Sim! Você pode me perguntar a razão de tanta festa afinal, GUARARÁ já não é nenhuma "mocinha" e nunca comemorei aqui seu aniversário. Mas esse ano é especial, para mim. Porque, nos últimos tempos, tenho acompanhado através de sua página no Facebook, chamada "GUARARÁ PATRIMÔNIO HISTÓRICO", todo o esforço apaixonado de uma parte daquela comunidade no sentido de não só preservar mas, principalmente resgatar e reescrever sua história, preenchendo lacunas e esclarecendo tanto quanto possível as obscuridades de décadas e décadas. Parabéns, GUARARÁ! Parabenizo também a todos os envolvidos nessa "onda do bem" de preservação, na figura gentil e dedicadíssima de RODRIGO. E VIVA GUARARÁ!!!
Abaixo, transcrevo o texto publicado hoje naquela página.
"Em 05/12/19 nosso estimado município de Guarará completará seus 129 anos de emancipação política, sendo abençoado durante todo este tempo pelo Divino Espírito Santo, desde a sua fundação em 1828. A começar pelos primeiros desbravadores destas terras ainda inabitadas, passando pelo período de povoação, crescimento, emancipação e chegando aos dias atuais, não foram poucas as pessoas com suas famílias e descendentes que deixaram um pouco da sua contribuição para o progresso destO tempo passou, deixando suas marcas nas ruas e construções centenárias, sendo que muitas não sobreviveram na contemporaneidade, para contar um pouco da história daquela época remota, onde não havia uso de tecnologias e a vida passava vagarosamente, ano após ano, entre as nossas verdejantes montanhas.
O tempo histórico acelerou, o silêncio e o barulho dos carros de bois, carroças, charretes e cavalos foi ficando cada vez mais distante e atrelado à memória dos antigos habitantes. No seu lugar, aos poucos, foi chegando o barulho do automóvel e a introdução de novas tecnologias para o conforto da vida moderna, algo inexistente no passado. Assim, a história caminha lenta ou aceleradamente pelas ruas de nossa cidade ao longo de seus 129 anos de vida, deixando e apagando marcas na construção de nossa memória histórica.
Parabéns, primeiramente arraial a partir de 1828 e distrito do Espírito Santo do Mar de Espanha em 1868, em seguida emancipado com o nome de Vila de Guarará em 05/12/1890; na sequência em 1894 Vila do Espírito Santo de Guarará; na década de 1920 novamente Vila de Guarará, até ficar somente o termo Guarará a partir do final da década de 1930, como conhecemos nossa cidade nos dias atuais. Tantas foram as mudanças que não apagaram e sim enalteceram sua história e memória ao longo de mais de um século. Parabéns, Guarará, terra amada e querida por várias gerações, desde a sua fundação até o presente momento de 05/12/19."
Sejam todos muito bem vindos! Pretendo que seja aqui o nosso novo espaço de pesquisa, troca de idéias e informações.E não deixe de ler meu livro "DOUSSEAU: ENTER - FRANCESES NO IMPÉRIO DO CAFÉ".Você vai gostar! Abraços!
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quinta-feira, 5 de dezembro de 2019
sábado, 19 de outubro de 2019
CHICRE FARHAT - EM MEMÓRIA.
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FONTE: FACEBOOK DO PRÓPRIO |
No dia 09 de Outubro de 2019, CHICRE FARHAT, o polêmico, o sincero, o vulcão, o poço de sentimentos e de palavras diretas e verdadeiras, nos deixou. Passados alguns dias, desejo que tenha conseguido toda compreensão de coisas e pessoas que sempre buscou e que, nesse momento, tenha apreendido a ideia/realidade de Deus, aquela que nos dá consolo nessa terra. Que, na presença d'Ele, tenha encontrado todas as respostas e toda paz que possa haver.
Embora tendo notícias de sua existência desde minha infância passada em BICAS, foi só na idade adulta, quando despertei para a pesquisa histórica de minha família, que passei a buscar a compreensão e o conhecimento de seus escritos, de sua pessoa, de suas palavras. E foi aí que também tomei conhecimento de seu irmão EMIL e de seu primo FUED, que me forneceram material de grande valor, embora a níveis diferentes, para os primeiros "goles" da tão rasa, superficial e incompleta história de nosso pequeno pedaço de chão. Sem a contribuição dessa família, me pergunto quão ainda mais rasa e árida seria a compreensão da intimidade sócio-histórica de BICAS.
Mesmo tendo vivido na mesma cidade que CHICRE, sempre me pareceu maior a distância entre MADUREIRA e IPANEMA que entre MADUREIRA e BICAS. Cariocas entenderão. Devido a isso, nunca o conheci pessoalmente. É de minha convivência com o mundo e as pessoas que foram o centro nevrálgico de seu coração exaltado e cansado que nasceu me interesse em sua pessoa, em sua história, em suas contradições, em seus sentimentos e palavras sempre tão contundentes. Chego a crer que eu, pessoalmente, nunca conheci alguém tão sincero em minha vida. Se um dia a luz de verdade, daquelas que clareiam e não daquelas que, na verdade, buscam perturbar a visão, se voltar para sua obra, suas queixas e questionamentos, talvez BICAS comece a caminhar para o futuro e se "desamarre" de tanta história social sem base na realidade histórica. Também sou avessa a mumunhas e enaltecimentos de falsas verdades.
