quarta-feira, 29 de agosto de 2012

LÁPIDE DE MERITA DOUSSEAU DUQUE

Estou aqui, vó... Para que os brotos não esqueçam as sementes. Nunca. 
CEMITÉRIO MUNICIPAL DE BICAS - MINAS GERAIS.
FONTE: ARQUIVOS PESSOAIS.


                                                                           

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

MARIA DOUSSEAU DE SOUZA EM SUA FAZENDA NOS MACHADOS




Tia MARIQUINHA... Quantas saudades daquelas férias nos MACHADOS... Essa cozinha, ponto de encontro de adultos e crianças, fossem da família ou agregados e empregados, habita todas as minhas fantasias de "paraíso perdido". Aquela que todo adulto trás de um certo momento da infância, de um certo local, de uma certa pessoa. E, milagre: até hoje, quando lá vou e vejo aqueles mesmos velhos armários de portas azuis, aquela mesa enorme e acolhedora, aquelas portas sempre abertas e prontas a receber, as guloseimas simples e deliciosas como não se pode encontrar em outro lugar que não seja na roça... "reencontro o paraíso". Guardo um desejo/sonho em segredo: poder passar alguns dias lá, como quando criança, participando da "vida real" e dura vida, de quem tira do chão quase todo seu sustento. Conforto mínimo, eu bem sei. Não é fazenda de novela, de grandes latifundiários ou pecuaristas. É fazenda de família. De um amor de gerações. Admiro horrores nosso primo SILVINHO, que está lá, amparando as tias ALMIRA e TIANA e, junto com sua esposa, carregando o peso daquele trabalho árduo e infindável... Naquele pedaço de chão esquecido pelo poder público. Fica aqui meu reconhecimento. E meu mais puro amor. Que ANNET e SUZANNA os abençõe a todos. FONTE: ARQUIVOS PESSOAIS.


                                                                             
 Na foto superior, com JOSÉ CARLOS MAYRINK e LIDIA DOUSSEAU DUQUE MAYRINK                                                                            

                                                                          

                                                                         

                                                                               

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

SEBASTIANA AZEVEDO MOUTINHO

Um dia, no começo de minhas pesquisas, bem no comecinho mesmo, fui "dar com os costados"em MARIPÁ.  Pouco conheço a cidade, mesmo tendo nascido e vivido alguns anos de minha infância em BICAS. Mesmo voltando com muita frequência. O fato é que MARIPÁ não estava "no meu mapa", naqueles tempos. Simplesmente ouvia falar, vagamente, que lá tínhamos parentes. Aí, um dia,  já desperta e tomada pela necessidade imperiosa de conhecer minha história ancestral, fomos. Como já tive oportunidade de descrever no nosso livro. Numa série de iluminados acasos que começou na vendinha da praça, por onde justo naquele momento passava ZILDA RISSOLI, acabamos por conhecer SEBASTIANA AZEVEDO MOUTINHO. Pouco, muito pouco pode ela nos acrescentar em termos de nossa história. Mas sua meiguice; suas lágrimas que acabavam sempre por transbordar ao falar do passado que acabava por ser "o nosso", de alguma forma, apesar dos seus cerca de 90 anos; e,mais que tudo, suas profundas, sentidas e expressivas reticências, me deram a certeza de estar de frente a uma pessoa de GRANDE valor. Fui visitá-la outras vezes, e deixava sua casa sempre com essa primeira impressão intacta, em todos os seus matizes. Que Deus a abençõe. E a proteja como ela soube proteger a memória dos que lhe foram caros. Amém. Fica aqui minha homenagem. FONTE: ARQUIVOS PESSOAIS


                                                                  LIDIA DOUSSEAU DUQUE MAYRINK E SEBASTIANA AZEVEDO MOUTINHO.                                                             

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

REGISTRO DE NASCIMENTO DE FRANÇOIS GUILLAUME DOUSSEAU




Dousseau,Guillaume - Nascimento - 30/09/1849.

