto de nós. E eu espero que isso acontecerá e toda uma família reunida é o que faz as pessoas felizes.
            Meus queridos filhos, vocês receberam a carta 


                                                                                          


a respeito do pedido que nós fizemos para vocês poderem voltar à França. O senhor CHAVOIX deve vir à Hautefort. E nós o esperamos todos os dias. O que é certo, meu querido PIERRE, é que é necessário que você faça 3 anos e 6 meses de exercícios (serviço militar, segundo ISABEL AUDEBERT) e em seguida nos “depósitos” (espécie de  "preço a pagar", em dinheiro, para ser liberado do serviço militar) de um lado ou do outro. Mas você não irá jamais ao front com o número de filhos que tem. Mas você é livre. Cabe a você refletir antes de dizer sim. Mas nós te escreveremos em alguns dias, o que nos tiver dito o senhor CHAVOIX e os conselhos que ele nos dará. É um homem que é capaz de nos dar uma ajuda. Agora você está livre. A decisão é sua. Se você aproveitar, é provável que a guerra não dure muito tempo. Eu acabo de ver no jornal que a Romênia acaba de declarar guerra à Áustria e isso abreviará de alguma forma o tempo da guerra. Mas você tem tempo. Faça sua reflexão porque depois eu não quero ser censurada.

            Meu querido PIERRE, eu recebi uma carta de ... ( nome feminino começando com AGE ?) a alguns dias. Ela me convidou para almoçar em Hautefort       e nós falamos longamente de você e, sobretudo de sua mãe com a qual ela não está contente.
            Muitos cumprimentos de sua tia e de seu tio e de nossa parte nós abraçamos vocês muito afetuosamente em nossos netos,
                                                           Seu pai e mãe Nélie.

Minha RACHEL tem pelo filho de MARGUERITE sobre o qual nós conversamos tão frequentemente. Ele é de um (...) e o marido a informou muito bem. De resto, era uma pena evitar para (...). Mas a criança é muito (...).


                                                                             





            Minhas queridas meninas. Sua mamãe me disse que vocês têm lindos frangos e também lindos porquinhos. São vocês que cuidarão deles para evitar tanto trabalho à mãezinha de vocês. Cuidem também de sua irmãzinha e ensinem-lhe depressa a andar. NINI te manda beijos. Recebam meus netos, de sua avó e de seu avô e da pequena NINI os mais ternos beijos e as melhores recordações.

                                                                       NÉLIE AUDEBERT

            Minha querida RACHEL e também querida amiga. Sou eu, ALINE, da família POUQUET que te escreve. Queira me desculpar se eu cometo alguma falta na carta. “Se era sua mãe... ... ...ela deve de antemão” (outro trecho completamente obscuro para mim). Ela muito me honra me encarregando de te escrever. Eu te desejo querida amiga, assim como a todos os seus, uma boa saúde. Mas você deveria desmamar seu filho já que você tem leite suficiente para lhe dar. Você verá que logo você estará restabelecida.
            Veja você. Eu fui obrigada a fazer assim para o meu mais velho. Eu estava sempre doente. Uma vez meu filho desmamado, eu não senti mais nada. Espero que você faça o mesmo. Nós desejamos a todos vocês saúde e não sofram por seus pais. Eles estão muito bem. Não faltam amigos, e esses amigos não se esquecem de desejar bom dia para você.
                                                           Uma amiga,
                                                                                  ALINE




NOTAS BASEADAS EM INFORMAÇÕES DE ISABEL (AUDEBERT) PINTO:

1- NINI é LEONÍDIA (LÉONIE), nascida em 1911, filha de PIERRE DELAGE e RACHEL AUDEBERT. Morou algum tempo na FRANÇA com os avós HENRI AUDEBERT e JEANNE HONORINE DUCAMUS.
2-MARIA LUÍSA é a filha mais velha, nascida em 1904.
3-NELIE (NÈLIA) é outra filha do casal PIERRE e RACHEL, nascida em 1906.
4- A criança a ser desmamada deve tratar-se de LUIZ, que nasceu em 1916 e era o sétimo filho de um total de 11.
5- HENRI é HENRIQUE, nascido em 1907.


