sábado, 22 de dezembro de 2012

7.000 VISITAS

                                                                      

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

BONS LIVROS: "O LONGO CAMINHO DE OLGA".

     De Yolanda Scheuber, publicado pela Editora Novo Século em 2010, é uma leitura muito leve e agradável. A autora (Yolanda) se dispõe a contar toda a vida de sua avó imigrante, Olga. Uma saga que começa na RÚSSIA czarista e termina nos pampas argentinos. Pelo longo caminho, cheio de idas e vindas, de sua família, passamos junto com ela pelo CANADÁ e pelo BRASIL.
     Lendo biografias de imigrantes e seus descendentes, gênero que amo de paixão, acabamos sentindo a "vertigem" que atingiu o mundo inteiro no final do século XIX, por múltiplos e variados motivos. Vertigem essa que teve vários nomes, conforme a realidade de cada país do velho continente  (fome, guerras, opressão política ou religiosa, phyloxera e outras pragas...etc) mas que, seja qual for o nome dado, espalhou pelo "mundo novo" (BRASIL, ARGENTINA, CANADÁ, EUA, AUSTRÁLIA, etc..) uma parte considerável do "velho mundo" (ITÁLIA, FRANÇA, ESPANHA, PORTUGAL, ALEMANHA, LÍBANO, SÍRIA, CHINA etc...etc...etc...). Até mesmo da velha RÚSSIA, como apreendemos nesse livro.
     Recomendo a leitura mas, só para dar água na boca de vocês, deixo uns pequenos trechinhos...


                      "Contudo, que liberdade quis nos dar meu pai? A liberdade de um solo fecundo,
            mas que deixa a alma inconsolável quando são perdidos os afetos? A liberdade de 
            poder viver longe de casa, preservando-nos da guerra e da morte, mas lamentando a cada 
            instante o que perdemos ao partir? Com o passar dos anos, compreendi que aquela       
            liberdade tão sonhada havia me deixado sem raízes e sem afetos. A liberdade buscada 
            havia me deixado sem a liberdade de poder pertencer e permanecer dentro de uma 
            família. Minha família. Nunca soube o que passou pela cabeça de meu pai naqueles
            anos. Sempre ignorei tudo. Nunca me atrevi a perguntar e ele nunca pôde abrir seu
            coração e expressar seus sentimentos. Creio que para ele era muito difícil mostrar que 
            sofria por isso, e que atrás dessa imagem de força talvez se ocultasse um coração 
            atormentado. Atormentado pela força de um destino que nenhum de nós tinha a 
            capacidade, ou a possibilidade, de se desviar.
                        A força da história pode tudo e contra isso nenhuma civilização humana pôde
            lutar. O destino coletivo se precipita sem que nada possa ser evitado. Somente as 
            pequenas coisas, as cotidianas, podem ser influenciadas por nossas atitudes, mas a 
            força descomunal do destino da humanidade parecia já estar escrita.
                       Meu destino já estava escrito nas estrelas do céu. Eu não sabia, mas o roteiro
            que eu seguiria já estava traçado nos desígnios que iam se perfilando como um código e
            eu não era capaz de perceber". PÁGINA 51

                       "Há algo indescritível, muito mais do que possamos imaginar, em pessoas que 
            têm o mesmo sangue que nós. É a bendita sensação de saber que não estamos sós no
            mundo, que há um exército de pessoas com nossos mesmos genes, com nossos mesmos
            laços de afetividade, que também estão transitando por algum lugar do planeta e que, ao 
            encontrá-las, causam uma conexão luminosa". PÁGINA 52

                       "As pessoas não deveriam sair de sua terra ou país. Não à força. As pessoas 
            ficam desarraigadas, tristes, doloridas, porque o desterro não anula a memória, a língua, 
            as cores  ou as recordações. Somos arrancados e temos de aprender a viver em terra 
            estranha". PÁGINA 113

                      "Meu pai decidiu vender a granja e todos os animais. Outra vez voltaria a guardar 
            nos doze baús as poucas coisas que definitivamente compunham  nosso lar, porque, depois
            de tantas viagens, havíamos acabado de nos desapegar de todas as recordações palpáveis
            em objetos materiais que pudessem nos reter. Nada o prendia a nada, sequer seus filhos".  
            PÁGINA 138

                      "Naquela época descobri que trabalhar para si, para sua família, não é a mesma 
            coisa que trabalhar para outros proprietários de terras. O sentido deve ser semelhante, 
            mas o prazer do coração é imensamente maior, e as coisas se tornam mais leves, embora
            extremamente pesadas. Os passos se tornam mais ligeiros ainda que tenhamos que 
            caminhar pelos campos arados, e a alegria brilha nos olhos, ainda que a poeira do vento os
            torne embaçados, porque estamos construindo o nosso destino, e quanto mais felizes 
            estamos, mais promissor parece ser o futuro". PÁGINA 181.

Tudo isso não nos parece familiar, primos? Com certeza sim! Abraços!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