"Donc, cela veut dire qu'il n'avait pas été enregistré à sa naissance.
Et il se passe la même chose pour Guillaume, ton ancêtre, que l'on ne retrouve pas à LOUIGNAC,
j'ai remarqué sur son acte de mariage un paragraphe semblable "l'acte de naissance du futur, etabli par jugement du Tribunal Civil de 1ère instance de BRIVES (CORRÈZE) le huit juillet mil huit cent soixante dix, constatant que le dit GUILLAUME DOUSSEAU est né le trente septembre mil huit cent quarante neuf."
Donc, pour lui aussi, ce fut un oubli.".


           Vejamos, primos.
           Nem em minha viagem à FRANÇA, consultando cartórios do PÉRIGORD, nem através de consulta via internet dos registros de CORRÈZE, nunca consegui encontrar nenhum registro sobre o nascimento do pai de ANNET, FRANÇOIS GUILLAUME. 
           Mas nossa prima NICOLE , mesmo não sabendo nada sobre o paradeiro desse tio-avô, tinha registros da existência dele. Mas também não encontra nenhum registro oficial de seu nascimento. Entretanto, quando ela analisou o registro de casamento dele (não me lembro se encontrado por mim ou por ela...), desvendou o "mistério". Ela começa falando de um dos irmãos de GUILLAUME e depois sobre esse último. Como segue abaixo traduzido livremente:


"Então, isso quer dizer que ele não tinha sido registrado ao nascer.
E aconteceu o mesmo com GUILLAUME, seu antepassado, cujo registro não se consegue encontrar em LOUIGNAC. Eu reparei em seu registro de casamento um parágrafo semelhante (ao caso do irmão): "o registro de nascimento do noivo, estabelecido por julgamento do tribunal Civil de primeira instância de BRIVES (CORRÈZE) em 08-07-1870, constatando que o dito GUILLAUME DOUSSEAU nasceu em 30-09-1849".


           E assim considero resolvido mais esse "enigma" sobre a vida de nossos tataravós...










segunda-feira, 13 de agosto de 2012

CIDADES MORTAS DE MONTEIRO LOBATO


As "cidades mortas" de Monteiro Lobato... Relato emocionante que me leva a me sentir em São João Marcos, Bananal, Bicas, Maripá, Rochedo, Guarará... e etc...etc...etc...





