sexta-feira, 27 de julho de 2012

SANTA CASA DE BANANAL

Aqui foram recolhidos para tratamento de doenças epidêmicas de todo tipo bem como , ao que tudo indica, de doenças decorrentes da situação de miséria na qual vieram a se encontrar, muitos dos imigrantes franceses do terceiro grupo, chegados no VAPOR NIGER para BANANAL. E esses foram "os felizardos" que não terminaram sua "aventura" no cemitério de ARAPEÍ, na época chamada ALAMBARY e distrito de BANANAL. FONTE: ARQUIVOS PESSOAIS.


                                                                 

                                                               

quarta-feira, 25 de julho de 2012

...E A OPINIÃO DE JOSÉ LUIS MACHADO RODRIGUES

 FONTE: JORNAL "O MUNICÍPIO" - 2545                                                                             

terça-feira, 24 de julho de 2012

JÚLIO VANNI E "OS SERTÕES DO RIO CÁGADO"

Algumas coisas nos entristecem muito. Vistas, ouvidas... ou lidas.Como os dois artigos que se seguem. Nosso cantinho de ZONA DA MATA conta com alguns abnegados e maravilhosos pesquisadores/escritores que se financiam a si mesmos, como de longe já sabemos. JÚLIO VANNI é um deles. Também descendente de imigrantes, como de resto boa parte da população daquele pedaço de Brasil. Sua obra "OS SERTÕES DO RIO CÁGADO" é unanimemente reconhecida, pelos estudiosos da região, como uma das melhores (se não a melhor) fonte de pesquisa sobre o tema. Pois é desse homem os artigos que posto aqui, hoje, para sua apreciação crítica. E para que estejamos juntos a ele, como que de luto, pelo desprezo que a classe política (dentre outras) ainda vota às questões de cultura, no seu mais amplo sentido. Que o futuro seja mais promissor, para que exista. O futuro.


                                                                   
FONTE: JORNAL "O MUNICÍPIO" - Números 2543 e 2545

segunda-feira, 23 de julho de 2012

APITA, LEOPOLDINA.

Prepara a locomotiva
Chama o maquinista
Acorda o foguista
Bota lenha na fornalha
Apressa o agente
É hora da partida!
Corre e apita, Leopoldina,
Embarca o Vigário
Embarca o Barão
Embarca Sinhá-Moça
Que vai p'ra capital
Estudar p'ra se formar!
Corre, corre e apita!
Ganha a vargem grande
Corta a floresta
Passa o capoeirão
Atravessa o povoado
Chega na estação!
Corre e apita, Leopoldina,
Passa a beleza das matas
Passa o Rio Paraíba,
Faz com garbo a Volta Grande
Chega ansioso na Estrela Dalva,
Desponta o Caiapó, 
Alcança o Pirapetinga!
Volta para Vista Alegre
Surge altiva, a Leopoldina,
Penetra em Cataguases, ligeira,
Manobra, recobra forças,
Vaza Mundo!
Vaza Mundo!
Vaza, Mundo!
O vapor vai passando!
O vapor vai levando!
O vapor vem trazendo!
O vapor vem chegando!
Desperta, Além Paraíba,
É o comércio que se agita, 
É a Zona da Mata que grita,
É o progresso, é o café, é a vida!
Corre e apita, Leopoldina,
Solta a fumaça,
Serpenteia no trilho
Engole a distância...
Vaza Mundo!
Vaza Mundo!
Vaza Mundo!

                            AUTORA: Amélia Marcionila
                            FONTE: José Mauro Pires Silveira (ver bibliografia)

domingo, 22 de julho de 2012

CEMITÉRIO DE ARAPEÍ

Vejamos: três "levas" de imigrantes do PÉRIGORD aportaram no RIO DE JANEIRO. Cada qual teve seu destino. O último deles, vindo no VAPOR NÍGER, teve como destino a cidade de BANANAL, no VALE DO PARAÍBA paulista. E, após infindáveis sofrimentos, muitos, talvez mais que demais dentre eles terminaram aqui, no cemitério de ARAPEÍ, naquela época chamado ALAMBARY e ainda pertencente a BANANAL. Faço essa postagem em homenagem a eles, dentre os quais tantas e tantas crianças, vítimas do tifo e outras doenças, como a pior dentre elas: a fome. Amém. FONTES: ARQUIVOS PESSOAIS.


