quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

    Bom dia! Continuando com as sempre excelentes contribuições de JOSÉ MARIA MACHADO RODRIGUES ao Jornal O MUNICÍPIO, trago mais esse trecho importante para nós (e continuação do anterior), publicado em 01/08/2017. E particularmente envaidecedor para mim. 



     "Com a palavra os que escrevem sobre Bicas 01/06/2017 O Município. Ensinam os compêndios de história que a ocupação da Zona da Mata se deu a partir da segunda década dos anos de 1800. Entre os anos de 1810 e 1820 teriam ocorrido, então, as primeiras concessões de sesmarias nestes sertões do leste mineiro, a chamada Zona Proibida. Assim, pode-se afirmar que nos dias atuais a Zona da Mata já ultrapassou a marca de dois séculos pós ocupação oficial de seu território. Tempo suficiente para que a preservação do patrimônio histórico e o resgate do seu passado assumam posição relevante. Parece fora de dúvida que o motor de partida que fez girar a máquina do desenvolvimento da Mata Mineira foi mesmo o que atende pelo nome de café. Um produto que manteve o primeiro posto da pauta de exportações do país durante muitos anos e, com as oportunidades por ele geradas, atraiu para as matas um bom número de capitalistas, levas de escravos, trabalhadores em geral e, mais tarde, os imigrantes europeus. E no rastro, atraiu também a estrada de ferro, terceiro dos elementos da tríade – café, escravo e ferrovia – apontada pelo Dr. Wander José Neder, um estudioso da história da região, como mãe da maioria das cidades da Zona da Mata. Como se vê, por si só um campo enorme para pesquisas. E dentro deste universo, uma cidade – BICAS – cuja origem e crescimento parece ajustar-se perfeitamente ao figurino da tríade acima citada. Estudar esta história, então, é uma necessidade. Contar com mais pessoas que realizem pesquisas e publiquem seus trabalhos é a esperança. Aumentar o número de peças que enriqueçam e complemente o desenrolar de toda a história do lugar, desde os tempos da mata virgem, seria a realização do sonho de colocar Bicas no lugar de destaque que a cidade merece. Hoje, apartando-se as que se referem às terras biquenses de forma genérica e no contexto da Zona da Mata ou mesmo do estado, sobra um número pequeno de obras – que muito bem se prestam ao fim que se propõem – que retraram aspectos do acontecido no entorno do rancho das bicas. São elas: – “Os Sertões de Leste”, um livro que segundo registro na apresentação da segunda edição foi lançado em 1988, de autoria de Celso Falabella de Figueiredo Castro. Uma excelente fonte de consulta para os que se interessam pelo assunto. Falabella, nascido em Mar de Espanha, realizou um bom trabalhado de pesquisa, focado na região. – O livro “Sertões do Rio Cágado” de 2002, os escritos sobre a imigração italiana e vários artigos publicados no Jornal O Município e a na Revista Communità, que fazem da obra deixada pelo professor Júlio Cezar Vanni um acervo de consulta obrigatória. – A talvez mais citada de todas as obras sobre Bicas. A que parece também ser a mais antiga dentre as dedicadas às terras das Taboas que é o “Recantos da Mata Mineira”, livro publicado em 1991 por Fued Farhat, que trata especificamente de Guarará, Bicas e Maripá de Minas. Uma obra bastante conhecida pelos que se interessam pela história destas cidades. – “Maripá de Minas e Região” de 2003 e “Cacos de História e Memória de Bicas”, de 2010, contribuições deste autor que tentam resgatar um pouco do passado destas terras. – “Um Olhar para o Passado” livro publicado em 2013 pelo Dr. Carlos Augusto Machado Veiga, que merece destaque especial. Grande conhecedor e um pesquisador atento, Dr. Carlos Augusto reúne memórias, fotos e fatos para contar parte significativa da história de Bicas. – “Eles por Ele”, de Rosália Mayrink Correa e Padre Cássio Barbosa de Castro, publicado em 2004, que é uma contribuição importante para o resgate da história por trazer para o presente a parte religiosa da predominantemente cristã população biquense. – “Dousseau: Enter – Franceses no Império do Café”, de 2011, de Marly Mayrink, que oferece ao leitor um panorama dos tempos do café e dos imigrantes franceses que viveram na região de Bicas, Guarará e Maripá. – E, para finalizar, ainda na linha do valer-se da genealogia para contar a história do lugar, é importante citar os trabalhos “Família Barino”, publicado em 2010, e “Nicola Tempone”, de 2016, de Walter Ferreira da Cunha. Evidente que todas essas obras, e outras porventura ainda desconhecidas, são importantes e merecem aplausos. Mas ainda são insuficientes para contar toda a história das famílias e das fazendas da região das Taboas que, nos duzentos anos que se passaram, transformaram o que era mata virgem em infindáveis cafezais e, estes, em prósperas propriedades agroprecuarias e na Bicas dos dias atuais. E estão à espera de novas companhias. Com a palavra, então, os que gostam do assunto e podem registrar o que sabem sobre as suas famílias e as coisas da terra."

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