Para fechar com chave de ouro sua visita às memórias da família AUDEBERT DELAGE, vá ao nosso álbum de fotos antigas e veja as fotos de número: 58 - 102 - 114- 120 - 121- 122.


OBRIGADA, ISABEL, POR TODA SUA CONFIANÇA!

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

21.000 VISITAS!!!

                                                                       

                                                                                       

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

DOUSSEAU NA PRIMEIRA GUERRA

        Tanto na minha primeira viagem à FRANÇA, em 2009, quanto nessa última, em 2013, me perdi em cada comuna visitada lendo o nome dos soldatos mortos na Primeira Grande Guerra. Sim, cada comuna, infalivelmente, tem o seu monumento, em lugar de honra na praça principal. Sabemos que as Guerras do século XX (e todas as outras não o foram menos!) devastaram FRANÇA e franceses. Quantidade inimaginável de mortos. Principalmente na PRIMEIRA. 
       O curioso para mim é que sinto-me praticamente "em casa", tal é a minha intimidade com a maior parte daqueles sobrenomes, de tanto ler, reler e trabalhar pesquisando as tres listas de imigrantes vindas do PÉRIGORD para o BRASIL. 
       Esse monumento que posto hoje está localizado na comuna de VILLAC. Foi nessa comuna que se estabeleceu o avô de ANNET com sua esposa e filhos (inclusive o pai de ANNET, FRANÇOIS GUILLAUME), depois de ter se casado e tido seus filhos na comuna de LOUIGNAC, no departamento de CORRÈZE, que é vizinho à DORDOGNE, ou PÉRIGORD. Mesmo tendo partido de PEYRIGNAC e lá ter finalmente vindo a falecer, poucos anos após a vinda de seu filho FRANÇOIS GUILLAUME para o BRASIL, com sua nora MARIE  e seus netos ANNET e MARIE (MARIÁ).
      Já visitei duas vezes a casa onde moraram e a cada vez a mesma emoção. Da última vez eu e FATINHA, acompanhadas por NICOLE, pudemos até experimentar as deliciosas "prunes" (uma das milhares de espécies de ameixa do PÉRIGORD...) do terreno em derredor. A casa da qual falo é aquela cuja foto está na página 128 de nosso livro.
      Então, para vocês, o munumento aos mortos de VILLAC. Um DOUSSEAU entre eles, é claro. Mas também, em sua maioria absoluta, sobrenomes de outras famílias que também emigraram em parte para o BRASIL, como a nossa. Basta comparar com a lista da página "Lista de sobrenomes franceses pesquisados".
     Que honremos a cada um. Os que lutaram derramando seu sangue em sua terra natal. E os que lutaram derramando seu sangue em terras longínquas...



                                                                              
FOTO: MARIA DE FÁTIMA (DOUSSEAU) FILGUEIRAS ROCHA





quinta-feira, 21 de novembro de 2013

MEUS ANTEPASSADOS



                                              
ANNET DOUSSEAU e SUZANNA MANDRAL com os seis primeiros de seus nove filhos: JOÃO, MARIA, MARGARIDA, ALICE, FRANCISCA e MERITA, não necessáriamente nessa ordem. Atrás, a mãe de SUZANNA, MARIE DELPÉRIER MANDRAL e seus outros dois filhos, irmãos de SUZANNA, ELIAS e MARTHA MANDRAL. Foto tirada na FAZENDA DOS MACHADOS, provávelmente no começo dos anos 20. Os filhos que nasceram depois foram: SEBASTIÃO, JOSÉ e LUZIA. FONTE: DEBORAH DELAGE e ODETTE DOUSSEAU GUILHERMINO ROCHA.



Eles  se multiplicam todos remontando os anos
Desaparecem em seguida na noite dos tempos.
Seu número exponencial me dá vertigem.
Eles formam um ramo, um galhosinho, uma haste,
Cada vez menores, cada vez mais longínquos.
Mas o que seria minha árvore sem essa contribuição sem fim?
É nessa abundância que ele vem extrair sua seiva,
É nesse aspecto espesso que enfim toma corpo meu sonho.
                                                                     


                                                                         
ANNET DOUSSEAU e SUZANNA MANDRAL, provávelmente também na década de 20. FONTE: ALMIRA e SEBASTIANA DOUSSEAU FLORENTINO DE SOUZA.