                                                                              

                                                                                    

sexta-feira, 20 de julho de 2012

DOCUMENTO TRANSCRITO

Temos aqui, hoje, a transcrição de um documento do qual não pude obter cópia do original. Nem segunda via. Mas talvez ainda esteja disponível na IGREJA DE SANTANNA, em BARRA DO PIRAÍ, que foi a minha fonte, se ainda não tiver sido recolhido para a respectiva CÚRIA METROPOLITANA, como tem acontecido com os documentos antigos de muitas paróquias. Analisando esse documento em relação com um outro postado em "Arquivo de Documentos Antigos", podemos perceber que LOUISE FRANÇOIS ALIBERT foi casada em primeiras núpcias, ocorrida em ´PARIS, com  "JOÃO BORGES" (JEAN LOUIS RONGÈRE). É deste casamento sua filha LUIZA MARIA ÂNGELA "BORGES", à qual se refere o documento abaixo.
Agora me digam se não é praticamente impossível esse nosso trabalho de genealogistas num país onde RONGÉRE vira BORGES.... E estou para entender, quem sabe, um dia, por quais motivos tais distorções são aceitas e mantidas, ad aeternum...

                                                                              


quinta-feira, 19 de julho de 2012

DESCRIÇÃO DA FAZENDA BELA ALIANÇA


Hoje voltamos a falar da FAZENDA BELA ALIANÇA, a mais linda entre as mais lindas, da qual vocês podem ver uma foto aqui em nosso blog e da qual também falamos um pouco em nosso post anterior. Jamais pudemos ver fotos do seu interior, em respeito a vontade de sua atual proprietária. Entretanto, um órgão responsável por catalogar e descrever minuciosamente cada uma das fazendas históricas do  VALE DO PARAÍBA, descreveu-a muito bem, segundo a memória que tenho dos momentos passados ali. Então vim trazer essa descrição para a apreciação de todos. Passeiem a vontade nesse interior que guarda tantas histórias importantes não só para a história do BRASIL quanto para nossa própria história familiar, ainda que "de passagem". 

"A FAZENDA BELA ALIANÇA  (RJ-141), possui pátio interno ajardinado e esplêndida capela em seu interior. Acasa sede tem dois andares, ficando na parte mais alta da fazenda, tem bela vista. Apresenta sala de jantar, duas bibliotecas, duas salas de estar, dezesseis quartos, cozinhas com cristaleiras da época e grande balança em ferro para a pesagem de madeira. Esta, certamente em virtude da influência de HARITOFF, apresenta alterações arquitetônicas que a afastam do usual das casas-sedes da província. A capela fica na lateral 
direita, mas não é original, pois a alguns anos foi trocada pelo oratório da FAZENDA DOS TRES SALTOS. O oratório possui a imagem de NOSSA SENHORA com JESUS e apresenta ainda um crucifixo e candelabros de prata, confessionário, vitrais coloridos e gravuras. Em toda a casa, presença de móveis antigos, muito bem conservados, o mesmo ocorrendo com a casa. Destacam-se duas pias de louça pintadas com motivos florais, com espelhos de cristal bisotados, de fabricação inglesa. No primeiro andar, onde antes funcionava a antiga tulha, atualmente serve como extensão da casa, como área de lazer. Sua entrada lateral é feita em pedra, com grades de ferro trabalhado. Nos fundos, encontra-se um imenso jardim, com diversas árvores frutíferas e várias espécies florais".
FONTE: WEB

quarta-feira, 18 de julho de 2012

FRANCESES NA BELA ALIANÇA

Hoje trago para vocês um bom resumo sobre a história dessa maravilhosa e mágica fazenda, por onde passaram muitos e muitos franceses do PÉRIGORD, como, por exemplo, os MANDRAL. Deliciem-se porque é quase um "conto de fadas"!


