quinta-feira, 30 de outubro de 2014

OS "MERCADOS" FRANCESES

         LES HALLES... Que charme! Que profusão de odores, de cores, de sons! Que delícia de ver, seja para fazer compras, seja para passear e mergulhar nessa experiência que faz parte do cotidiano dos franceses desde tempos imemoriais...
         A tradução seria "os mercados cobertos". Mas hoje, o "espírito" desses antigos mercados sobrevive quase que apenas no formato das feiras que também podemos encontrar em cada cantão perigordino desde séculos. Elas acontecem em intervalos de tempo que podem variar de uma pequena vila a outra, mas sempre ocorrerão num local e dia da semana constantes. 
         Séculos de existência carregam o ar de lembranças ancestrais, quando percorremos cada uma delas. Em Agosto de 2013, visitei a de TERRASSON, cantão de nossos bisavós. As cestas de lavanda, temperos surpreendentes, enormes morangos e frutas de todo gênero, sempre diferentes dos nossos, é claro... Nozes e avelãs são presença universal (e baratas!!!). Embutidos dos mais diferentes tipos, pequenos artesanatos em madeira, em bordados, em renda... etc... etc... A particularidade dessas feiras, que muito me encantou, é que não se nota a presença dessa cadeia infinita que, em nosso cotidiano das grandes cidades faz o alimento atravessar infinitas mãos entre o produtor e o consumidor. Nos "halles" perigordinos, o "artista" apresenta sua obra (bordada, talhada, cultivada, colhida, etc... etc...) diretamente de suas mãos às nossas. Cheio de orgulho e respeito por cada grão, cada ponto, cada semente, cada fruto. 
         Como os franceses cultivam o hábito de respeitar o "antigo" e o "usado", muitas barracas oferecem objetos, roupas, etc... com "história", digamos assim. E não é demérito nenhum (muito pelo contrário!) tanto vendê-los quanto comprá-los. 
         Recentemente visitei em BICAS a "feira de produtores" que acontece todos os sábados pela manhã. Guardadas as devidas proporções, senti no ar um que de "reminiscência". De um tempo em que só se negociava assim. O orgulho de quem produziu em contacto com o respeito de quem compra ou troca. 
         E foi nessa visita que decidi fazer esse post. Tenho comigo duas fotos, que seguem abaixo, tomadas em 2013 em VILLAC. Villac é a vila onde PIERRE, o avô de ANNET, se instalou quando voltou ao PÉRIGORD depois de alguns anos em CORRÈZE, terra de sua esposa MADELEINE. Por essa "halle" esse casal andou puxando seus pequenos filhos pelas mãos, entre os quais FRANÇOIS GUILLAUME, o pai de ANNET. Quem sabe tinham também algum produto para ali vender ou trocar? Aliás, quantos "quem sabe" poderíamos exercitar aqui e agora? 
         Essa visita, fiz em companhia de nossa prima FATINHA e de nossa prima NICOLE, com a qual estávamos hospedadas em PEYRIGNAC. Trago para vocês esse pedacinho de lembrança, carregada de muita emoção. Sintam-se em casa!

                                              
Esse mercado coberto (halle) em Villac permanece de pé e bem conservado. Cada uma das outras vilas que visitamos um dia teve o seu. Mas a maior parte deles desapareceu ao longo dos séculos.





Traduzindo: Mercado Coberto. Reconstruído em 1655 e restaurado em 1840, ele era utilizado uma vez por mês até 1945.
Note que a data da contrução não é citada, provávelmente por ter se perdido na noite dos tempos. Podemos observar também que logo depois da data da restauração, PIERRE DOUSSEAU voltou com sua família para VILLAC (PÉRIGORD), após muitos anos vivendo em LOUIGNAC (CORRÈZE).


terça-feira, 28 de outubro de 2014

45.000 VISITAS!