Antes de se irem, infelizmente, para sempre,
Eles choraram, dançaram e se amaram.
Eles conheceram alegrias, dramas e sofrimentos;
A fome, o frio, a felicidade, as andanças,
As invasões, a guerra, o progresso e a paz.
Manejaram o forcado, a roca ou a espada,
Se deslocando à pé, à cavalo, em carroça,
Ficando perto do campanário ou correndo mundo.


                                                  
MERITA DOUSSEAU DUQUE. Provávelmente no final da década de 20. FONTE: MARIA DE FÁTIMA DOUSSEAU FILGUEIRAS ROCHA.





Através das épocas, os costumes, as leis,
Com imperadores, presidentes, reis;
Do fabricante de tecido ao ferrador,
Do pobre diarista ao rico camponês,
Eles forjaram a história e deixaram sua marca
Sobre um vasto afresco que cada um deles pintou.
Sem sequer imaginar que um dia, através de um computador,
Sua existência enfim seria honrada!


                                                     
MERITA DOUSSEAU DUQUE. Provávelmente década de 30. FONTE: MARIA DE FÁTIMA DOUSSEAU FILGUEIRAS ROCHA.




Sem essa cadeia humana, sem essas preciosas ligações,
Quer eles estejam em belos adornos ou em farrapos,
Sem essas vidas, esses nascimentos, esse ciclo interminável,
Que nem sempre foi muito caridoso para eles,
Sem esse fio que teceram muitas gerações,
Com perseverança, com obstinação,
Eu não estaria aqui para lhes dizer obrigada.
SIM! ESSES SÃO MEUS ANTEPASSADOS!
TALVEZ OS SEUS TAMBÉM!


                                                                 


CASAMENTO DE MERITA DOUSSEAU e EVARISTO GONÇALVES DUQUE, realizado no dia 06-11-1935, em BICAS. FONTE: ÁLBUM DE FAMÍLIA.


   

O POEMA PUBLICADO ACIMA, TRADUZIDO POR MIM DO ORIGINAL FRANCÊS, É DE AUTORIA DESCONHECIDA E ME FOI ENVIADO POR NICOLE DOUSSEAU LeCANNE.




quarta-feira, 20 de novembro de 2013

20.000 VISITAS

... e vocês estão conseguindo ser mais rápidos que eu! Que bom! 


                                                                          

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

MONTE CRISTO, SANTA CLARA e VITÓRIA

       Continuando o tema dos últimos dias, venho trazer para vocês uma imagem da FAZENDA VITÓRIA. Mais uma das prováveis "fazendas descendentes"  da MONTE CRISTO, segundo o que contam as tradições populares da região;  assim como a SANTA CLARA (ver as duas postagens anteriores).  Aos poucos vamos compondo nosso painel e preenchendo as lacunas que cercam a história da "propriedade mãe". Talvez um dia consigamos comprovar documentalmente que "a voz do povo é a voz de Deus".  Devemos a foto de hoje ao GRUPO FAZENDAS ANTIGAS, do FACEBOOK. Meus agradecimentos. Agradeço também à fonte original, impressa na própria fotografia. Entretanto, segundo informações, a dita fazenda localiza-se no município de ARGIRITA, e não em MARIPÁ.


                                                       


                                                                         