NILZA DOUSSEAU DE SOUZA FILGUEIRAS

Oi, pessoal! Sumi um pouco, não é? Ainda estou para entender porque final de ano é sempre a mesma coisa: stress e correria. Correria e stress... rsrsrs... 
       Venho hoje para mais um pedido de desculpas e, ao mesmo tempo, uma homenagem. 
       Quando nos dispomos a fazer uma pesquisa, como aquela que tive que efetuar para dar origem a nosso livro, uma das coisas mais importantes são os depoimentos das pessoas que encontramos com disposição para dividir o que sabem. Parece simples mas não é tanto assim. Mesmo sendo uma história de família, nem todos dispõem de tempo, interesse ou informações claras para dividir com aquele "ser inoportuno" que vem fazendo pergunta em cima de pergunta: EU. rsrsrs... 
       Aí, quando encontramos esses poucos bem dispostos e cooperativos, exploramos como se fosse uma única laranja para uma jarra de suco... A maioria das pessoas citadas em nosso livro não cheguei a conhecer pessoalmente. Devido a isso, acreditava nas informações dadas após confirmar com mais de uma pessoa. E foi assim que ocorreu uma omissão: o nome de NILZA DOUSSEAU DE SOUZA FILGUEIRAS na lista (nada pequena...) de filhos de MARIA DOUSSEAU DE SOUZA (tia MARIQUINHA). 
       Minha mãe, particularmente, ao reler o livro recentemente, reforçou a informação que já me havia sido dada, também recentemente, por ENY, esposa de nosso primo MANINHO. Esclarecendo inclusive que essa é uma das primas com a qual mais conviveu, tendo até recebido dela emprestado seu lindíssimo vestido de noiva... Como esquecer? Impossível!
      Portanto, querida prima NILZA, seu nome, apesar de não constar no livro, consta em letras   maiúsculas no coração de sua prima LIDIA... rsrsrsrs...
      Recentemente, foi impressa uma nova tiragem de nosso livro, para a correção de todos os erros constantes da página desse blog nomeada ERRATA. Mas, infelizmente, ainda não é dessa vez que o nome de NILZA foi incluído. Por muito pouco! Se Deus me permitir algum dia uma segunda edição, esse erro também será corrigido. 
      Mas fica desde já aqui o meu reconhecimento público. E meu pedido de perdão.
      Abaixo, uma foto de seu casamento, com LAERTE FILGUEIRAS.


                                                                                  
       E mais outra, dela sozinha.



FONTE: ALMIRA E SEBASTIANA DOUSSEAU DE SOUZA
                                                                                

sábado, 1 de dezembro de 2012

4 GERAÇÕES DE MULHERES DOUSSEAU

Minha mãe costuma fazer umas coisas tão interessantes e carinhosas! Vejam só sua última obra: quatro gerações de mulheres DOUSSEAU. Da esquerda para a direta: minha avó MERITA DOUSSEAU DUQUE. Eu. Minha (e de todos vocês!) bisavó SUZANNA MANDRAL DOUSSEAU e ela, minha mãe, LIDIA DOUSSEAU DUQUE MAYRINK. Todas com alguma coisa entre 40 e 50 anos nas fotos. É só mais "um suspiro no tempo" e poderei então acrescentar mais uma ou duas fotos: minhas filhas MANOELA e CLARA. Numa linhagem de mulheres, o nome DOUSSEAU, propriamente dito, vai ficando perdido pelo caminho, mais cedo ou mais tarde. Mas o sangue fica ali...eternamente... Berrando seus determinantes. Nossa bisavó morreu antes mesmo do nascimento de minha mãe. Mas, em relação a minha avó e a minha mãe, posso afirmar com todas as letras: SÃO MULHERES DE CORAGEM! LINDAS EM SUA FORÇA E INTEGRIDADE. Peço a Deus que, um dia, minhas filhas possam dizer o mesmo de mim. E assim honraremos todas o caminho já percorrido. Enquanto vamos trilhando outros e outros e outros. FONTE: LIDIA DOUSSEAU DUQUE MAYRINK.


                                                                                

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

IRINEU GUIMARÃES

    Por que ele? Porque, como bem disse L.BRAGA no título de um livro de sua autoria, há "nomes e sobrenomes que viram adjetivo". E  nele IRINEU GUIMARÃES mereceu um verbete. Tendo tido meu caminho atravessado por ele de relance, já nos seus últimos anos de vida, pude comprovar, por fatos intimamente relacionados à minha família, que ele mereceu a justa homenagem feita através do livro, com prefácio de AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA, do qual extraio agora, para vocês, dois poemas. De autoria do próprio PROFESSOR IRINEU. Para que vocês mesmos possam aquilatar o tamanho do homem que a pequena GUARARÁ viu nascer, apesar de ter seu nome conhecido e reconhecido para além da pequena cidade. Para além de MINAS GERAIS. Para além mesmo do BRASIL.

                                                           COVARDIA
            
          "Pergunto-me, às vezes, á mim mesmo,
            Como tenho coragem de viver feliz
            neste mundo atormentado e aflito.

            Nesta noite fria, por exemplo,
            crianças abandonadas
            perambulam pela minha rua,
            famintas e desnudas...
            mas meus filhos dormem agasalhados
            da cabeça aos pés.
            Minha mulher, quando os põe na cama,
            envolve-os em lãs, como esquimós,
            e aquece-lhes ainda o coração
            com os seus beijos ternos
            de mãe carinhosa e boa.

            Eu sinto na boca, ainda, o gosto do meu jantar.
            Nada faltou, na minha mesa,
            que pudessem desejar os olhos
            gulosos de um bom burguês.
            E por aí, quanta gente vai dormir com fome...

            Cristo pregou uma doutrina
            político-religiosa
            que resolveria, sem dúvida o
            problema
            dessa desigualdade social
            em que vivemos.
            Mas, ai de mim! Se a pregar
            na praça pública,
            contrariando a opinião
            dos seus ministros...

            Eu vou, assim,
            daqui a pouco,
            para a minha cama,
            como toda noite
            e como tanta gente,
            no gozo da felicidade que me coube
            nessa partilha desigual de bens
            -calmo, burguês, covarde..."



                                                                         


         "Dá-me assim, Senhor,
         um novo coração,
         como deste ao cantor do Salmo Cinquenta e Um.
         Novo e forte,
         alegre e palpitante,
         perdoador e bom.
         Que seja como um vaso de cristal
         que cante, sonoro e alegre,
         dentro do meu peito, cheio de esperança.
         Um coração que se enterneça com a dor dos infelizes
         e se revolte ante a injustiça dos maus.
         Um coração que me palpite forte no peito,
         como os rufos de um tambor guerreiro,
         na cadência com que os homens bons da terra
         marcharão para a justiça e a liberdade".

  FONTE: Livro "IRINEU GUIMARÃES - A PRÁTICA SOCIALISTA DE UM EDUCADOR CRISTÃO", de ARSÊNIO FIRMINO DE NOVAES NETTO.

domingo, 25 de novembro de 2012

6.000 VISITAS!

                                                                             

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

PRAÇA DA MATRIZ - BICAS, EM FORMATO DESENHO.