Haritoff – A nobreza russa no Vale do Paraíba Fluminense

// Postado por breves
Nas rodas imperiais e festas da corte de Napoleão III os nobres russos chamavam a atenção pela opulência e riqueza de uma vida faustosa e dissoluta no tempo em que “elegância” significava fazer “le tour du lac”, no “Bois de Boulogne” todas as tardes entre três e seis e meia.
Nesse ambiente viviam Mauricio, Eugênio, Helena e Vera, filhos de Aléxis Haritoff e de Ana de Houy que fixaram residência em Paris.
Eugênio Haritoff era chamado por um cronista da época de “ballon”: gordo, baixo, vivo e inquieto. Admirado pela alegria, generosidade e humor igual na sorte e no azar. Morreu aos 53 anos ainda moço.
Sua irmã Vera Haritoff casou-se com o secretário da legação do Brasil em Paris – Luis de Lima e Silva. Brilhou nos salões europeus e na corte brasileira. A crônica mundana parisiense citava Maurice Haritoff como “opulento e feliz”, por seus carros, cavalos e amores.
Arthur Mayer, no seu livro “Ce que mes yeux ont vu” relembra o desfile nos prados e jardins parisienses: “des hommes très élégants comme M.M. Edouard André, Maurice Haritoff e Paul Demidoff …”
Lima e Silva e sua mulher de regresso ao Brasil para visitar a família convida o relutante cunhado Maurício para conhecer a corte brasileira e as fazendas de café no Vale do Paraíba fluminense.
Em 1866 o jovem russo conheceu a cidade do Rio de Janeiro, sua sociedade e as fazendas de café na antiga Província.
Na fazenda de São José do Pinheiro (hoje Pinheiral, RJ), o russo apaixona-se pela sobrinha do Comendador José de Souza Breves, proprietário daquele luxuoso palácio às margens do rio Paraíba. Ana Clara Breves de Moraes Costa ou simplesmente Nicota tinha 17 anos. Jovem, franzina e de belos olhos negros, instruída e falando francês fluentemente, encantou o conde russo.
Em 11 de outubro de 1865 na presença de seu tio José de Souza Breves, de seu primo Luis de Lima e Silva e do secretário da legação imperial da Rússia Theodoro Smirnoff, casaram-se na casa grande da fazenda de seus pais, na freguesia de São João Batista do Arrozal, Piraí, RJ.
Indo residir na Europa, a residência parisiense dos Haritoff tornou-se um autêntico salão, freqüentado pela corte bonapartina, através das relações pessoais do cunhado Magnan, onde Nicota brilhava.
Em 1877 Maurice parte para servir sua pátria na guerra russo-turca como ajudante de campo do General Aléxis, tendo acompanhado o General Gourko na conquista heróica da passagem fortificada de Shipka.
Os “mardis” de Mme. Haritoff
Fixando residência na Corte, instalam-se em ampla casa no bairro de Laranjeiras que ficaria famosa pelos “mardis” de Mme. Haritoff.
Vicente Quesada, ministro argentino se encantou com a mansão dos Haritoff: “Os jardins – extenso parque boscoso de grandes árvores, quase ocultavam a vasta casa de Laranjeiras de larguíssimos salões, ricamente decorados com objetos de valor e de arte, pinturas, telas porcelanas, que se mostravam aos clarões de uma iluminação, distribuída com refinado gosto.
Sua admiração recai sobre os quadros e os grandes jarrões de malaquita, os adornos da gôndola da Imperatriz Maria Luísa, quando se dirigiu à França, de veludo carmesim com ornatos dourados, e a coroa imperial de Napoleão bordada a ouro em alto-relêvo. Dominando o extenso “fumoir”, a tela de Richter, que ainda podemos contemplar no Museu Nacional de Belas Artes, o retrato de Mme. Haritoff. Era um autêntico palácio”.