terça-feira, 5 de novembro de 2013

AINDA SOBRE A FAZENDA MONTE CRISTO

      Voltemos à MONTE CRISTO. Em primeiro lugar, necessário dizer que, conforme costumo afirmar, acontece em BICAS e arredores o mesmo que no PÉRIGORD de nossos bisavós. De onde a gente menos espera, "brota" um "primo", ainda que por afinidade... Ainda que bem distante... Aqueles que leram meu livro devem se lembrar de que uma das pessoas que mereceu meu especial agradecimento foi meu tio SEBASTIÃO DE SOUZA MARTINS. Marido de minha tia THEREZINHA MAYRINK MARTINS. A FAZENDA MONTE CRISTO, infelizmente, não é "encontrável" sem um guia que conheça bem a região. Digamos que, por lá, todos conhecem. Não é de lá? Esqueça... Sinalização zero. Até porque, como estamos "carecas" de saber, pouco restava da fazenda desde que lá estive, em 2008. Eu me lembrava vagamente que meu tio tinha ligações com MARIPÁ, mas sempre achei que ele fosse originário de SÃO JOÃO NEPOMUCENO, visto serem de lá muitos membros de sua família. Como ele é amante de um bom forró, de uma boa pescaria e de uma boa conversa, acabou acumulando, em mais de 80 anos, muito conhecimento e informação. Um dia, num bate papo informal, eu falei que precisava encontrar uma certa fazenda MONTE CRISTO e, naquele instante, fiquei sabendo que ele não só conhecia o rumo como eram por lá as terras de seu avô paterno, e onde seus avós maternos, imigrantes italianos, vieram "dar com os costados". Como nossos franceses e tantos outros. Então foi só acertar o dia e foi ele, meu querido tio SEBASTIÃO, que nos levou, a mim e à minha família, ao encontro dos últimos vestígios da casa da fazenda. No mais, pastagens e o onipresente açude do mesmo nome.
         Naquela ocasião, tiramos as fotografias que hoje ilustram meu livro (capa e interior) e que você pode encontrar aqui mesmo no blog. Vestígios. Quase nada. Mas que me calaram fundo na alma. 
         LEONARDO ROCHA, na época Secretário de Cultura de MARIPÁ, foi o primeiro a me falar que já havia visto ao menos uma foto da casa, anos atrás. Mas nunca cheguei a encontrá-las. Até aparecer FABRÍCIO.
        Pelo FACEBOOK e aqui pelo blog, ele fez alguns contactos notificando-me sobre a posse de duas antigas fotografias de muito má qualidade. Dali em diante foi só estabelecer um contacto mais frequente e esclarecedor. Que hoje divido com vocês.
        E antes que eu esqueça: sim! FABRÍCIO MARTINS é aparentado do meu tio SEBASTIÃO... E conhece MARIPÁ e MONTE CRISTO de uma forma que não admite contestações: com a alma. Com interesse desenfreado. Pelo qual só temos a agradecer.
       
       Sobre as fotos, ele nos informa que datam de 1916 e foram extraídas de uma publicação de um jornalista francês ou italiano, fato que ele não sabe precisar. O que ele tinha consigo era apenas uma cópia xerox das ilustrações da dita publicação. E o que me enviou por e-mail eram "xerox do xerox". Portanto, considero explicada a péssima qualidade das fotos. Mas desafio a alguém encontrar uma melhor!! Com certeza ficaremos igualmente agradecidos! 

       À partir de agora, adicionarei trechos dos e-mails de FABRÍCIO e, se julgar oportuno, tecerei os devidos comentários:


"Lamento ter restado tão pouco dessa residência por onde passaram nossos patriarcas e palco de muita história, que até hoje é cercada de tantas lendas: a represa, as características europeias, as grandes senzalas, pinturas... 
Moro em um sitio que antes pertencia à fazenda, e da mesma família do Sebastião Martins. Cresci ouvindo as mais diversas historias do Comendador Firmino e dessa fazenda, sempre cercada de grande misticismo. Desde então venho garimpando um pouco dessa historia nas horas vagas. Ao conhecer o seu livro fiquei encantado com tanta informação reunida e tudo que sonhava descobrir sobre o com. Firmino".

"Outro fato curioso é a existência de um mapa e de um livro encapado (com pele "humana", mas creio que seja exagero) escrito pelo comendador, que conta toda historia da fazenda e tudo de importante que acontecia, contando inclusive o fato de que todo o material teria sido trazido da França".