Achei tão lindo... A paisagem é a mesma de muitas e muitas fotografias, que você pode conferir no ÁLBUM DE FOTOS ANTIGAS. Na verdade, a "arte" abaixo é justamente uma delas, a PRAÇA DA MATRIZ, em BICAS. Desenhada... Obra de CARLOS ANTÔNIO, da CASSON. FOTO: ARQUIVOS DE AMARILDO MAYRINK.



                                                                           
                                                                                      
                                                                             

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

ENCONTRO EM BICAS

Nesse último dia 14 de Novembro, quarta-feira, estivemos reunidos eu, alunos e professores do COPEB-BICAS, para conversarmos um pouco sobre a questão da imigração francesa em BICAS e arredores. Eram cerca de 40 jovens, com idade média de 15 anos, lindos e muito bem comportados, por sinal. Ouvintes atentos e educados. Espero sinceramente ter conseguido transmitir ao menos uma vaga ideia do que foi a saga desses corajosos imigrantes. O tempo era reduzidíssimo para a extensão do tema e a "língua solta" da palestrante...rsrsr... que aliás se sentiu extremamente feliz pelo convite. Que a fez voltar muitos anos a um tempo onde trabalhar com adolescentes lhe trouxe tanto prazer. Muito obrigada GIOVANA, RITA e MÔNICA. Obrigada também a todos os outros professores presentes. Que alguma semente de interesse pela história tão importante dos imigrantes todos em nossos municípios dos SERTÕES DO RIO CÁGADO tenha sido plantada. Aqui por esse blog, vocês poderão continuar dividindo comigo essa paixão. Que me comprometo a alimentar sempre. Abraços a todos: pequeninos franceses, italianos, libaneses, sírios, espanhóis, belgas, alemães, africanos, portugueses... Amei estar com vocês!


                                                                     



                                                     FOTOS: AMARILDO MAYRINK

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

MARIPÁ DE MINAS E REGIÃO

       Quando nos dispomos a estudar, mergulhando fundo num tema qualquer, a falta de material, em alguns casos, costuma ser quase que proibitiva. É o que acontece com a história de nossa região: BICAS, MARIPÁ, ROCHEDO, GUARARÁ, etc... E, quando vamos encontrando os poucos e preciosos livros, produtos  de idealistas e apaixonados pelo seu chão, precisamos saber ser reconhecidos. Para o caso de BICAS, até encontrei alguns. Mas, quanto a MARIPÁ DE MINAS, que é o principal foco de interesse para quem quer entender a imigração perigordina, só encontrei um. Um único e maravilhoso trabalho de pesquisa. O livro "MARIPÁ DE MINAS E REGIÃO, de JOSÉ LUIS MACHADO RODRIGUES. Que venho aqui hoje só para recomendar a vocês. Ele me foi apresentado duas vezes no mesmo dia, a cerca de 6 anos atrás: por NEIVA (DOUSSEAU) GUILHERMINO ROCHA e por LEONARDO ROCHA. Indispensável, sem sombra de dúvida. E deveria ser lido por cada aluno das escolas da região. Para que, conheçam a si mesmos através dos sinais que vem lá...bem longe no tempo. Recomendo a cada um de vocês. Mesmo aos que, tendo deixado a anos e anos os bancos escolares, guardam intacto o desejo de saber. De conhecer. De crescer. 


                                              FONTE: AMARILDO MAYRINK

sábado, 3 de novembro de 2012

5.000 VISITAS!

                                                                             

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

MAIS UM EXEMPLAR EM GUARARÁ!

É justo. Muito justo. GUARARÁ é importante demais para a saga dos imigrantes franceses, como temos podido constatar sem sombra de dúvidas. Portanto, tenho o prazer de apresentar o 4º exemplar "oficialmente reconhecido" de nosso livro "DOUSSEAU: ENTER - FRANCESES NO IMPÉRIO DO CAFÉ" em "terras guararenses". Agora sob os cuidados de FRANCISCO OLIVEIRA (na foto com AMARILDO MAYRINK), do blog "O GUARARENSE", que muito tem partilhado comigo e, consequentemente, com todos vocês. Pelo menos dois dos outros exemplares você poderá encontrar nas bibliotecas da cidade. E esperam por você! 
FOTO: SENHORA FRANCISCO OLIVEIRA.


                                                                             

terça-feira, 16 de outubro de 2012

UM PEDACINHO DO CENTRO HISTÓRICO DO RIO DE JANEIRO.


     Durante o mês de setembro, o MUSEU HISTÓRICO NACIONAL promoveu uma série de visitas guiadas gratuitas, sempre nos finais de semana, em comemoração aos seus 90 anos. Tal passeio tinha por nome '' Circuito turístico-cultural: De Fortaleza a Museu: observando as transformações ao seu entorno ''. 
    Com número limitado de pessoas e muito bem orientada, apesar do percurso pequeno. E nem poderia ser diferente, visto que mesmo nesse percurso limitado, a imensidão de belezas históricas a serem vistas, conhecidas e admiradas é de deixar qualquer apaixonado por história de queixo caído. Mais tivéssemos tempo e mais teríamos a ver. Ad infinitum!
    Sei que, numa rápida pesquisa no Google vocês podem aprofundar com matéria escrita e imagens cada um dos pontos visitados. Por isso não não me deterei nesse ponto. Apenas venho compartilhar algumas imagens de uma inesquecível e prazerosa tarde de domingo. Bom passeio!