Seja lá o que for que o senhor tenha podido encontrar "do lado de lá", certamente foi mais feliz do que nessa terra, nos últimos anos. Isso me consola e, tenho certeza, a todos aqueles que o queriam bem e admiravam. Obrigada por cada gota de atenção que me dispensou em nossos embates filosófico-religiosos e em nossas divagações históricas. Obrigada também por suas obras, indispensáveis. A maior delas? Para mim, "O RESGATE". Diga para seu irmão EMIL que o "DINHEIRO NA ESTRADA" dele é quase meu livro de cabeceira. E não deem por aí muito trabalho à dona ÁSSIMA, depois de matarem as saudades...
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FONTE: FACEBOOK DE WALESKA PENCHEL |
Respeitosamente,
Marly Mayrink
Para vocês, leitores, uma pequena coletânea de imagens de CHICRE FARHAT e de sua obra.
A CASA ESTÁ ALI
"Na praça, minha casa está ali.
Fechada ou aberta, sempre
na resistência.
Enfrentou meio
século de cocho e cabresto.
Abro a porta, ando pelos
corredores, quartos.
Sombra, vultos, ouço passos,
a memória se acende.
Profetizava Mario Quintana:
- "Não importa que a tenham
demolido. A gente nunca esquece
a velha casa onde nasceu."
Meu pai morto, na sala de visitas.
Setembro de 1940.
Desesperada, aos prantos e
lamentos, minha mãe sofre.
Nove filhos torturados na dor.
Ao sair o enterro, sete irmãs
nas janelas gritam e choram.
A Banda de Música dos ferroviários
toca a Marcha Fúnebre de Chopin.
Minha casa está ali, tão grande,
de esquina, como flor de luto,
intocável.
Quintal, jardim, horta, árvores
frutíferas, enorme pé de abacate e
galinheiro. Mundo lúdico.
No porão, a lenha cortada por Isidoro,
que também esvaziava engradados
de cachaça, decantando para o
Bar Memphis.
Pastel do Tião, nosso empregado e
amigo há trinta anos.
( Minha casa está na Praça do
democrata Raul Soares,8, com o busto
do ex-ditador fascista Getúlio Vargas )
Bofetada na grandeza do nobre gesto
da DOAÇÃO.
Tanto desprendimento, o! Deus.
Por que? Para quem?
Para minúsculas amebas,
sem presente, passado,
tradição, sem história,
e biografia de apagada evil tristeza."
Abro a porta, ando pelos
corredores, quartos.
Sombra, vultos, ouço passos,
a memória se acende.
Profetizava Mario Quintana:
- "Não importa que a tenham
demolido. A gente nunca esquece
a velha casa onde nasceu."
Meu pai morto, na sala de visitas.
Setembro de 1940.
Desesperada, aos prantos e
lamentos, minha mãe sofre.
Nove filhos torturados na dor.
Ao sair o enterro, sete irmãs
nas janelas gritam e choram.
A Banda de Música dos ferroviários
toca a Marcha Fúnebre de Chopin.
Minha casa está ali, tão grande,
de esquina, como flor de luto,
intocável.
Quintal, jardim, horta, árvores
frutíferas, enorme pé de abacate e
galinheiro. Mundo lúdico.
No porão, a lenha cortada por Isidoro,
que também esvaziava engradados
de cachaça, decantando para o
Bar Memphis.
Pastel do Tião, nosso empregado e
amigo há trinta anos.
( Minha casa está na Praça do
democrata Raul Soares,8, com o busto
do ex-ditador fascista Getúlio Vargas )
Bofetada na grandeza do nobre gesto
da DOAÇÃO.
Tanto desprendimento, o! Deus.
Por que? Para quem?
Para minúsculas amebas,
sem presente, passado,
tradição, sem história,
e biografia de apagada evil tristeza."
DESABAMENTO DA ESCOLA
"AV. GOVERNADOR VALADARES,foi a homenagem pendurada na na raquítica biografia do "GOVERNADOR"SEM VOTO, ZERO À ESQUERDA.Reles "INTERVENTOR" do ESTADO NOVOfascista, do Getúlio. Traiu Minas de Tiradentes e o Brasil de Ruy Barbosa.O Grupo Escolar Cel. Souza, da rua D.Anna,o único da cidade desabou, em surdo estrondo, em noite de chuva. Caiu de podre. E se de dia acontecesse a tragédia, alunos eprofessores presentes?OITO ANOS, BENEDITO VALADARES largouao chão o monturo lambão do desgoverno.OITO ANOS, o lixo escolar apodreceu na terra.Em porões úmidos e fétidos de velhas casas,nos salões de catação de café, prosseguiramas aulas.Alunos sentados no chão, sem carteira, quadronegro, banheiro.Desastrado INTERVENTOR da ditadura Vargas,comovida, minha geração agradece esses anos de chumbo e ultraje.Na AV. GOVERNADOR VALADARES, quandopor lá passamos, fazemos o sinal da cruz.Sem erro, na Reta está seu nome..."