     Nesse trecho, fica bem clara a importância que a fazenda MONTE CRISTO teve e tem no imaginário do povo da região. O mapa existe pois FABRÍCIO já teve oportunidade de vê-lo quando criança, embora não saiba onde foi parar... Parece que o mesmo (como vamos ver mais à frente) esclarecia de forma definitiva a posição da MONTE CRISTO em relação a outras fazendas de importância fundamental, como a SANTANNA e a SANTA CLARA. Esperemos um dia poder reencontrá-lo. Hoje penso que tudo é possível. Já sobre o livro, ele deixa claro que pode haver exagero. E isso me confirma cada dia mais que essa não foi uma fazenda comum. E comum não foram seus proprietários. Um deles ao menos, o COMENDADOR FIRMIN FRANÇOIS ALIBERT... sabemos que não o foi. Mas quem pode deixar de sonhar com a maravilha que seria confirmar a existência de um livro/diário com toda a história da fazenda? Afirmando inclusive que o material para a sua construção (considerando-se aí mais um pouquinho ao menos de exagero...) teria sido trazido da FRANÇA? É possível que mapa, livro e alguns poucos objetos ainda esteja na posse da família do último  proprietário da fazenda, falecido a não muito tempo. Lembro-me de ter publicado aqui mesmo no blog, recentemente, o anúncio para a venda da fazenda... Queira Deus que essas relíquias históricas não se percam nas mãos de qualquer desinteressado. Não seria justo com uma memória de tanto suor. E de tanto sangue.


       "As fazendas das quais  falei são:
Fazenda Santa Ana ou Santana (?) ,margem da BR 267 divisa de Maripa e Argirita. Pertencia ao coronel Arruda, a historia da asa delta do Fued é verdade, já tinha ouvido do pessoal de lá; dizem também que era uma pessoa muito má e que furou o olho do empregado com uma agulha. A fazenda pertenceu também a Bertholdo Machado (da minha família) e sua foto já foi publicada em um livro didático.
Fazenda Vitoria ( da Tereza, margem 267 entre sta Ana e Serra da Prata), no município de Argirita, tenho fotos mas não estão aqui.
Santa Rita ( do Afonso), localizada na estrada entre as fazendas Vitoria e Santa Clara, é uma bela fazenda...
e Santa Clara (da Dalizette), bem ao lado do Monte Cristo, na estrada entre Santa Rita e Monte Cristo. Dizem que o dono (*foto) morreu apunhalado nas escadas da fazenda quando ia chicotear um empregado ou escravo(?)  Pertece ao municipeo de Senador Cortes".

   
         Nesse trecho, FABRÍCIO desenvolve uma ideia para a qual utiliza um termo muito interessante: FAZENDAS DESCENDENTES. Com isso, ele tenta qualificar as fazendas que teriam surgido, todas, da primeira e enorme propriedade original, do COMENDADOR JOAQUIM JOSÉ GONÇALVES DE MORAES (MONTE CRISTO), por meio de venda ou herança. Exatamente como sempre imaginei! Se pudéssemos ter acesso ao registro de imóveis das cidades compreendidas por essa antiga e enorme Fazenda ( sesmaria?), poderíamos quem sabe falar com total propriedade...
       Meu parecer é de que o "miolo", a "nata", que incluía a casa grande, seus anexos, o açude, etc... foram adquiridos por FIRMIN FRANÇOIS ALIBERT. E o restante das terras foi dividido, num primeiro momento, entre as filhas do COMENDADOR MORAES. ALIBERT perdeu a MONTE CRISTO para o marido de uma de suas sobrinhas (o ANTÕNIO COSTA da legenda da Foto 2). E as outras fazendas tiveram cada qual seu destino, que nunca me dispus a acompanhar. 
      Comecei a chegar a essa conclusão a muito tempo, quando descobrí a relação do CORONEL ARRUDA CÂMARA (propietário da FAZENDA SANTANNA), com o comendador MORAES. Mas nem sequer imaginava que o mesmo se dava com todas as grandes fazendas das redondezas. Todas "fazendas descendentes", como bem nomeou FABRÍCIO.
PS: Segundo o que diz o povo da região, a herdeira da fazenda SANTANA não teria sido RITOCA, esposa de ARRUDA CÃMARA, e sim ANA. Quanto a isso, minhas pesquisas são claras à favor de RITOCA. Necessário pesquisar mais uma vez a genealogia do COMENDADOR MORAES, que pode ser encontrada on-line, apenas para conferir se RITOCA (Rita) também não poderia ser ANA (ANA RITA?). Talvez eu a publique aqui nos próximos dias, para facilitar para todos vocês).
     Outra informação de grande importância de FABRÍCIO é o nome de todos os proprietários da FAZENDA MONTE CRISTO  até hoje:
1- JOAQUIM JOSÉ GONÇALVES DE MORAES
2- FIRMIN FRANÇOIS ALIBERT
3- ANTÔNIO S.COSTA
4- MANOEL FERREIRA DE SOUZA (ou NEZIM FERREIRA)
5- FRANCISCO FERREIRA
6- Após isso a fazenda teria saído das mãos de originais da região. Não tenho mais informações sobre nomes de proprietários.