              À esquerda, parte do MUSEU HISTÓRICO NACIONAL. Ao centro, RUA DA MISERICÓRDIA. À direita, parte da IGREJA NOSSA SENHORA DE BONSUCESSO, anexa à           SANTA CASA DE MISERICÓRDIA.
                                        IGREJA NOSSA SENHORA DE BONSUCESSO.
À esquerda, parte da IGREJA NOSSA SENHORA DE BONSUCESSO, localizada exatamente no que restou da  mais importante subida no extinto MORRO DO CASTELO: a LADEIRA DA MISERICÓRDIA.  À direita, RUA DA MISERICÓRDIA. A construção alta e moderna nos fundos é o TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
 Vemos aqui o que sobrou do MORRO DO CASTELO: essa pequena subida (ver foto anterior), que termina abruptamente. Está devidamente cercada e protegida, podendo ser hoje considerado um museu à céu aberto , tamanha a importância desses últimos sinais do berço do RIO, que foi o dito MORRO DO CASTELO.
                                                 MUSEU DA IMAGEM E DO SOM.
 Painel visível logo após ultrapassarmos o ARCO DO TELES, testemunhando aquele beco que um dia chamou-se TRAVESSA DO COMÉRCIO.
                            Ei-lo: o ARCO visto desde seu lado exterior, em plena PRAÇA XV.
                                                             PLACA INFORMATIVA 

CRÉDITO DAS IMAGENS: CLARA MAYRINK

domingo, 14 de outubro de 2012

CIRCUITO TURÍSTICO RECANTO DOS BARÕES

     Não sei se essa MARAVILHOSA iniciativa algum dia foi mais que isso: uma iniciativa. Não tenho notícias de projetos efetivos que aproveitem turisticamente tudo que a região tem a oferecer. Como, a exemplo de outros "recantos" mineiros: pequenos trechos de ferrovia para turismo; cooperativas agrícolas voltadas ao turismo, oferecendo os produtos da região diretamente "na fonte", através de visitas guiadas e promovidas pelas respectivas Secretarias de Turismo; visitas do mesmo gênero às fazendas históricas da região, mesmo que muitas já em ruínas, assim como aos outros pontos atrativos das cidades que compõem o dito roteiro;  aproveitamento do que houver restado da cultura dos descendentes de imigrantes que construíram verdadeiramente nossas cidades, a exemplo do famoso CARNEVALE de PEQUERI. Tudo isso apenas como pequenos exemplos do que poderia ser feito.  Um modelo muito interessante é o que acontece com  SÃO JOÃO MARCOS (no Rio de Janeiro, fazendo parte hoje de Rio Claro) que, mesmo tendo sido um dia literalmente submergida em decorrência de uma barragem, tem hoje, após décadas e décadas de abandono, o seu próprio roteiro guiado, onde se mostra o passo-a-passo do que havia em cada pedacinho  daquela extinta Vila. No nosso caso, é possível criar  um roteiro englobando todas as pequenas cidades da região, com o apoio não só de políticos, como, principalmente, de historiadores, antigos moradores, e profissionais de turismo gabaritados. Investimento que também deve contar com os comerciantes, artesãos, produtores rurais e  proprietários das antigas fazendas justificam o nome dado ao circuito, afinal, etc...
     Tudo isso é trabalhoso, obviamente, mas qualquer pessoa medianamente atenta sabe que não há outro futuro para nossas pequenas cidades do interior, fora do turismo.
     Então venho apresentar para vocês o nosso CIRCUITO TURÍSTICO RECANTO DOS BARÕES. Que entretanto, até onde pude entender, é alguma coisa que tem nome mas não tem corpo. Quero dizer: foi batizado mas não nasceu. E poderia ser um rebento tão bonito! Tão saudável! Lamento que não o seja.




                                                                     
FONTE: FRANCISCO OLIVEIRA. Você encontra na WEB mais algumas imagens interessantes dentro desse tema.



sábado, 13 de outubro de 2012

PORTO E FERROVIA - MEMÓRIA PRESERVADA NA GAMBOA

     Ufa! Perdão, meus amigos, pelo "amanhã" tão demorado ao qual me referi na última postagem... não costumo ser assim tão "infiel" a meus compromissos... rsrs... Mas vamos lá.
     O artigo de hoje trás uma novidade maravilhosa para os amantes da ferrovia. E tem relação exatamente com o extinto terminal ferroviário da GAMBOA, sobre o qual também falamos em nosso livro "DOUSSEAU: ENTER - FRANCESES NO IMPÉRIO DO CAFÉ". Vamos agora não só saber um pouco mais sobre ele, quanto sobre os projetos para o seu futuro! Para mim, notícia extremamente promissora. Que me faz ficar cada vez mais apaixonada pelo CENTRO DO RIO. Vamos lá?


ANTIGO TERMINAL FERROVIÁRIO DA GAMBOA
          GALPÕES SERÃO RESTAURADOS PARA USO SOCIAL

                Aos pés do Morro da Providência e vizinhos à Cidade do Samba, os Galpões da Gamboa já foram marcos da riqueza do Ciclo do Café. Hoje, o terminal ferroviário inaugurado em 1880 está abandonado, guardando apenas dois vagões da época em que serviu como depósito da Rede Ferroviária Federal. O restauro receberá investimentos de R$ 7.850 milhões em obra prevista para durar de 14 a 22 meses. Além das intervenções nos dois imóveis de 3.600 metros quadrados cada, o projeto prevê a criação de uma praça entre eles e a recuperação das duas composições ferroviárias que ainda estão no local.

                                                                               

                “Aqueles armazéns entraram em processo de deterioração quando houve o desmonte da Rede Ferroviária Federal e o transporte com trens de carga foi abandonado”, explica o assessor da Presidência da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp), Augusto Ivan. O urbanista lembra ainda que os galpões da Gamboa impulsionaram as primeiras mudanças no bairro. “Com a construção do pátio, vários trapiches se instalaram no entorno”, conta.
                ...
                Para o sócio-administrador da empresa Copa Engenharia, Luiz Eduardo Lomar, a recuperação dos imóveis e dos vagões será um trabalho desafiante. “Usaremos peças atuais que se assemelham ao estilo original com os quais as composições foram construídas. A fachada do edifício receberá tratamento especial para que fique com a cara original, do século XIX”, explicou Lomar. Os galpões já serviram como depósito para o armazenamento de produtos de exportação e depois foram utilizados como estacionamento para os trens da Rede Ferroviária Federal. A ideia é que as composições abriguem também um restaurante, aproveitando o potencial cultural, social e turístico que deve ser estabelecido com a recuperação da Região Portuária e a integração com a Vila Olímpica.
...


FONTE: REVISTA PORTO MARAVILHA Nº 5 - AGOSTO DE 2011 - CDURP - RIOPREFEITURA


                                                             



quarta-feira, 10 de outubro de 2012

RIO DE JANEIRO: NO INÍCIO, ERA O PORTO...