DIREITAS PALAVRAS
"Vim para o canto do cisne, numa finita plumagem, como pobre folha amarela de outono. Olho o verde amanhecer das montanhas, campos orvalhados, a beleza da fonte suave cantando, sinto o refinado ar da infância, o imenso arco azul leve do céu, onde sonhos foram sonhados, bruma dos esquecimentos, a alvorada de neblina. Tudo me fala e entendo: escuto rosas e girassóis desses canteiros de lírios. Inclino-me ante criaturas, que me acolheram, resgato dívidas, e deposito o mesmo número de lágrimas da gratidão.Há abrir de baú, onde guardo afetos.Ainda ouço o rouco apito da Oficina, de 117 anos. Abraço o irmão ferroviário, largado só na estrada, em férrea manobra.Arrancaram trilhos, que tantos sonhos conduziram. Generosos, nos deixaram o carvão, a fuligem e a graxa.Falta-me a mesma força, ando lento, o coração amparado na muleta do "marca passo." Por mais de meio século, na tribuna, jornais, livros abri horizontes.Se me permitem a confidência:DOAMOS, eu e irmãos, valioso tesouro de fundas lembranças, que ainda doem, por não esquecê-las. Ainda ouço vozes.Nenhuma esperta nomeação, qualquer verba ou troca, projeto algum reivindiquei para mim. Nada possuo, sequer efêmero pedaço de chão, onde cair morto.Assessor Especial do prof.Bilac Pinto, Secretário de Finanças do Gov. Magalhães, trouxe à BICAS, o GRUPO ESCOLAR RETTO JR., a CAIXA ECONÔMICA ESTADUAL e a BIBLIOTECA PÚBLICA, fora o material escolar e a montagem de cantinas para vários Grupos. Nesta angústia do tempo, tem a consciência a mesma leveza dos belos pássaros coloridos de minha terra.Ah! perguntas sem palavras.Alguma mágoa esquecida, ou remota culpa inocente, busco perdão.Poupou-me Deus o sentimento do rancor e da ingratidão."
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Descerrando uma placa em sua homenagem. FONTE: Facebook de CHICRE FARHAT |
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Folder exibido no COLÉGIO ELITE, quando CHICRE FARHAT recebeu a alegria e a honra de ser nomeado patrona da biblioteca daquela escola. |
NOVENTA ANOS
"HOJE, DIA 12 DE FEVEREIRO,TOMEI DERRADEIROS REMÉDIOS DA INCERTA
SOBREVIVÊNCIA. DIA 5 DE MARÇO, PRÓXIMO, CHEGA AOS NOVENTA ANOS DE IDADE.
DA VIDA, NÃO ESPERO MAIS NADA. ACABOU. FORAM-SE MEUS PAIS, IRMÃOS, PARENTES E AMIGOS, COLEGAS DE TODOS OS TEMPOS: DA INFÂNCIA, DO PRIMÁRIO, NO EXTERNATO STA. TEREZINHA, DO SECUNDÁRIO E CLÁSSICO, NO INSTITUTO GRANBERY, INTERNO, SETE ANOS, EM JUIZ DE FORA, E NO RIO, EM 1947, NA UFRJ, ONDE CURSEI DIREITO, E O CONCLUI, EM 1951,COMO ORADOR DA TURMA.
EM GRANDE PARTE DESSE TEMPO, PARTICIPEI NOS JORNAIS, LIVROS, NA TRIBUNA, COMO CANDIDATO A DEPUTADO ESTADUAL, NUMA DOUTRINAÇÃO CONSTANTE (SOB AMEAÇA E TENTATIVA DE SUBORNO), VISANDO À FORMAÇÃO DE LIDERANÇA NA CIDADE, AFINAL, RESULTANDO NA ELEIÇÃO DE DOIS NOVOS PREFEITOS, DISTANTES DOS VELHOS TEMPOS DA MIÚDA POLÍTICA DO COCHO E CABRESTO.
APAGA-SE A ESPERANÇA, FIMBRIO HORIZONTE DISTANCIA-SE. SOFRIDAS AUSÊNCIAS FICAM. A SAUDADE DO MOMENTO DE PERMANENTE REBELDIA. SINTO, MEU TEMPO MADURO SE DESLIZA, IRREFREÁVEL, PARA O FIM.
CURVAS DA EXISTÊNCIA, MAIS DO QUE A NOITE, OBSCURECEM O QUE FICOU PARA TRÁS. VIVEMOS O FASTÍGIO DAS CORES E FORMAS HUMANAS. GERAÇÕES NOVAS SOFREM DESSA CONVERSÃO DE VALORES.
DESEJA A MORTE SE APROXIMAR DE NÓS A TODO INSTANTE.
ELA MESMA É COISA DE INSTANTE. (TALVEZ TENHA QUE ANDAR MAIS UM BOCADO ANTES DE ENCONTRÁ-LA).