        Para concluir esse post que já se alonga demais, uma delícia de supresa. Sempre se soube, em minha família, que meus avós MERITA e EVARISTO passaram sua lua de mel na FAZENDA SANTA CLARA. Durante toda minha vida ignorei o fato, tão corriqueiro naqueles tempos, de viajar para fazendas amigas. Não esqueçamos que os pais dos dois eram fazendeiros em CARLOS ALVES, antiga SANTA BÁRBARA DO RIO NOVO.  Quando iniciei minhas pesquisas, e soube que a SANTA CLARA era "pros lados de MARIPÁ", não entendi nada. Porque? Qual a ligação da família com as fazendas "daquelas bandas"? Por fotos de familia encontradas aos poucos, também testemunhei a ligação dos DOUSSEAU GUILHERMINO com a família de BERTHOLDO MACHADO, dono da FAZENDA SANTANNA. Hoje, justapondo todo meu arquivo de informações com as novas contribuições de FABRÍCIO, não tenho dúvidas (falei também sobre isso em meu livro), de que, se há um ponto em comum que liga a família DOUSSEAU com todas essas fazendas, mesmo após décadas e décadas... essa ligação se chama ALIBERT. Ainda que eu desconhecesse seu nome até 2006. Mesmo que este tenha sido eclipsado quase que totalmente em seus últimos anos de vida (o que também é surpreendente e fascinante...), aquelas que FABRÍCIO chamou de "fazendas descendentes" estiveram ligadas à vida dos DOUSSEAU até as décadas de 30/40 do século XX. O que dá cerca de 50 anos de ligação estreita. Até que o tempo fizesse seu papel de "apagador de todos os rastros". Percebemos que, quando o tempo passa mas a terra se mantém na família, a memória não morre. Mas quando, somado à ação inclemente do tempo temos os revezes econômicos e a desvalorização da vida no campo, forçando à venda e ao abandono definitivo das propriedades familiares... aí a História chora... definha... E quase desaparece.
          Cabe a nós não permitir que ela se perca total e definitivamente.
          FABRÍCIO reconhece ser possível, quando as férias chegarem, alcançar mais informações sobre tudo isso. E aguardaremos ansiosamente, não é? 
          Como "brinde", presenteado por ele, a FAZENDA SANTA CLARA, tão cara para mim. Afinal, foi nela, como já disse, que meus avós MERITA e EVARISTO passaram sua lua-de-mel. Último vínculo com a história truncada dos franceses vindos no ORENOQUE.
        



                                                                               



    



                                                                                                     

domingo, 3 de novembro de 2013

ENFIM... A MONTE CRISTO TEM UM ROSTO!!!!!!