"A quem em nossa terra percorre tais e tais zonas, vivas outrora, hoje mortas, ou em via disso, tolhidas de insanavel caquexia, uma verdade, que é um desconsolo, ressurge de tantas ruinas: nosso progresso é nomade e sujeito a paralisias subitas. Radica-se mal. Conjugado a um grupo de fatores sempre os mesmos, reflui com eles duma região para outra. Não emite peão. Progresso de cigano, vive acampado. Emigra, deixando atrás de si um rastilho de taperas.
            A uberdade nativa do solo é o fator que o condiciona. Mal a uberdade se esvai, pela reiterada sucção de uma seiva não recomposta, como no velho mundo, pelo adubo, o desenvolvimento da zona esmorece, foge dela o capital – e com ele os homens fortes, aptos para o trabalho. E lentamente cai a tapera nas almas e nas coisas.
            Em S. Paulo temos perfeito exemplo disso na depressão profunda que entorpece boa parte do chamado Norte.
            Ali tudo foi, nada é. Não se conjugam verbos no presente. Tudo é pretérito.
       Umas tantas cidades moribundas arrastam um viver decrépito, gasto em chorar na mesquinhez de hoje as saudosas grandezas de dantes.
            Pelas ruas ermas, onde o transeunte é raro, não matracoleja sequer uma carroça; de ha muito, em matéria de rodas se voltou aos rodizios desse rechinante simbolo do viver colonial – o carro de boi. Erguem-se por ali soberbos casarões apalaçados, de dois e três andares, sólidos como fortalezas, tudo pedra, cal e cabiuna; casarões que lembram ossaturas de megatérios donde as carnes, o sangue, a vida, para sempre refugiram.
            Vivem dentro, mesquinhamente, vergonteas mortiças de familias fidalgas, de boa prosapia entroncada na nobiliarquia lusitana. Pelos salões vazios, cujos frisos dourados se recobrem de pátina dos anos e cujo estuque, lagarteado de fendas, esboroa à força de goteiras, paira o bafio da morte. Há sobre os aparadores Luis XV bronzeos candelabros de dezoito velas, esverdecidos de azinhavre. Mas nem se acendem as velas, nem se guardam os nomes dos enquadrados – e por tudo se agruma o bolor rancido da velhice.
            São os palácios mortos da cidade morta.
            Avultam em número, nas ruas centrais, casas sem janelas, só portas, tres e quatro: antigos armazens hoje fechados, porque o comércio desertou também. Em certa praça vazia, vestígios vagos de “monumento” de vulto: o antigo teatro – um teatro onde já ressoou a voz da Rosina Stolze, da Candiani...
            Não há na cidade exangue nem pedreiros, nem carapinas; fizeram-se estes remendões; aqueles, meros demolidores – tanto vai da ultima construção. A tarefa se lhes resume em esperar muros que deitam ventres, escorar paredes rachadas e remenda-las mal e mal. Um dia metem abaixo as telhas: sempre vale trinta mil réis o milheiro – e fica à inclemencia do tempo o encargo de aluir o resto.
            Os ricos são dois ou tres forretas, coroneis da Briosa, com cem apólices a render no Rio; e os sinecuristas acarrapatados ao orçamento: juiz, coletor, delegado. O resto é a “mob”: velhos mestiços de miseravel descendencia, roidos de opilação e alcool; familias decaidas, a viverem misteriosamente umas, outras à custa do parco auxilio enviado de fora por um filho mais audacioso que emigrou. “Boa gente”, que vive de aparas.
            Da geração nova, os rapazes debandam cedo, quase meninos ainda; só ficam as moças – sempre fincadas de cotovelos à janela, negaceando um marido que é um mito em terra assim, donde os casadouros fogem. Pescam, às vezes, as mais jeitosas, o seu promotorzinho, o seu delegadozinho de carreira – e o caso vira prodigioso acontecimento histórico, criador de lendas.
            Toda a ligação com o mundo se resume no cordão umbilical do correio – magro estafeta bifurcado em ponteagudas eguas pisadas, em eterno ir e vir com duas malas postais à garupa, murchas como figos secos.
            Até o ar é próprio; não vibram nele fonfons de auto, nem cornetas de bicicletas, nem campainhas de carroça, nem pregões de italianos, nem ten-tens de sorveteiros, nem plás-plás de mascates sirios. Só os velhos sons coloniais – o sino, o chilreio das andorinhas na torre da igreja, o rechino dos carros de boi, o cincerro de tropas raras, o taralhas das baitacas que em bando rumorosos cruzam e recruzam o céu.
            Isso, nas cidades. No campo não é menor a desolação. Léguas a fio se sucedem de morraria aspera, onde reinam soberanos a sauva e seus aliados, o sapé e a samambaia. Por ela passou o Café, como um Átila. Toda a seiva foi bebida e, sob forma de grão, ensacada e mandada para fora. Mas do ouro que veio em troca nem uma onça permaneceu ali, empregada em restaurar o torrão. Transfigurou-se para o Oeste, na avidez de novos assaltos à virgindade da terra nova; ou se transfez nos palacetes em ruina; ou reentrou na circulação européia por mão de herdeiros dissipados.
            À mãe fecunda que o produziu nada coube; por isso, ressentida, vinga-se agora, enclausurando-se numa esterelidade feroz. E o deserto lentamente retoma as posições perdidas.
            Raro é o casebre de palha que fumega e entremostra em redor o quartelzinho de cana, a rocinha de mandioca. Na mór parte os escassissimos existentes, descolmados pelas ventanias, esburaquentos, afestoam-se do melão de São Caetano – a hera rustica das nossas ruinas.
            As fazendas são Escoriais de soberbo aspecto vistas de longe, entristecidas quando se lhes chega ao pé. Ladeando a Casa Grande, senzalas vazias e terreiros de pedra com viçosas guanxumas nos intersticios. O dono está ausente. Mora no Rio, em São Paulo, na Europa. Cafezais extintos. Agregados dispersos. Subsistem unicamente, como lagartixas na pedra, um pugilo de caboclos opilados, de esclerotica biliosa, inermes, incapazes de fecundar a terra, incapazes de abandonar a querencia, verdadeiros vegetais de carne que não florescem nem frutificam – a fauna cadaverica de ultima fase a roer os derradeiros capões de café escondidos nos gortões.
            - Aqui foi o Breves. Colhia oitena mil arrobas!...
            A gente olha assombrada na direção que o dedo cicerone aponta. Nada mais!... A mesma morraria nua, a mesma sauva, o mesmo sapé de sempre. De banda a banda, o deserto – o tremendo deserto que o Atila Café criou.
            Outras vezes o viajante lobriga ao longe, rente ao caminha, uma ave branca pousada no topo dum espeque. Aproxima-se devagar ao chouto ritmico do cavalo; a ave esquisita não dá sinais de vida; permanece imovel. Chega-se inda mais, franze a testa, apura a vista. Não é ave, é um objeto de louça... O progresso cigano, quando um dia levantou acampamento dali, rumo Oeste, esqueceu de levar consigo aquele isolador de fios telegráficos... E lá ficará ele, atestando mudamente uma grandeza morta, até que decorram os muitos decenios necessarios para que a ruina consuma o rijo posto de “candeia” ao qual o amarraram um dia – no tempo feliz em que Ribeirão Preto era ali...".