MURCHA MINHA GERAÇÃO. HÁ UMA INVERSÃO DRAMÁTICA,
UM MOMENTO DE CULPAS, APREENSÕES, INCERTEZAS.
ENCONTRO AS PALAVRAS DO MEU QUERIDO IRMÃO, EMIL,
NO LIVRO DE MEMÓRIAS:"HISTÓRIAS OUVIDAS E VIVIDAS."
- " É CERTO, NÃO VIVI A VIDA QUE ESPERAVA. MAS VIVI COISAS INESPERADAS, SURPREENDENTES FELIZES E BOAS.
CHEGO A ESTE PONTO COMO GRANDE DEVEDOR. ALGUNS AMIGOS FICARAM ME DEVENDO POUCAS COISAS. EU ESTOU DEVENDO A TODOS. POR TEREM SIDO AMIGOS."
DA VIDA, NÃO ESPERO MAIS NADA. ACABOU. FORAM-SE MEUS PAIS, IRMÃOS, PARENTES E AMIGOS, COLEGAS DE TODOS OS TEMPOS: DA INFÂNCIA, DO PRIMÁRIO, NO EXTERNATO STA. TEREZINHA, DO SECUNDÁRIO E CLÁSSICO, NO INSTITUTO GRANBERY, INTERNO, SETE ANOS, EM JUIZ DE FORA, E NO RIO, EM 1947, NA UFRJ, ONDE CURSEI DIREITO, E O CONCLUI, EM 1951,COMO ORADOR DA TURMA.
EM GRANDE PARTE DESSE TEMPO, PARTICIPEI NOS JORNAIS, LIVROS, NA TRIBUNA, COMO CANDIDATO A DEPUTADO ESTADUAL, NUMA DOUTRINAÇÃO CONSTANTE (SOB AMEAÇA E TENTATIVA DE SUBORNO), VISANDO À FORMAÇÃO DE LIDERANÇA NA CIDADE, AFINAL, RESULTANDO NA ELEIÇÃO DE DOIS NOVOS PREFEITOS, DISTANTES DOS VELHOS TEMPOS DA MIÚDA POLÍTICA DO COCHO E CABRESTO.
APAGA-SE A ESPERANÇA, FIMBRIO HORIZONTE DISTANCIA-SE. SOFRIDAS AUSÊNCIAS FICAM. A SAUDADE DO MOMENTO DE PERMANENTE REBELDIA. SINTO, MEU TEMPO MADURO SE DESLIZA, IRREFREÁVEL, PARA O FIM.
CURVAS DA EXISTÊNCIA, MAIS DO QUE A NOITE, OBSCURECEM O QUE FICOU PARA TRÁS. VIVEMOS O FASTÍGIO DAS CORES E FORMAS HUMANAS. GERAÇÕES NOVAS SOFREM DESSA CONVERSÃO DE VALORES.
DESEJA A MORTE SE APROXIMAR DE NÓS A TODO INSTANTE.
ELA MESMA É COISA DE INSTANTE. (TALVEZ TENHA QUE ANDAR MAIS UM BOCADO ANTES DE ENCONTRÁ-LA).
MURCHA MINHA GERAÇÃO. HÁ UMA INVERSÃO DRAMÁTICA,
UM MOMENTO DE CULPAS, APREENSÕES, INCERTEZAS.
ENCONTRO AS PALAVRAS DO MEU QUERIDO IRMÃO, EMIL,
NO LIVRO DE MEMÓRIAS:"HISTÓRIAS OUVIDAS E VIVIDAS."
- " É CERTO, NÃO VIVI A VIDA QUE ESPERAVA. MAS VIVI COISAS INESPERADAS, SURPREENDENTES FELIZES E BOAS.
CHEGO A ESTE PONTO COMO GRANDE DEVEDOR. ALGUNS AMIGOS FICARAM ME DEVENDO POUCAS COISAS. EU ESTOU DEVENDO A TODOS. POR TEREM SIDO AMIGOS."
"É, minha mãe (4 de
dezembro),mais um ano de escuridão e silêncio.Lá do fundo do Maripá de Minas (ondeo alcançou à cavalo, em sofridas horas,vindo de Bicas, após desembarque de trem).Vilarejo sem médico, sem remédio, luzelétrica, escola, sem recursos, você resistiu.Com quinze
anos, longe dos parentes,
amigos, do Extremo Oriente, tudo arrancado
do frágil coração, na aventura à América...
Afetuosa mulher árabe, dela jamais se ouviu
a pálida faísca do lamento.
Daquele
fim de mundo do início do século,
filhos chegavam.
NOVE herdeiros assustavam, mas distribuiu
a última gota de mel.
Em 1940, já em Bicas, o jovem companheiro
de sonhos se foi, sem um gemido.
Alcançava
a dor horizonte sombrio,
tamanho desafio, instigante.
Sozinha, viúva, em pequena cidade, com
sua pobreza de dádivas,
não nos deixou dispersar.
Prendeu-nos com grilhões da bondade humana.
Ah! querida, tão longe, como gostaria voltar ao
que era".