O ministro argentino recordava ainda: “comidas e fiestas”, e o grandioso baile: “orquestra numerosa e de brilhante execução; o buffet dirigido por um serviçal caracterizado à russa”.
Em 1883 O jornal “Messager du Brésil” publicou:
“Raramente, mesmo nas capitais da Europa, encontrar-se-iam reunidos numa casa tanto conforto, luxo e bom gosto, e uma tão perfeita cortesia, distinção e belas maneiras”. Descreve o jornal: “A dona da casa em grande toillete, seguida de perto pelo marido a ajudá-la como um maitre d’Hotel, e por numerosos fâmulos encasacados. Possuía o “talento, a graça de pôr à vontade e a contento nos seus salões todos os convidados”, exaltava outro jornal (”A Estação” – 15 de outubro de 1883).
O Messager du Brésil registrou também nas suas colunas, a chegada ao baile de um mandarim chinês, Tom King Sing, com seu comprido rabicho e suas vestes de seda, acompanhado de um secretário negro. O chinês era diretor da China Merchants Steam Navigation Company, e trazia a proposta de trazer “coolies” para substituir o negro escravo. Participou do baile um dos maiores interessados no negócio – o comendador Joaquim José de Sousa Breves – “rei do café”, tio de Mme. Haritoff.
Cronistas de “O Jornal do Comércio” e da “Folha Nova” descreveram o que foi essa festa em homenagem a Tom King Sing: “ambiente magnificamente decorado e as toiletes mais chics, entre elas: Madame Haritoff, aparecia úbiqua, deslisante, gentil, trazendo um vestido de seda cor de palha, guarnecido de gase de Chambéry e rendas bordadas de prata, ao pescoço uma tira de veludo grenat, para destaque de pérolas e brilhantes; mademoiselle Breves, vinha em crepe de china branco com guarnições de ouro e pérola, enquanto Mme. Isabel Breves (Joaquim) se apresentava em cetim branco damassé, adereçada de brilhantes e esmeraldas.
As mulheres da família Breves, brilhavam fulgurantes nas reuniões sociais e festas, exibindo toiletes e jóias riquíssimas. Nas festas que davam nos solares das fazendas, os convites eram disputadíssimos na corte e na província do Rio de Janeiro.
A Bela Aliança
No inventário do Comendador Silvino José da Costa aberto em 1865 está a fazenda Bela Aliança, em Piraí, RJ. Herdada por sua filha Ana Clara Breves de Moraes Costa era uma propriedade com 450 alqueires geométricos, casarão, tulhas, enfermaria, senzalas, armazéns e cafezais (cerca de 200 mil pés).
Passos Maia descreve no livro “Guapé” a riqueza da Bela Aliança, onde conheceu o conde Haritoff já viúvo: “solar encantado onde o menor desejo era satisfeito”; com seus salões, tapêtes, veludos e brocados, a sala de armas, a de bilhar, os quartos dos hóspedes e mais as cavalariças, o jardim fronteiro, o pomar ao fundo…”
Das muitas viagens de Haritoff, Nicota passou a admistrar a fazenda, indo para o campo com os empregados, verificando os estoques de café e vendendo o produto. Escrevia para o marido informando a situação da propriedade.