sábado, 11 de agosto de 2012

ANTIGO CALENDÁRIO FRANCÊS

Trazendo hoje para vocês uma curiosidade muito interessante. É bizarro, quando, lendo publicações francesas antigas, ou até mesmo os registros de cartório daqueles tempos (temos um na coleção de nossa família DOUSSEAU!), encontramos essa nomenclatura. Uma miscelânea bem complicada mas que ficou para sempre no imaginário popular, certamente.


O Calendário Revolucionário Francês foi instituído em 1792, e era composto de 12 meses de 30 dias, distribuídos em três semanas de dez dias [decâmeros]. 

O dia foi dividido em 10 horas de 100 minutos, cada minuto com 100 segundos. 

Cada dia tinha uma designação única, que só se repetiria no ano seguinte, com nomes de plantas, flores, frutas, animais e pedras. 

Aos 360 dias acrescentava-se, anualmente, 5 dias complementares, e um sexto a cada quadriénio. 

Os nomes dos meses eram inspirados nos aspectos das estações na França:

Vendémiaire: setembro-outubroBrumaire: outubro-novembroFrimaire: novembro-dezembroNivôse: dezembro-janeiroPluviôse: janeiro-fevereiroVentôse: fevereiro-marçoGerminal: março-abrilFloréal: abril-maioPrairial: maio-junhoMessidor: junho-julhoThermidor: julho-agostoFructidor: agosto-setembro


Este calendário só vigorou de 22/9/1792 a 31/12/1805, quando Napoleão I ordenou o restabelecimento do Calendário Gregoriano.



                                                                      

domingo, 5 de agosto de 2012

FAZENDA BELA ALIANÇA

Hoje vim trazer algumas fotos da fazenda "BELÍSSIMA" ALIANÇA. Embora a mais bonita, a meu ver, já tenha sido publicada antes, no livro e aqui mesmo. De qualquer forma, é um jeito de todos vocês conhecerem mais um pouquinho essa maravilha cheiinha de sinais da passagem de MAURICE HARITOFF. Seja bem vindo!
FOTOS: IRMÃS BONIMOND MOUTY







                                                                                   

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

PARA NÓS, DA FRANÇA...


Hoje trago para vocês a dedicatória de um livro que me foi presenteado por nossa prima Nicole. Excelente, aliás. E de onde extraí algumas fotos para ilustrar nosso livro. E ainda vou trazer muitas para vocês, aqui, no blog. Mas o assunto de hoje é a dedicatória em si que, para mim, foi ocasião de muita emoção. E ainda é, quando a releio. Creio que vocês, Dousseau(x), compartilharão desse sentimento.

                                                                                   
Tradução:  À Marly, minha prima distante, com toda afeição. Em homenagem a nossa família emigrada em 1885 para o Brasil, descoberta graças a você, Marly, porque nós estávamos na ignorância total. Que surpresa! Que emoção! Guillaume era o tio de meu bisavô Auguste... Isso não está tão longe... Deve ter sido um sofrimento terrível deixar seu querido Périgord e seus próximos e jamais voltar. Nós faremos de tudo para honrá-los enquanto filhos. NICOLE DOUSSEAU.