sexta-feira, 24 de maio de 2013

SÃO JOÃO MARCOS

       A tempos desejo fazer essa publicação. Entretanto me perguntava porque, visto que a ligação direta de SÃO JOÃO MARCOS com os imigrantes franceses é mínima. E, de forma indireta, também não e tão grande assim. 
       Mas... o que é que a gente faz quando é tomada de encantamento total por um retalho de história? Foi o que aconteceu comigo, desde o primeiro contacto com a história tão encantadora quanto assombrosa desse "lugarzinho no meio do nada".
       A ligação direta dos franceses com essa ex-vila veio ao  meu conhecimento através de um registro de casamento encontrado na IGREJA DE SANTANNA, em BARRA DO PIRAÍ, onde noiva  e mãe  da noiva pertenciam a família ALIBERT. Eram sobrinha e irmã de FIRMIN FRANÇOIS. Um achado inesperado, visto que o registro, ainda do final do século XIX, assenta um matrimônio que, na verdade, foi realizado na capela de uma fazenda em SÃO JOÃO MARCOS. 
      Daí comecei a aprofundar a ideia da relação direta e íntima entre ALIBERT e a família BREVES. Necessário registrar aqui que JOAQUIM JOSÉ GONÇALVES DE MORAES (BREVES), dono da FAZENDA MONTE CRISTO (em MARIPÁ DE MINAS) e contratador declarado de nossos bisavós, era proprietário de diversas fazendas em SÃO JOÃO MARCOS. Assim como seu poderoso tio e cunhado, conhecido como "O REI DO CAFÉ". Inúmeros processos relacionados à posse dessas terras nunca foram concluídos, como provam documentos encontrados no ARQUIVO NACIONAL.

                                                                                      
FONTE: http://www.job.com.br/sjm/     

     
          Um dia vindo, de BANANAL em direção à RIO CLARO e MANGARATIBA pela SERRA DO PILOTO, pensei realizar o sonho de conhecê-la. Ela. A mítica SÃO JOÃO MARCOS. Mas, infelizmente, como na época ela ainda não havia se tornado o PARQUE que é hoje, e como tal sem sinalização que facilitassem o acesso... passou sem ser vista. Embora pressentida, posso garantir. A região é maravilhosamente linda. Lembro-me especialmente de um pequeno trecho no cume da serra, com uma linda cachoeira lá no fundo do vale sendo sobrevoada por inúmeros e grandiosos pássaros que, da altura em que eu me encontrava, mais parecia um sonho que uma visão real. Digamos que experimentei ali aquela sensação arquetípica de "paraíso perdido".
          Gostaria demais de voltar. Mas preciso de condução e cicerone. Procurarei me informar à respeito. Parece que já existe algum tipo de serviço organizado para isso.
                                                                               
FONTE: FABIO RODRIGUES  

    
    
     Na foto acima, vocês podem ver um exemplar das preciosidades que podemos encontrar ao longo do caminho da "ESTRADA IMPERIAL". Aquela que leva de SÃO JOÃO MARCOS ao mar e seus portos, muitas vezes clandestinos. Onde, entre mercadorias que sobem e descem, podemos incluir os escravos contrabandeados pelo BARÃO DO CAFÉ. Vale a pena lembrar, para exercitar nossa imaginação, que literalmente TODAS essas terras, acima e abaixo, interior e litoral,  pertenciam todas a uma mesma e única familia: os BREVES.
    
     Enfim...
     A quantidade de material, tanto escrito quanto fotográfico na web sobre SÃO JOÃO MARCOS é imensa. Deixo um link muito bom, apenas como sugestão de leitura: 

http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2012/289/uma-cidade-ressurge-do-po

      Deixo também essa sugestão de vídeo, embora tenhamos outros publicados na sessão própria desse blog:

http://www.youtube.com/watch?v=jd-mLDZXSH8




     E, como a porção mais saborosa é sempre bom deixar pro final... Para o deleite de todos vocês, fotos recentes e inspiradas daquela que acabou por se tornar símbolo da queda de um império econômico de proporções gigantescas, onde o rei, ao contrário do que pobres mortais proclamaram, não era esse ou aquele Barão. Mas sim, o café. Como num macabro castelo de cartas, o que vimos aqui podemos ver por todo o VALE DO PARAÍBA. Pela ZONA DA MATA MINEIRA. E por outros pontos esparsos. Ruínas. Belas, sim. Mas ruínas. Vamos ao nosso álbum, então:








FONTE DAS FOTOS: FABIO RODRIGUES

2 comentários:

  1. Estou encantada com esta cidade "perdida"!! Quero ver de perto estas maravilhas históricas!

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  2. Também quero, Eliete! Um dia refaço esse caminho e toco essas ruínas! Abraço!

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