                 Estou em "estado de graça"! E, sabendo que muitos de vocês também ficarão, fazem 9 dias que me vejo às voltas com essa maravilha que me chegou às mãos por FABRÍCIO MARTINS, de MARIPÁ DE MINAS. Nunca pensei que as tão procuradas e ansiadas fotos da FAZENDA MONTE CRISTO um dia me viessem trazidas por alguém tão jovem...  E isso decorre  do fato de que as crianças de todos os tempos, ainda que dos nossos tão "informatizados", conservam a capacidade do encanto. Com as lendas, com as histórias entreouvidas desde o berço, com os "causos" que povoam nossas roças, sussurados às vezes como grandes mistérios... Acrescente-se a isso o fato de que tudo é ainda mais fascinante quando o objeto desse encanto não é virtual. Mas está ali, ao lado, a tempos imemoriais. Como um grande enigma. Tal é a FAZENDA MONTE CRISTO e suas histórias, até assombradas, para os habitantes da roça de MARIPÁ.
                Como o que se sabe de fato sobre ela é muito pouco (ou quase nada...), quando surge um pouquinho de luz, como foi o caso de meu livro "DOUSSEAU:ENTER - FRANCESES NO IMPÉRIO DO CAFÉ", alcançado através do exemplar doado por mim à BIBLIOTECA MUNICIPAL da cidade,  o habitante esclarecido do lugar bebe com sede nessa fonte inesperada, buscando mais, querendo mais e, no caso de FABRÍCIO, o mais raro: disposto a partilhar o que tem! 
                Faz tempo, muito tempo, que peço, procuro e apelo, insistentemente, por todos os meios à minha disposição, por uma foto da MONTE CRISTO. E acreditava que ao menos uma existia porque um dos meus primeiros contactos em MARIPÁ, ainda em 2008, me havia confirmado que já havia visto uma, não sabia onde. Não sabia quando. Mas foi o suficiente para me deixar em estado de alerta máximo desde então. Depois... foi só o trabalho do tempo. E a insistência mais do que teimosa de "uma mineira bem uai": essa que aqui vos fala.
              Reconhecemos, tanto eu quanto FABRÍCIO, a péssima qualidade dessas duas fotos. Mas, ainda assim, são para mim as mais preciosas das que tenho podido encontrar em minha vida. E sei que assim será para cada descendente perigordino que passar por aqui. Então... essa é para vocês, PASCALE LAGAUTERIE, ISABEL AUDEBERT, FÁTIMA e LALÁ BONIMOND MOUTY, ALAN CHEMINAND, MAURICETTE PARVEAU BAYLE e tantos e tantos outros! 
             COM VOCÊS... A FAZENDA MONTE CRISTO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



                                                         







quarta-feira, 23 de outubro de 2013

18.000 VISITAS!

     Em qualquer língua, o reconhecimento é o mesmo. E não há nunca agradecimento que seja suficiente por esse território onde nunca estou sózinha. 18.000 vezes acompanhada. Esse espaço privilegiado onde divido o prazer da busca com conhecidos e desconhecidos. Espaço aberto até mesmo para o inesperado. Que os Anjos da Guarda o proteja do mau uso de todo gênero. O saber é livre. E protegido por Deus, pois é o único verdadeiro caminho. MUITO OBRIGADA!!! SEJAM SEMPRE BEM VINDOS!


                                       

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

AO PÉRIGORD

                                             

                                             AO PÉRIGORD


                                                                     


Ó Périgord, ó doce campo,
Ó lindo recanto de nossa França
Eu te prefiro às belas montanhas
Caro berço de minha infância.




Eu te prefiro às imensas planícies
Onde nada detém o olhar.
Eu te prefiro às cidades vaidosas,
vales desertos, encostas, neblinas
E você também, meus velhos ares campestres.





O vivo dialeto de nossa Dordonha
Soa claro na vila calma.
Ele faz cantar a velha Gasconha
Tal como o vento na folhagem.




Bela terra que guarda a memória
Dos tempos longínquos e dos fatos gloriosos.
Eu viverei sobre teu solo pleno de história
Périgord tão generoso!
Ó meu querido e feliz Périgord!



     
          Esse poema foi uma das primeiras coisas que nossa prima NICOLE DOUSSEAU LeCANNE me enviou pelo correio, a 4 anos atrás, quando havíamos acabado de nos conhecer. Hoje me deu vontade de dividi-lo com vocês.  As imagens foram buscadas e escolhidas pelo GOOGLE IMAGENS.