Em janeiro de 1887 o Grão Duque Alexandre da Rússia, sobrinho do Czar, visitou a propriedade durante 5 dias: “Todas as manhãs saíamos montados a ver os campos e cafezais que se estendiam por uma área de muitos quilômetros. Uma orquestra improvisada, de escravos, tocava instrumentos curiosos para nos entreter”. A orquestra referida é a banda da fazenda do Pinheiro do comendador José Breves, formada pelos escravos, Joaquim Músico (maestro), Bento, Benevides e tantos.
“À tarde, depois do jantar deixávamo-nos ficar na varanda, a ouvir o ruído ritmado dos tantãs. Vinha a noite. Não acendíamos as lâmpadas. Os pirilampos, aos milhares, nos davam bastante claridade”.
As duas sobrinhas de Nicota, “jovens, altas, esbeltas, de cabelos negros e pés pequenos – lindas”, marcaram profundamente a memória do Grão-Duque.
A beleza das mulheres brasileiras está imortalizada no quadro de Gustav Richter, de grandes dimensões, que retrata Mme. Haritoff, ricamente vestida e adornada de jóias e o famoso “manteau” oriental que viera de Smyrna, adquirido por Maurice de uma caravana que o transportava para uma princessa circassiana.
Esse manto foi destaque da edição do Messager Bresilien na apresentação de o “Lohengrin” em 1883: “nada igualou a Mme. Haritoff, o maior sucesso da noite, numa frisa a atrair todos os olhares”.
A Fundação Joaquim Nabuco guarda em acervo a Carta-convite enviada em 22 de abril de 1888 escrita em francês por Maurice Haritoff: “Convidando-o a cumprir a promessa de visitar a fazenda da Bella Aliança, aproveitando a oportunidade de participar da festa de libertação de todos os seus escravos”.
O abolicionista em “Minha formação” (1895) faz referência a Mme. Haritoff: “A senhora a quem me referia era uma compatriota nossa, que casara em Paris com um jovem e elegante russo. Há dela um admirável retrato em tamanho natural, obra de Richter. A suavidade e doçura de madama Haritoff, a tão popular d. Nicota, emprestavam-lhe uma beleza toda de expressão, com seus longos cabelos pretos, seus grandes olhos luminosos, sua tez de um moreno mate, e a graça de seu corpo, tinha para os estrangeiros um caráter especial, distintamente brasileiro.”
O conde russo e a mucama
A morte prematura de Nicota fez ruir o sonho de felicidade do casal Haritoff. Continuando a residir na casa de Bela Aliança em Piraí, o russo vê seus negócios irem pouco a pouco definhando. A abolição da escravatura deixou os fazendeiros arruinados. A substituição de mão-de-obra tentada por Haritoff (empregados chineses e posteriormente franceses) não deu certo. A produção de café em franca queda, a tentativa de plantar chá e seringal para extração de borracha também não vingaram.
Se interessa por uma das mucamas da fazenda, Regina Angelorum de Souza. Nascida escrava em 1867, antes da Lei do Ventre Livre de 1871, e liberta em abril de 1888, um mês antes da Lei Áurea. Numa grande festividade com missa solene na capela de Bela Aliança, Nicota e Haritoff libertam todos os seus escravos.
Com Regina o nobre russo passa a viver e nascem 2 filhos: Aléxis e Boris.
Atormentado pela culpa, escreve diversas cartas para sua irmã Vera, onde expõe seu sofrimento e trata de sua situação. Quer regularizar sua vida amorosa mas não encontra respaldo na sociedade, que ele classifica de retrógada, hipócrita e republicana.