Boa tarde! Hoje trago para vocês a íntegra de um artigo publicado na REVISTA PORTO DO RIO 100 ANOS. Como vocês puderam ler no livro DOUSSEAU: ENTER, FRANCESES NO IMPÉRIO DO CAFÉ e em outras postagens aqui mesmo no blog, meu interesse pelo PORTO DO RIO e suas imediações é antigo. Até porque seria o "primeiro passo" (e aqui desconsidero a ILHA DAS FLORES....) dos nossos bisavós em terras brasileiras, digamos assim. Por outro lado, a ZONA PORTUÁRIA costuma ser "o umbigo" de todos os povos... Então vamos conhecer a história do nossa? Boa leitura!


                        OBRAS NO PORTO EM 1907 - PONTE DE AREIA - PEDREIRA  


                A história da cidade do Rio de Janeiro se confunde com a história de seu Porto. Durante algum tempo, os dois conviveram intimamente. O movimento da cidade era o movimento do Porto.
                "O Porto emerge da história do Rio de Janeiro como capítulo fundador. A cidade surge como monumento ao colonialismo, com seus fortes, suas igrejas e seu Porto. O forte protegia o Porto militarmente e a igreja o guardava espiritualmente. O Porto faz assim parte da história do medo: medo dos inimigos da terra ou corsários, medo do mar e de seus ventos e correntezas. A cidade e suas instituições afirmavam o domínio colonial sobre as terras da região da Baía de Guanabara no contexto da disputa colonial travada entre franceses e portugueses no século XVI. Assim, não seria exagero dizer que a cidade do Rio de Janeiro surge como Porto, uma vez que sua história está marcada pela dominação colonial" (professor Paulo Knaus, UFF).

    VISTA DA IGREJA DE SÃO CRISTÓVÃO, TOMADA DA PRAIA FORMOSA. NA ÁREA           SOBRE O MAR, ATUALMENTE, ESTÃO CONSTRUÍDOS O ACESSO À PONTE RIO-NITERÓI E AS AVENIDAS RIO DE JANEIRO E BRASIL.                                                                            


                A localização privilegiada da Baía Guanabara chamou a atenção dos primeiros portugueses que ali chegaram com a expedição de Gaspar de Lemos, em 1502. Documentos daquela época mostram que a palavra “porto” já era a mencionada em relação àquele lugar.
                A “cidade-porto” nasceria na verdade da disputa entre Portugal e França e a partir de então o Rio de Janeiro passaria a ocupar uma posição estratégica para os portugueses que pretendiam assegurar o seu domínio sobre a região.
                Foi em 1565 que Estácio de Sá, trazendo reforços para a luta contra os franceses, desembarcou junto à barra, entrincheirou se com seus homens numa faixa de terra entre os Morros cara de Cão e Pão de Açúcar, fundando em 1º de Março a Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Dois anos depois, preocupado com a defesa da cidade, Men de Sá transferiu-a, por motivos estratégicos, para o alto do Morro do Castelo. E foi ali, na faixa litorânea junto ao Morro do Castelo, ao longo do que seria mais tarde a Rua da Misericórdia, que as atividades portuárias do Rio começaram a dar seus primeiros passos, como conta Cláudio Figueiredo em seu livro “O Porto e a Cidade”.
                Pouco a pouco a cidade começa a descer o Morro e espalhar-se pela planície adjacente. Drenando charcos e pântanos, o Rio de janeiro expandiu-se para a área demarcada por seus quatro vértices: Morros do Castelo, São Bento, Santo Antônio e  Conceição. Da área nas proximidades do Morro de São Bento, conhecida como praia dos Mineiros (em frente à Ilha das Cobras), as atividades ligadas ao embarque e desembarque de mercadorias cresceram gradativamente com a construção de trapiches e depósitos na direção da Prainha (atual Praça Mauá), do Valongo, da Praia da Saúde, do Saco da Gamboa, do saco do Alferes e a Praia Formosa.
                Entre 1713 e 1760, segundo “O Porto e a Cidade”, a população do Rio passou de 12 mil para 30 mil pessoas, crescimento alimentado também pelo comércio do ouro, que também estimulou a vocação portuária de algumas áreas da cidade. O bairro da Misericórdia, junto ao Morro do Castelo, concentrou parte significativa do comércio, com trapiches e armazéns. Na Praia D. Manoel ficava o cais de desembarque, também destinado ao carregamento dos gêneros exportados.
                O ritmo da vida do entorno do Porto era ditado pelo horário do embarque e desembarque de mercadorias: entre nove da manhã e duas da tarde. O trabalho de carregamento das mercadorias liberadas pela alfândega era feito basicamente por mãos humanas – escravos. Não havia qualquer tipo de veículo. As sacas de café, pesando em média 70 quilos – que por volta de 1870 era o produto responsável por mais da metade das exportações brasileiras – eram carregadas na cabeça.
                A região costeira era a de maior concentração da cidade. Nos horários em que não havia a movimentação de cargas, sentava-se à beira-mar para conversar e tomar ar fresco. Foi ali que surgiram e prosperaram os principais mercados da cidade, que não eram absolutamente limpos. Aquela região, conhecida como Terreiro do Ó, depois Largo do Carmo, Praça de D. Pedro II e atualmente a Praça XV, era a porta da cidade e oferecia aos visitantes sua primeira impressão. O cronista Luis Edmundo observava que “não raro, essa gente que chega, mal põe o pé na terra, vai logo pondo, também, o lenço no nariz”.
                O aumento das exportações brasileiras – especialmente café – fazia urgente a melhoria do Porto da cidade.
                E foi então que vários projetos começaram a ser propostos e discutidos, o que alteraria grande parte da orla. O engenheiro André Rebouças foi quem trouxe os primeiros projetos de modernização do Porto, não só para o Rio como também para Recife, Salvador, São Luiz e Rio Grande.
                Mas suas ideias foram combatidas e poucas delas conseguiram se realizar.
                Figueiredo conta em seu livro que o nome de Rebouças ficou ligado à construção da Doca da Alfândega, parte de um projeto de construção de um porto que iria desde o Arsenal da Marinha até o Arsenal de Guerra, no atual Aeroporto Santos Dumont. As obras foram feitas até o trecho junto à Estação das Barcas para Niterói, deixando prontas a Doca do Mercado e a Doca da Marinha, onde hoje está instalado o Centro Cultural da Marinha.
                Rebouças teve outros planos ambiciosos para o Porto do Rio, como o de construir uma estação marítima ligada à Estrada de Ferro D. Pedro II, que atendia a boa parte do Vale do Paraíba escoando a produção de café. Mais uma vez, não conseguiu viabilizar o empreendimento. Operários foram presos às vésperas do início dos trabalhos e o seu sócio inglês abandonou o projeto depois de muitas pressões. Mais tarde, com o apoio de D. Pedro II, conseguiu fazer apenas 160 metros de cais, entre o Beco da Pedra do Sal e a Praça Municipal.