                                       

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

FAMÍLIA RENAULT

     Com os olhos e os ouvidos sempre atentos aos sobrenomes franceses de BICAS e arredores, desde o começo de minhas pesquisas quiz saber a origem dos RENAULT biquenses. Tanto eu quanto meu pai tivemos professoras dessa família, no LICEU. No meu caso, minha xará MARLY. No caso dele, a mãe desta, NELLY. Sabia ser muito improvável que tivessem alguma relação com os imigrantes perigordinos, até porque esse nome não consta de minhas listas de passageiros pesquisadas. Mas prosseguia intrigada. Assim como ainda me intrigam outros nomes que andam por nossa BICAS, como CORTAT, CAVÉ (ou CALVET), BOUSQUET e alguns outros poucos. 
     A internet é mesmo a maravilha das maravilhas. E foi através dela, num grupo do FACEBOOK chamado MINEIROS DE BICAS que reencontrei essa minha professora de infância. Mais especificamente, da 2ª série. Estabelecemos uma troca descompromissada de mensagens e e-mails, todos saudosistas, é claro. Mas também muito agradáveis, devido a uma simpatia nascida entre duas mulheres já bem adultas. E foi assim que acabei enfim por ter conhecimento da maravilhosa história atrás do sobrenome RENAULT. Como a de tantos outros imigrantes independentes. Com a autorização de MARLY RENAULT ADIB, trago para vocês essa história. Espero que gostem e se encantem. Como eu me encantei.
     Obrigada, MARLY. Ops... merci! Merci beaucoup! 
     

                                                            




Para ter acesso à publicação, cole no seu navegador o link abaixo:

http://virtualbooks.terra.com.br/v2/ebooks/?idioma=Frances&id=00330

O site permite que você obtenha a tradução instantânea através de um programa  que é possível  baixar na hora.

        Caso você prefira, pode entrar em contato pelo meu e-mail (mmmayrink@hotmail.com), que eu mando o arquivo já traduzido, ok?


                                                   BOA LEITURA!

                                                       
                                                           

terça-feira, 10 de setembro de 2013

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

MADE IN FRANCE

Ainda no espírito encantado do mês passado na França, a maior parte dele no PÉRIGORD de nossos bisavós, deixo para outra ocasião o relato minucioso dos momentos que vivemos, eu e nossa prima FATINHA, filha de minha tia-avó LUZIA DOUSSEAU FILGUEIRAS. Às vezes acho que nem terei ânimo para contar tudo, tamanha foram as enormes e profundas emoções que se seguiram umas após as outras quase que ininterruptamente. Mas me comprometo a pelo menos tentar, qualquer dia desses. Por hoje, só um pouco do que vivemos. Através de fotos, apresento a vocês alguns de nossos primos "made in France". Que me abriram as portas de seus lares e de seus corações. Tanto quanto lhes abri o meu. E deixo publicamente meu MUITO OBRIGADO, esperando um dia, quem sabe, poder receber a todos no BRASIL.

                                              
COM ISABELLE E LÉO, no AEROPORTO DE BORDEAUX.

                                     
                                              
COM NICOLE, no CHATEAU DE LOSSE

COM MATHILDE, em PLAZAC.
COM DENIS, FATINHA e NICOLE MANCINI, esposa de DENIS, no GOUFFRE DE PROMEYSSAC
COM JOSI e FATINHA no LARDIN
COM DAVID, STEPHANIE, NICOLE, GABI (noiva de NICOLAS), PAUL (marido de NICOLE) e VIRGINIE
CHLOÉ e PAUL (marido de NICOLE), em PLAZAC.


ISABELE e CHRISTOPHE, no LARDIN.
LUCIEN, no LARDIN
JEAN PAUL, no LARDIN
NICOLAS com sua noiva, GABI ,em PLAZAC.

Todos juntos, num de nossos inesquecíveis encontros à mesa, no LARDIN
                                               
    E agora não posso deixar de incluir aqui dois casais de amigos que meu coração já incluiu há muito tempo no rol dos "primos": PASCALE e PASCAL LAGAUTERIE. JEAN MARC e MAURICETTE BAYLE.  Estão profunda e completamente relacionados aos imigrantes perigordinos e seus descendentes. Com suas portas sempre abertas. À eles também, meu MUITO OBRIGADA.

                                                  
JEAN MARC, PASCAL, PIERRE (seu filho), MAURICETTE, PASCALE e eu. Em SAINT CRÉPIN d'AUBEROCHE


As fotografias tem créditos diversos, que incluem FATINHA, ISABELLE, PASCALE, NICOLE Le CANNE e NICOLE MANCINI.