Maurice numa das cartas dirigidas a sua irmã Vera e sobrinha Anna diz que: “… o isolamento, a necessidade de uma companheira, a solidão e um resto de mocidade…”, um ano depois da morte de Nicota, o haviam conduzido ao leito de Regina.
A perda do primeiro filho José, com Regina, estraçalharam seu coração. Diz ainda: “Não tenho e nunca tive preconceito racial”.
Três anos mais tarde nasce Aléxis e logo depois Boris. Relata para sua irmã a fraqueza e fragilidade do menino mais velho, que requeria extremos cuidados, enquanto Boris era forte e robusto.
Sobre a Bela Aliança e suas finanças diz que está arruinado: a colheita ínfima e sem crédito, contando apenas com a condescendência do Conde Modesto Leal, presidente do banco, para não confiscar a propriedade.
Ao amigo Meira que o reprovava pelo gesto cavalheiresco escreve:
“…o amor que passei a ter pelas crianças, a estima e a gratidão que sinto por sua mãe, que me fizeram compreender o erro que ia cometer. Você nunca teve então uma fraqueza? Nunca cometeu uma falta? Não é por mim que quero regularizar minha situação – é por eles (filhos). Onde está a contradição?”
O casamento se deu em 14 de março de 1906, no oratório provisionado da fazenda Bela Aliança, freguezia de Sant’Anna de Piraí, onde compareceram os nubentes Maurice Haritoff e Regina Angelorum de Souza, ele com 62 anos e ela com 39, declarando que possuíam 2 filhos: Aléxis e Boris legalmente reconhecidos.
Mas tarde nasce o último filho do casal – Iwann Haritoff, apelidado de “Picorrucho”.
Iwann morreu no dia 25 de junho de 2004 aos 92 anos, em Barra do Piraí, RJ. Pobre, vivendo de biscates, não chegou a conviver com pai. Sobreviveu no interior do Estado do Rio de Janeiro com um pequeno comércio e muitas dificuldades. Duvidava das histórias contadas sobre seu pai. Guardava consigo em seu leito de morte um retrato de sua mãe Regina.
Maurice Haritoff, nobre, conde ou fidalgo russo, viveu intensamente o período monárquico e início republicano. Casou-se com a sobrinha dos potentados do café. Rico e depois pobre, consegue emprego de tradutor (falava seis idiomas) no Ministério da Agricultura, terminando seus dias numa modesta casa na Rua General Severiano em Botafogo em 1917.
Deram em sua homenagem o nome de uma rua de Copacabana em 1917 -Rua Haritoff. Vinte anos depois alteraram para o nome atual – Rua Ronald de Carvalho.
Restam ainda hoje: a Bela Aliança vendida no furacão da derrocada do café, um pórtico em arco da famosa mansão Haritoff em Laranjeiras (hoje é uma escola municipal), cartas em francês escritas por Nicota e Maurice, objetos de arte nas mãos de colecionadores e antigos álbuns de fotografias.
Lembranças de uma história incrível e patética.
Referências:
BREVES, Armando de Moraes. O Reino da Marambaia. Rio Gráfica Olímpica Editora, Ltda. Rio de Janeiro, 1966.
BREVES, Reynato Frazão de Souza. A Saga dos Breves. Ed. Valença. 1995.
GRIECCO, Agrippino Recordações de um mundo perdido.Livraria José Olympio Editora.Rio de Janeiro, 1955.
KOZERITZ, Carlos von. Imagens do Brasil. Livraria Martins Editora.São Paulo, 1943.
PINHO, Wanderley de Salões de Damas do Segundo Reinado.Livraria Martins Editora.São Paulo.
ZALUAR, Augusto Emilio. Peregrinações pelas províncias de São Paulo e Rio de Janeiro. Ed. Itatiaia, SP. 1975.
Não há artigos relacionados ainda.