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FONTE: Facebook de CHICRE FARHAT. |
Concluo com as imagens abaixo, da grande e mal correspondida paixão do Sr. CHICRE FARHAT, reiterando que as plameiras que hoje cobrem o nome de sua tão querida ÁSSIMA continuem crescendo e crescendo até que ele fique para sempre visível e à descoberto. Como era de seu desejo. Com carinho concluo. Ao senhor, minhas sinceras homenagens.
terça-feira, 8 de outubro de 2019
NOTA DE FALECIMENTO
Viemos com muito pesar comunicar o falecimento hoje, 08 de Outubro de 2019, de JOSÉ DOUSSEAUX DE JESUS, o ZEQUINHA.
Seu sepultamento será amanhã, às 8h, em SANTOS DUMONT (MG), a cidade onde vivia, assim como praticamente todos os outros descendentes de seu pai JOSÉ DOUSSEAU (tio Zezé) e ANELINA DOUSSEAU.
ZEQUINHA foi o único filho de tio ZEZÉ que tive o prazer de conhecer, ainda que tendo-o visto uma única vez, quando eu tinha aproximadamente 7/8 anos, em casa de minha avó MERITA, em BICAS. Como disse minha mãe e sua prima, LYDIA: " Que DEUS o receba com amor, pois foi uma ótima pessoa". Amém.
Nosso abraço e nossos sentimentos a toda família.
Seu sepultamento será amanhã, às 8h, em SANTOS DUMONT (MG), a cidade onde vivia, assim como praticamente todos os outros descendentes de seu pai JOSÉ DOUSSEAU (tio Zezé) e ANELINA DOUSSEAU.
ZEQUINHA foi o único filho de tio ZEZÉ que tive o prazer de conhecer, ainda que tendo-o visto uma única vez, quando eu tinha aproximadamente 7/8 anos, em casa de minha avó MERITA, em BICAS. Como disse minha mãe e sua prima, LYDIA: " Que DEUS o receba com amor, pois foi uma ótima pessoa". Amém.
Nosso abraço e nossos sentimentos a toda família.
sábado, 5 de outubro de 2019
05 de Outubro de 2019.
PHARMÁCIA IMPERIAL
Bom dia, queridos leitores! Faz um tempinho, não?
Em compensação, vim trazer uma lembrança que me é muito cara, do tempo em que, em função de minhas pesquisas, fiz várias viagens à BANANAL e redondezas: ARAPEÍ, SÃO JOSÉ DO BARREIRO... Sempre seguindo a "rota dos imigrantes" do VILLE DE BUENOS AYRES e do NÍGER, que inclui PIRAÍ, BARRA DO PIRAÍ e todos os municípios limítrofes destes, que em outros tempos formavam um todo um tantão maior.
Nessas encantadoras e mágicas viagens, tive contato com maravilhas que, com justiça, fazem dessas cidades um destino turístico merecedor de toda nossa atenção. Principalmente se somos amantes de História. Aquelas visitas:
- à FAZENDA BELA ALIANÇA, entre VARGEM ALEGRE (para onde foram nossa SUZANNA, com apenas 3 aninhos e seus pais, após desembarcarem no RIO DE JANEIRO, vindos da DORDOGNE (ou Périgord) e PIRAÍ. Sua inesquecível proprietária MARIA LUIZA LEÃO e seu dedicado e solícito caseiro ÍRIO. A magia que vinha de cada centímetro daquelas construções e daquelas terras... São memórias que ficam guardadas no fundinho do coração e que poucas palavras podem descrever.
A FAZENDA DOS COQUEIROS, em BANANAL, maravilhosamente bem conservada e "encharcada" do carinho acolhedor de seus proprietários BETH BRUM, seu esposo (in memoriam) e sua filha TATIANA. Para nós importante como fonte de pesquisa, porque, durante um tempo, no tempo de nossos bisavós e desde antes ainda, foi propriedade do BARÃO CÂNDIDO RIBEIRO BARBOSA, também proprietário da FAZENDA RIALTO, o foco de nosso interesse. Em RIALTO e por RIALTO grandes tragédias e dramas acometeram os imigrantes vindos no NÍGER. Sobre isso PASCALE LAGAUTERIE nos prepara um livro baseado em profunda pesquisa, pelo qual espero ansiosa. Hoje, por lá, só encontrei traços da família CHEMINAND, embora essa, originariamente, tenha vindo para a FAZENDA MONTE CRISTO, em MARIPÁ DE MINAS. Aliás, a FAZENDA MONTE CRISTO é a "cereja do nosso bolo". Nossa história familiar se desenvolveu em muito à partir dela e das histórias que a envolvem.
Por causa dessas duas fazendas em especial, BELLA ALIANÇA e RIALTO, o VALE DO PARAÍBA e, mais especificamente BANANAL, acabaram se tornando destino certo de muitas e muitas de minhas viagens de pesquisa.
Mas pensam vocês que só andei por fazendas, museus, cemitérios e cartórios? Não! Não apenas. A pesquisa histórica exige que se converse com os "mais antigos" de cada lugar pesquisado. Seja onde for: nas praças, nos comércios, nas ruas, nas casas...