A REGIÃO AO LONGO DO ANTIGO CANAL DO MANGUE ERA INUNDADA CONSTANTEMENTE EM FUNÇÃO DAS CHUVAS QUE TRANSBORDAVAM OS RIOS QUE ALI DESAGUAVAM.

                                                                                
                 Seu projeto inicial de estender um ramal ferroviário até o Porto seria retomado mais tarde, mas não chegou ao fim previsto, porque, depois da Proclamação da República, o Ministro da Fazenda Rui Barbosa anulou a concessão.
                Com a extinção do tráfico de escravos, a maioria deles continuou ligada às atividades do Porto e fixou residência nos bairros próximos, normalmente em casas de cômodos insalubres e muito pobres, o que contribuiu para a degradação do local. Na área do Porto coabitavam brancos, negros, brasileiros, estrangeiros, operários, trabalhadores fabris, comerciantes.
                Em 1902, quando Rodrigues Alves assumiu a Presidência da República, o Rio já tinha perdido para Santos o posto de maior porto exportador do Brasil, mas era a principal porta para as importações. Disposto a transformar o Rio em um grande centro de atração, o Presidente promoveu uma série de reformas na cidade, como a avenida que acompanhava o canal do Mangue, a Avenida Central (hoje Rio Branco) e do Porto, todas feitas com financiamento inglês. Àquela altura, as elites já haviam chegado a um consenso no seu diagnóstico acerca da cidade. A solução para os sérios problemas urbanos do Rio estaria assegurada pelo tripé saneamento-abertura de ruas-embelezamento. Era preciso sanear a cidade e, para que isso acontecesse, as ruas deveriam ser necessariamente mais largas, criando condições para arejar, ventilar e iluminar melhor os prédios. Ruas mais largas estimulariam igualmente a adoção de um modelo construtivo mais digno de uma cidade-capital. Com Pereira Passos na Prefeitura e a Câmara Municipal fechada – a pedido do Prefeito, para que ele pudesse fazer as reformas necessárias sem interferências – o Rio mudou sua fisionomia, mudança conhecida como a Reforma Passos.

TERMINAL MARÍTIMO DA GAMBOA. AO FUNDO A CONTINUAÇÃO DA PRAIA DO CAJU E A ILHA DO FUNDÃO. EM PRIMEIRO PLANO O TERMINAL MARÍTIMO E, À DIREITA, A ILHA DE SANTA BÁRBARA, BASE DE OPERAÇÕES DA OBRA DO PORTO.

                                                                                   
                Mas essas mudanças trouxeram um custo social elevadíssimo, que incide basicamente sobre a população pobre que habitava a área central da cidade. Centenas de casas, cortiços, estalagens, avenidas e casas de cômodos, muitas das quais antigos casarões coloniais transformados em fonte de renda para seus proprietários através do aluguel, e quase todas promiscuamente superpovoadas, foram demolidas – Pereira Passos acaba ficando conhecido como o “bota-abaixo” – e milhares de pessoas se viram subitamente desabrigadas. Essa reforma aumentou a crise habitacional, a partir da qual se expandiram as favelas na área central da cidade, em especial na Saúde, na Gamboa, no Santo Cristo, na Harmonia, todas elas regiões próximas ao Porto.
                Em 1903 foi formada uma comissão de obras do Porto, que propôs a ocupação da área entre o Arsenal da Marinha, aos pés do Morro de São Bento e a embocadura do Mangue, num total de 3500 metros. Os outros 2000 metros, entre o Mangue e a Ponta do Caju ficariam para depois. A construção do cais do Porto teve início em 1904, com cerca de 1000 operários. O começo das obras dentro do mar – três dragas retiraram quase 3 mil metros cúbicos de areia do fundo – foi uma grande festa, com a presença do Presidente da República.

GAMBOA E ARREDORES, EM 1880. EM PRIMEIRO PLANO, PARTE DO TERMINAL MARÍTIMO E AS INSTALAÇÕES DA ESTRADA DE FERRO D.PEDRO II. À ESQUERDA, AO FUNDO, AS PRAIAS DE SÃO CRISTÓVÃO E DO CAJU. MARC FERREZ - COLEÇÃO INSTITUTO MOREIRA SALLES.
                                                                           
                Dois anos mais tarde seria inaugurado, também com grande pompa, o primeiro trecho do cais do Porto, com 500 metros de extensão. Em 1907, 1455 metros de cais já estavam prontos. No litoral da Saúde e da Prainha, onde o movimento portuário era mais intenso, as pontes de desembarque dos trapiches continuavam a ser utilizadas e só poderiam ser retiradas quando uma extensão considerável do cais já estivesse à disposição dos usuários. Nos últimos meses de 1908, o cais dispunha de 1900 metros e cinco armazéns estavam prontos.
                Em 20 de junho de 1910 a obra foi oficialmente inaugurada, com 2700 metros de extensão – faltavam ainda 800 metros do projeto original – e cinco armazéns. Os 800 metros que faltavam correspondiam ao trecho entre as Docas Nacionais e o Arsenal da Marinha. O mais grave, porém, é que dos 2700 metros concluídos, apenas 800 metros tinham condições efetivas de funcionamento, carecendo o restante de guindastes, armazéns, iluminação, linhas férreas, enfim, de toda a infraestrutura de apoio.
                Levou ainda um ano para que o Porto pudesse funcionar plenamente, com 18 armazéns internos, 96 externos e 90 guindastes elétricos.
                Finalmente, o Rio ganhava o Porto que merecia e começou ali a transformação da cidade em importante centro turístico.