FONTE: http://youpode.com.br/?p=10128

terça-feira, 17 de julho de 2012

ACABAMOS DE ULTRAPASSAR 2000 VISITAS!!!

E eu só quero dizer: OBRIGADA! Continuem sendo sempre bem vindos!


                                           
                                            FONTE : anaeupropria.blogspot.com                                         

sábado, 14 de julho de 2012

SARLAT, A "CAPITAL" DO PÉRIGORD NOIR.

Na sua "órbita" encontra-se TERRASSON, que é seu maior distrito. E em TERRASSON encontram-se as comunas de nossos ancestrais: PEYRIGNAC e BEAUREGARD. Sem dúvida nenhuma, um dos lugares mais lindos e mágicos que tive oportunidade de conhecer nessa minha já não tão curta vida. FONTE: AQUARELAS DE CAROLE d'EYSSAUTIER.


                                                                                    

CASTELNAU - PÉRIGORD NOIR

Numa deliciosa aquarela de CAROLE d'EYSSAUTIER. FONTE: http://www.carole-deyssautier.com

                                                                               

sábado, 7 de julho de 2012

MARINETTE ALIBERT

Referência encontrada na página 41 do livro RECANTOS DA MATA MINEIRA, de FUED FARAHT.


                                                                                 

sexta-feira, 6 de julho de 2012

PREFEITOS DE PEYRIGNAC de 1791 a 2001

FONTE: ARQUIVOS PESSOAIS.

                                                             

quinta-feira, 5 de julho de 2012

MAPA DO PÉRIGORD EM OCCITANE

Uma curiosidade bem interessante para hoje. Veja como alguns nomes ficam tão diferentes do francês! Acho o máximo! FONTE: WEB

                                                                                

quarta-feira, 4 de julho de 2012

LÁPIDE EM MARIPÁ DE MINAS

No cemitério de Maripá, origem dos DOUSSEAU GUILHERMINO, a lápide de JOSÉ ALMERINDO GUILHERMINO (enteado de MARIÁ DOUSSEAU GUILHERMINO) e de sua esposa NOÊMIA MOUTY GUILHERMINO. FONTE: ARQUIVOS PESSOAIS.

                                                                   

segunda-feira, 2 de julho de 2012

HOSPEDARIA HORTA BARBOSA


Nessa hospedaria, especificamente no nosso caso, destacamos a passagem da família de PIETRO GUGLIELMINI, marido de MARIÁ DOUSSEAU GUILHERMINO, que nela perdeu sua primeira esposa, LÚCIA, em provável morte de parto, antes de ser "comprado" (palavra usada no registro de entrada e saída) para a MONTE VERDE. 
Existiu em Juiz de Fora, Minas Gerais, a partir de agosto de 1888, no bairro da Tapera, atual Santa Terezinha, e foi desativada na primeira década do século XX. No local, hoje, encontra-se o 2º Batalhão de Polícia Militar.
Esta hospedaria, a maior e mais duradoura do Estado, funcionava como ponto de acolhida aos imigrantes que chegavam de diversos portos, principalmente do RIO DE JANEIRO, com destino a MINAS GERAIS. Os imigrantes que chegavam pelo porto do Rio de Janeiro, após meses de viagem, eram recebidos na HOSPEDARIA DE IMIGRANTES DA ILHA DAS FLORES, ou outras em outros Estados, e depois remanejados a seus destinos pelos contratadores, apelidados de “gatos”.
Localizar a Hospedaria na região foi uma decisão estratégica: além de centro da mais importante área de cultura de café de Minas Gerais, Juiz de Fora era ponto de entrada no Estado, já que muito próxima do Rio de Janeiro, ao qual se ligava por rodovia (a estrada UNIÃO E INDÚSTRIA) e ferrovia.
A Hospedaria Horta Barbosa tinha a finalidade de abrigar os imigrantes pelo prazo máximo de cinco dias, mas sabe-se que este prazo muitas vezes se estendia, pois os estrangeiros não raro passavam lá mais tempo, aguardando que fossem escolhidos para o trabalho. Existem notícias que relatam a sujeira, promiscuidade, falta de medicamentos e higiene, que transformava as levas de pessoas em autêntico carregamento de gado. 
Os fazendeiros, acostumados com o regime da escravidão, sem ter absorvido ainda a Lei Áurea – de abolição da escravatura, que para muitos trouxe prejuízos - passavam em revista os imigrantes que mais interessavam ao serviço da lavoura, da plantação do café e para os serviços domésticos, como se estivessem ainda escolhendo escravos, exigindo deles os mesmos requisitos das antigas compras de cativos.
Nesta Hospedaria também havia livros de registros de entradas. Estes livros estão arquivados no Arquivo Público Mineiro em Belo Horizonte, disponíveis para consulta local, conforme dados abaixo.
Av. João Pinheiro, 372 – Funcionários Belo Horizonte, MG 30130-180 Telefax: (31) 3269-1060 / (31) 3269-1167
Horário de Funcionamento: De segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas. 
FONTE: WIKIPEDIA e ORKUT FOTOS ANTIGAS