E assim fui parar na PHARMÁCIA POPULAR, antiga PHARMÁCIA IMPERIAL. Que lugar! Que lugar! Naqueles anos em que frequentei assiduamente a cidade, entre 2006 e 2010, sempre me encantava cada recanto de BANANAL. Claro que olhava a pequena cidade com "lentes de aumento", digamos, em função de sua importância na história dos imigrantes perigordinos. E a PHARMÁCIA IMPERIAL, assunto da postagem de hoje, não precisava dessas lentes: ela saltava aos olhos, desde o momento que ultrapassássemos sua soleira. O senhor PLÍNIO GRAÇA, seu último proprietário (falecido em 2011), já idoso, nos recebia com prazer e atenção, se percebesse em nós "aquele sinal" de quem reconhece o valor da preservação. E ali, em sua farmácia... ops... não! "pharmácia" (Ph merecidíssimo!) estávamos em um "museu vivo". Junto a pequena quantidade de medicamentos comercializáveis, o que podíamos ver ali era, provavelmente, o mesmo que viram nossos antepassados franceses em sua breve passagem pela região. Quase 100% intacto!
Você poderá encontrar, numa rápida pesquisa pela internet, muito material sobre cada um desses lugares. Vale a pena fazê-lo. Colocarei alguns links no final dessa publicação para dar partida à sua curiosidade.
Mas aqui, no nosso blog, venho trazer MINHAS fotos. Aquelas daquele tempo e que nunca antes havia publicado. Em memória de tudo que me foi preciosíssimo. De pessoas que me foram preciosíssimas e principalmente, nesse caso, de um lugarzinho mágico do qual tive o prazer de respirar o ar: a PHARMÁCIA IMPERIAL! As outras fotos, mais ou menos antigas, foram garimpadas pela internet, duas delas numa publicação que você pode ver entre os links que recomendo abaixo, nessa publicação, para todos aqueles que desejam saber mais sobre os lugares citados acima. Vale a pena! Depois só fica faltando visitá-los. Ao vivo e em cores. Ao menos a FAZENDA DOS COQUEIROS tem um trabalho todo especial voltado para o atendimento dos interessados, sejam historiadores, turistas ou amantes da natureza.
Para vocês:
http://www.saopauloantiga.com.br/pharmacia-popular/
http://www.institutocidadeviva.org.br/inventarios/sistema/wp-content/uploads/2009/11/13_bela-alianaa.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-47142005000200010
PHARMÁCIA IMPERIAL
Bom dia, queridos leitores! Faz um tempinho, não?
Em compensação, vim trazer uma lembrança que me é muito cara, do tempo em que, em função de minhas pesquisas, fiz várias viagens à BANANAL e redondezas: ARAPEÍ, SÃO JOSÉ DO BARREIRO... Sempre seguindo a "rota dos imigrantes" do VILLE DE BUENOS AYRES e do NÍGER, que inclui PIRAÍ, BARRA DO PIRAÍ e todos os municípios limítrofes destes, que em outros tempos formavam um todo um tantão maior.
Nessas encantadoras e mágicas viagens, tive contato com maravilhas que, com justiça, fazem dessas cidades um destino turístico merecedor de toda nossa atenção. Principalmente se somos amantes de História. Aquelas visitas:
- à FAZENDA BELA ALIANÇA, entre VARGEM ALEGRE (para onde foram nossa SUZANNA, com apenas 3 aninhos e seus pais, após desembarcarem no RIO DE JANEIRO, vindos da DORDOGNE (ou Périgord) e PIRAÍ. Sua inesquecível proprietária MARIA LUIZA LEÃO e seu dedicado e solícito caseiro ÍRIO. A magia que vinha de cada centímetro daquelas construções e daquelas terras... São memórias que ficam guardadas no fundinho do coração e que poucas palavras podem descrever.
A FAZENDA DOS COQUEIROS, em BANANAL, maravilhosamente bem conservada e "encharcada" do carinho acolhedor de seus proprietários BETH BRUM, seu esposo (in memoriam) e sua filha TATIANA. Para nós importante como fonte de pesquisa, porque, durante um tempo, no tempo de nossos bisavós e desde antes ainda, foi propriedade do BARÃO CÂNDIDO RIBEIRO BARBOSA, também proprietário da FAZENDA RIALTO, o foco de nosso interesse. Em RIALTO e por RIALTO grandes tragédias e dramas acometeram os imigrantes vindos no NÍGER. Sobre isso PASCALE LAGAUTERIE nos prepara um livro baseado em profunda pesquisa, pelo qual espero ansiosa. Hoje, por lá, só encontrei traços da família CHEMINAND, embora essa, originariamente, tenha vindo para a FAZENDA MONTE CRISTO, em MARIPÁ DE MINAS. Aliás, a FAZENDA MONTE CRISTO é a "cereja do nosso bolo". Nossa história familiar se desenvolveu em muito à partir dela e das histórias que a envolvem.