EMBOCADURA DO CANAL DO MANGUE JUNTO À BAÍA DE GUANABARA:O OBJETIVO ERA SANEAR A CIDADE E MODERNIZAR O PORTO.
                                                                           
                Em novembro do ano seguinte, os serviços de exploração do Porto foram transferidos mediante concorrência a um grupo de capitalistas franceses que organizou a Compagnie du Port de Rio de Janeiro.
                Apesar da euforia com o novo Porto, as autoridades já tinham consciência de que ele precisava crescer ainda mais. E novos planos de expansão começaram a ser feitos, com a ampliação do cais do Mangue em direção ao Caju. Mas essa expansão só seria concluída na década de 30.
                Em 1923, a administração do Porto do Rio passou às mãos de brasileiros, que constituíram a Companhia Brasileira de Exploração de Portos. No ano seguinte, foram contratadas as firmas Societé de Construction du Port de Bahia e a Companhia Nacional de Construção Civil para construir o prolongamento do cais, previsto no projeto de 1903. A obra foi concluída em 1932, mediante o aterro de uma extensão de 2 mil metros, ocupando cerca de 180 metros quadrados da Baía de Guanabara.
                Em 1933, o contrato de arrendamento com a Cia.Brasileira de Exploração de Portos foi rescindido e a administração do Porto passou para a alçada do recém-criado Ministério da Viação e Obras Públicas. Completando a estrutura portuária do Rio, entre 1949 e 1952, seria construído o Píer da Praça Mauá, sobre um aterro de 33.200 metros quadrados.
                Nos anos 80, a modernização das operações de carga e descarga tornou as instalações portuárias existentes ultrapassadas. A adaptação do Porto do Rio às novas demandas revelou-se problemática, uma vez que a sua área para eventual expansão era limitada e as obras de modernização tinham custo elevado. Outra desvantagem, que no passado apresentava-se como vantagem, era a proximidade do Porto do centro comercial da cidade: o deslocamento das pesadas cargas inerentes à atividade portuária tornou-se incompatível com o intenso movimento da área central de negócios. Refletindo essa situação de decadência, a paisagem da parte aterrada exibe prédios abandonados, terrenos vazios e espaços sem nenhuma utilização.
FONTE: REVISTA COMEMORATIVA DOS 100 ANOS DO PORTO DO RIO DE JANEIRO - DEZEMBRO 2010 - DOCAS DO RIO - AUTORIDADE PORTUÁRIA.
               
                              
              Voilà! Amanhã voltaremos a falar sobre esse tema. Espero vocês!



       

sábado, 6 de outubro de 2012

4000 VISITAS!!! MUITOMUITO OBRIGADA!

                                                                         

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O PAÍS ONDE NUNCA SE CHEGA

Compartilho hoje com vocês esse texto magnífico, que tem como fonte o blog de FGAMORIM, recomendado por nossa prima ISABELLE DOUSSEAU GUILLEMOIS. São  palavras maravilhosas sobre o imigrante. Ou melhor: o coração de um imigrante. Belíssima e tocante maneira de nos descrever o indescritível. Mas que sempre é possível tentar, aos homens de boa vontade. Está aqui, para vocês:


“O exílio é o momento em que o homem se dá conta, freqüentemente com dor, do apego quase carnal que tem por seu território (país, terra natal, pátria) e por seu grupo (família, amigos, comunidade, nação) de origem.

Esse espaço, que nos modelou, e que cada um de nós, por sua vez, modela à sua feição, é também o espaço de nostalgia, da saudade do retorno. A palavra enuncia ao mesmo tempo a causa e o remédio. Na ilusão de que o remédio (o retorno) bastará para curar o mal suprimindo-lhe a causa (o exílio), a saudade enceta um patético trabalho de memorização, reminiscência e imaginação. Em relação aos locais escolhidos para esse fim, desencadeia um autêntico processo de sacralização e, dessa forma, coloca o espaço e o tempo em um mesmo plano, dando margem a se acreditar que a abolição de um acarreta a abolição do outro.
Mas nem todos os exílios se assemelham. Há os longos e os menos longos, os definitivos e os provisórios. Alguns são impostos (banimento, deportação, fuga); outros, desejados - pelo menos aparentemente. O término de alguns só depende do próprio exilado, enquanto o outro se subordina a decisões alheias. Tampouco a saudade é sempre a mesma. A do exilado político não se iguala à do imigrante, a do trabalhador emigrado não coincide com a do colono. Ela varia em função da relação que o exilado mantém com a sua terra natal, de um lado, e com a terra que o acolheu, do outro.
Essa dupla relação modifica-se com o tempo, pois este influi na sensação dos exilados de pertencerem a qualquer lugar. O local e o entorno, o aqui e o lá, o ontem e o hoje - a consciência de todas essas relações e de todas essas diferenças modula a inquietação e a saudade.
No fundo, a saudade expressa bem o que é o exílio: a busca de uma impossível ubiquidade, o sonho de estar aqui e acolá ao mesmo tempo. A saudade alimenta-se de dualismos: duas vidas simultâneas, vividas em dois níveis - o da realidade e o desejo. A realidade de uma vida ativa e presente, material, imediata, cotidiana; e o desejo a uma vida absolutamente interior, secreta, composta de lembranças e da imaginação daquilo que não é mais, mas que poderá voltar a ser - uma vida sobreposta à vida real.
Embora o exílio não cesse de transformá-la, de embelezá-la, a terra da saudade não deixa de ser uma terra conhecida, já experimentada e vivida: a terra natal. Desse ponto de vista, Ulisses pode ser considerado o protótipo do exilado errante em busca do seu país, e a Odisséia, o relato desse exílio e de seu retorno, ou seja, a cura da saudade. Tudo se passa como se o retorno a Ítaca compensasse totalmente a partida ocorrida 10 anos antes. Mas tal retorno não se concretiza, nem tal saudade se esfuma tão fácil e mecanicamente quanto se poderia supor.
Ulisses não navega por navegar, por se sentir atraído pelo mar ou seduzido pela imensidão. Ao contrário do herói de Dante, que transpõe as colunas de Hércules para se aventurar no oceano em busca de novos horizontes, o de Homero é um imigrante como outro qualquer, que só deseja voltar para casa, após passar pela prova da ausência - o que seria enunciado mais tarde, de uma forma prosaica, por outro exilado celebre, Victor Hugo: “Não se pode viver sem pão, nem se pode viver sem pátria”. Com a única diferença que Ulisses não cessa, durante seu périplo, de lutar pelo retorno, de enfrentar obstáculos cujas sucessivas superações, uma a uma, o deixam cada vez mais próximo da sua meta. Além disso, pretende voltar à sua terra na condição de soberano para restaurar a situação anterior, como se 10 anos de ausência nada representassem.
No retorno de Ulisses não há decepção - a decepção que quase sempre substitui a saudade quando se constata que o remédio tão esperado não basta para curar o mal. Pois aquele que volta não é mais o mesmo que partiu, e os lugares que revê jamais estão tal como ele se recorda. O retorno, para o exilado, é um retorno a si mesmo, ao tempo anterior ao exílio - é retrospectiva, retrospecção. Possível no espaço, o retorno é impossível no tempo. Permite todas as esperanças, mas é fonte de decepção e frustração.
Ausente do Ulisses de Homero, a decepção subjaz em todos os Ulisses modernos, como demonstra o de Nikos Kazantzakis. Sua Odisséia começa onde termina a de Homero. Assim que se instala confortavelmente em seu palácio, Ulisses sente invadir-lhe a inquietação. Entediado, começa a sonhar com a nova partida, com as terras maravilhosas que visitou e desprezou. Assim, o partir e o voltar remetem ininterruptamente um ao outro. Há o prazer de ter retornado, mas há sobretudo o prazer de retornar sempre - o que exige partir eternamente. Para a saudade não se transformar em decepção, é preciso manter a expectativa do retorno.”