Por causa dessas duas fazendas em especial, BELLA ALIANÇA e RIALTO, o VALE DO PARAÍBA e, mais especificamente BANANAL, acabaram se tornando destino certo de muitas e muitas de minhas viagens de pesquisa.
Mas pensam vocês que só andei por fazendas, museus, cemitérios e cartórios? Não! Não apenas. A pesquisa histórica exige que se converse com os "mais antigos" de cada lugar pesquisado. Seja onde for: nas praças, nos comércios, nas ruas, nas casas...
E assim fui parar na PHARMÁCIA POPULAR, antiga PHARMÁCIA IMPERIAL. Que lugar! Que lugar! Naqueles anos em que frequentei assiduamente a cidade, entre 2006 e 2010, sempre me encantava cada recanto de BANANAL. Claro que olhava a pequena cidade com "lentes de aumento", digamos, em função de sua importância na história dos imigrantes perigordinos. E a PHARMÁCIA IMPERIAL, assunto da postagem de hoje, não precisava dessas lentes: ela saltava aos olhos, desde o momento que ultrapassássemos sua soleira. O senhor PLÍNIO GRAÇA, seu último proprietário (falecido em 2011), já idoso, nos recebia com prazer e atenção, se percebesse em nós "aquele sinal" de quem reconhece o valor da preservação. E ali, em sua farmácia... ops... não! "pharmácia" (Ph merecidíssimo!) estávamos em um "museu vivo". Junto a pequena quantidade de medicamentos comercializáveis, o que podíamos ver ali era, provavelmente, o mesmo que viram nossos antepassados franceses em sua breve passagem pela região. Quase 100% intacto!
Você poderá encontrar, numa rápida pesquisa pela internet, muito material sobre cada um desses lugares. Vale a pena fazê-lo. Colocarei alguns links no final dessa publicação para dar partida à sua curiosidade.
Mas aqui, no nosso blog, venho trazer MINHAS fotos. Aquelas daquele tempo e que nunca antes havia publicado. Em memória de tudo que me foi preciosíssimo. De pessoas que me foram preciosíssimas e principalmente, nesse caso, de um lugarzinho mágico do qual tive o prazer de respirar o ar: a PHARMÁCIA IMPERIAL! As outras fotos, mais ou menos antigas, foram garimpadas pela internet, duas delas numa publicação que você pode ver entre os links que recomendo abaixo, nessa publicação, para todos aqueles que desejam saber mais sobre os lugares citados acima. Vale a pena! Depois só fica faltando visitá-los. Ao vivo e em cores. Ao menos a FAZENDA DOS COQUEIROS tem um trabalho todo especial voltado para o atendimento dos interessados, sejam historiadores, turistas ou amantes da natureza.
Para vocês:
http://www.saopauloantiga.com.br/pharmacia-popular/
http://www.institutocidadeviva.org.br/inventarios/sistema/wp-content/uploads/2009/11/13_bela-alianaa.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-47142005000200010
sábado, 18 de maio de 2019
PEDIDO DE IMIGRANTES FEITO POR FIRMIN FRANÇOIS ALIBERT
Bom dia, pessoal! Desculpo-me de antemão pelo tempo que passei distante dessa "paixão genealógica", acompanhando a enfermidade de meu pai, JOSÉ CARLOS MAYRINK, que veio a falecer no dia 13 de Março último. Que ele tenha encontrado a paz e toda luz.
Voltando, então às nossas atividades, venho compartilhar com vocês o precioso documento que me foi enviado pelo responsável pela página do FACEBOOK intitulada "GUARARÁ PATRIMÔNIO HISTÓRICO". É um trabalho maravilhoso e louvável de salvar da total aniquilação documentos, publicações diversas e imagens relacionadas à esta pequena cidade de nossa ZONA DA MATA mineira, que teve muito grande importância para nossa região no Ciclo do Café.
As divisões administrativas mudaram muito no transcorrer dos anos, tanto anteriores quanto posteriores ao documento em questão. Como nessa época GUARARÁ era a sede da municipalidade, encontramos ali vários documentos relacionados aos franceses. E creio que ainda há muito a ser encontrado.
Infelizmente, por questões relativas à antiguidade e ao estado de conservação desses documentos, há grande dificuldade de digitalização e/ou fotografia que torne mais fácil a visualização dos mesmos. Devido à isso, o canto interno de cada página acaba perdido, porque ilegível.
Fiz o meu melhor no que se refere à transcrição e creio que, embora com falhas, esse documento mantém sua importância primordial para quem se interessa pela história da região. Nesse documento, podemos ver um arrazoado sobre um pedido de imigrantes feito por FIRMIN FRANÇOIS ALIBERT. Vamos à ele?
Leopoldina, 2 de Setembro de 1894.
“Ilustríssimo” Senhor “Padre” Manoel
José Corrêa M.D. Vice Presidente da Câmara de Guarará.
Informei hoje o pedido de sete imigrantes que fez o senhor François
Alibert e veio informado por Vossa Senhoria.