(Escrito por Abdelmalek Sayad, sociólogo argelino, in “O Correio da Unesco”, Brasil, ano 24, nr. 12, Dezembro de 1996)

sábado, 29 de setembro de 2012

JORNAL "A SEMANA" - 06-04-1889.

NOTÍCIAS DE GUARARÁ:

             "Festeiros e procuradores das festividades da Semana Santa para o ano de 1900.

                                                                   PASSOS
               PROVEDORES: TENENTE CORONEL JOAQUIM JOSÉ DE SOUZA e       
                                             COMENDADOR FIRMINO FRANÇOIS ALIBERT
               PROVEDORAS: Exma. BARONEZA DE CATTAS ALTAS E Exma. D.AMBROZINA
                                             PEREIRA SOARES.
                                                                   DORES
          PROVEDOR: CORONEL JOSÉ RIBEIRO DE OLIVEIRA E SILVA
               PROVEDORA: Esposa do Senhor Major FIRMINO DIAS TOSTES
                                                                ENTERRO
          PROVEDOR: CAPITÃO ANTÔNIO DIAS DA SILVA COELHO
               PROVEDORA: D.ANNA REGINALDA DO ESPÍRITO SANTO
                            SÁBADO DE ALELUIA E DOMINGO DA 
                                      RESSUREIÇÃO
          FESTEIROS: ANTÔNIO JOSÉ FERREIRA BARROZO, ILDEFONSO PIRES DE
                                       MENDONÇA e D.JESUÍNA DE PAULA CAMINHA.
               PROCURADORES: JOSÉ DUARTE DE SOUZA MARQUES, EMYDIO BRAZ DOS
                                                   SANTOS e PASCHOAL LAMOGLIA.

FONTE: BIBLIOTECA NACIONAL
          

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

NOVIDADE DE IMPORTÂNCIA MÁXIMA EM DOCUMENTOS ANTIGOS. PARA TODOS OS DOUSSEAU!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

NÃO PERCA!!!!!!!!!!

JORNAL "A SEMANA" DE 05-12-1895

NOTÍCIAS DE GUARARÁ:

                                                           A PEDIDOS
                             COM AS AUTORIDADES
  
                       Chama-se a attenção das autoridades policiais para um escandaloso cangere organizado na FAZENDA DO Sr.JOÃO PIRES.
                       Essa perniciosa peste, como todos sabem, desvia todos dos seus deveres e avassala tudo.
                       São seus chefes, fuãos, EUZÉBIO, REGINALDO, ESTANISLAU e um curandeiro MAXIMIANO, nomes que recommendam-se às autoridades.
                       Providências.

                                                               Um prejudicado.


                 Não sei se rio ou se choro... Fico aqui me lembrando dessa nova e maravilhosa novela chamada "LADO À LADO". E penso que algumas coisas, principalmente alguns maus hábitos, mudaram muito pouco em nossas cidadezinhas do interior... Algumas noções "encroaram", digamos assim. Como se não tivéssemos duas vezes mudado de século... O que pensam vocês?

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

JORNAL "A SEMANA" DE 24-10-1895.

NOTÍCIA DE BICAS:

                             GRANDE NOVIDADE BREVEMENTE!
      Grandes e magníficas touradas em Bicas. Chama-se a
      attenção do respeitável público para este divertimento
      nunca visto neste lugar.
                        BREVEMENTE!BREVEMENTE!
                                A LOS TOROS!

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

JORNAL "A SEMANA" DE 13-10-1895.

NOTÍCIA DE BICAS:

ANÚNCIO:             COLLEGIO SENHORA DA CONCEIÇÃO
                                                         BICAS
                         CURSO COMPLETO DE INSTRUCÇÃO PRIMÁRIA
                         E SECUNDÁRIA PARA MENINAS, ACCEITANDO-
                         SE TAMBÉM MENINOS MENORES DE 10 ANOS.
                                                  A DIRETORA
                                                ETELVINA DIAS