Demorei essa informação porque há cerca de um mês e meio (...) viajando
em serviço de imigração e também estava doente. Cientifico-vos que os
interessados em que vinham da Europa (...) (...) devam avisar do lugar onde
eles (...) ao senhor Giacomo “Cresta”, morador em Gênova, Piaza Fossestello
número 6 o qual é o agente na Europa do contratante de imigração para Minas que
é
o Sr. Giacomo M. de Viccuri et Filho
, morador no Rio na rua 1º de Março, nº 32. Mas é melhor avisar o agente na
Europa para dar providências para a vinda da família (...) (Rivoal¿).
Os (...) de que Vossa Senhoria se
serviu são apenas (...) para os fazendeiros e não (...) que (...) imigrantes.
Quanto aos que pedem a vinda de seus parentes podem fazer o simples pedido em
manuscrito com duplicata declarando que dão pronta colocação em tal parte, tal
distrito e tal município. Sobre essa duplicata (...)Presidente da Câmara para
que se saiba se se trata de pessoa idônea e se a colocação é garantida, assim
como os mais dizeres do pedido, que pode ser dirigido ao (...) Presidente da
Câmara para (...).
Aproveito a ocasião para vos declarar
que estamos começando a recolocar imigrantes e embora eu lute ainda com grandes
dificuldades que este serviço aliás complexo exige, muito desejo desenvolvê-lo
no (...) (...) município onde penso que devia criar uma modesta hospedaria
municipal, que auxiliada pelo Estado receba braços para cedê-los aos
lavradores. Quando eu tiver criado 6 ou 7 dessas hospedarias pedirei ao Governo
que me ceda de vez um navio de imigrantes, que irei localizando (...)
Hospedaria. Atualmente (...) consegui
10m² as hospedarias de Viçosa, Cataguases, São João Nepomuceno as quais não
comportam mil a dois mil imigrantes será difícil que eu possa dispor de um
navio de imigrantes e tem acontecido que vindo os imigrantes todos de um navio
para a hospedaria Central, ali me tem sido impossível consegui-las e a ida dos
fazendeiros à hospedaria Central acarreta aos (...) grandes sacrifícios e eles não tem certeza de obter
colonos, porque não fazem fogo uns aos outros, sujeitam-se a especulações de
italianos já traquejados que especulam com os outros (...) (...).
O Governo vai conceder (...) (...)
imigrantes que há de vir diretamente do Rio para São João e aí deixam os que
forem preciso e transportam os demais para Cataguases e Viçosa. Mas essa
transferência é penosa porque é dificílima a separação de bagagens no Rio, e o
verdadeiro
será que (...) (...) entregues todos
os imigrantes de um navio sendo a bagagem conferida aqui.
(...) Vossa Senhoria o serviço de
imigração é muito complicado e além dos desarrazoados portuários dos imigrantes
“tem que” lutar com mil especuladores que os rodeiam, os pervertem ou (...)
para que desta sorte obriguem os fazendeiros a pagar “corrupções” a tais
especuladores. Por outro lado os fazendeiros, como sabeis, nunca tem iniciativa
própria e se não se puser os colonos perto deles eles não os procurarão, sendo
poucos os que vão com sacrifícios procurar braços nas hospedarias
(...) Desta sorte, as Câmaras
Municipais, que não preocupam de aumentar suas vendas, não devem apesar do
tempo e da evolução social lenta e incerta.As cidades só podem viver de
indústrias que só os imigrantes podem desenvolver rapidamente; e os povoados que
não se preocuparem de as criar, aumentando o (...) (...) serão suplantados
pelos povoados próximos. Guarará (...) é uma prova e se não caminhar
vigorosamente para a frente será suplantado por Bicas onde a indústria já
existe e provoca maior aglomeração de homens e forças vivas.
Longo seria enumerar as vantagens que
as indústrias municipais trarão para os povoados onde elas se criarem. Núcleos
de imigração, como São João Nepomuceno, Juiz de Fora e muitas colônias
prósperas do Espírito Santo, para não falar nas do Rio Grande do Sul, São Paulo
(...) trazem sempre acréscimo de intensidade na vida local, havendo logo um
acréscimo rápido de renda que é a mola do progresso pois que sem dinheiro não
há melhoramentos possíveis. A Câmara Municipal que despenda 6 a 8 contos com a
imigração (e mais não é preciso) pode contar logo com um
acréscimo de sua renda superior a 15 a 20 contos e o estado concorre com três
dias de
alimentação para os colonos que estiverem
em hospedarias municipais, pois é bem natural que a Comarca ... fazer economia
com um serviço altamente ... por que a Comarca me ... de cada vez 100, 200 ou 400 colonos conforme os pedidos
que obtiveram de seus lavradores ... nunca terá hospedaria cheia.
Muito estimo que Vossa Senhoria fique de acordo comigo a este respeito,
certo de que ... ... o serviço também
... a propriedade ... lugar.
E se vos for preciso uma
conferência a esse respeito estarei ... ... ... e irei visitar Guarará logo que
o serviço me dê uma folga. Apresento-vos os meus respeitos e me subscrevo com
muita consideração.
... ... ...
Nominato José de Souza Lima ...
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