sábado, 27 de fevereiro de 2016

CINE THEATRO SÃO JOSÉ


                                              




Bom dia a todos!

     Como em breve nosso jornal "O Município" estará fazendo aniversário (e muito especial dessa vez!!! ) temos sido brindados com artigos muito interessantes para qualquer um que um dia tenha tido a oportunidade de viver em Bicas ou até mesmo de visitá-la. Principalmente para aqueles que, tendo migrado para outras cidades, estados ou países, guardam dela apenas saudosas lembranças.
     Sendo assim, resolvi dividir com vocês essa matéria publicada no último número do jornal, aquele de número 2.588, publicado em Janeiro de 2016.  
     Cresci ouvindo as histórias que minha mãe tinha para contar que tinham como pano de fundo esse cenário tão bem descrito abaixo. E ainda teria o que acrescentar! Como não compartilhar com vocês?
      Biquense ausente, sinta-se de novo em casa! Desfrute de suas memórias aqui, juntinho comigo. E boa viagem no tempo!

                          
ARQUIVOS PESSOAIS ANTIGOS, SEM DISCRIMINAÇÃO DE FONTE. ESSA FOTO É A MAIS ANTIGA QUE TENHO DO CINEMA BIQUENSE.




                   CINE THEATRO SÃO JOSÉ

    Para falar do nosso saudoso "CINE THEATRO SÃO JOSÉ", basta apenas dar uma volta ao tempo e deixar-se ir pela imaginação para poder resgatar essa nostalgia, bem lá no fundo do túnel, pra que possamos viver um pouquinho dessa fantástica fábrica de "faz de conta" que é, e que sempre foi o nosso querido e inesquecível cinema de Bicas. Quantas lembranças nos trazem os lindos momentos que o cinema de Bicas nos proporcionou. A televisão na época, dos anos 60, era privilégio apenas dos em sucedidos financeiramente. Essa regalia ainda demorou um bom tempo chegar às casas dos menos favorecidos. E assim, eu como tantos outros da minha idade, fomos sem dúvida os protagonistas dessa magia que era curtir um cineminha, desde as inesquecíveis matinés aos domingos, às 10hs, como também as sessões das 18hs e 20hs, quase sempre lotadas. Simplesmente porque não havia outra diversão. O entusiasmo e as novas descobertas sempre falavam mais alto. Quando chegava um enorme cartaz anunciando um filme novo, despertava nossa atenção e ao passarmos em frente ao cinema, acompanhávamos o Chicão a fixar os cartazes, pregando com taxinhas nos quadros fixados nas paredes as fotos, onde se via estampadas algumas cenas dos filmes. Só isso já era gratificante, estar ali debruçado em uma das cancelas, vendo e acompanhando passo a passo o trabalho do Chicão, que também pintava faixas e cavaletes com propaganda dos filmes e os levava para serem afixados em frente às oficinas da Leopoldina, no jardim da Igreja São José e em outros locais de movimento de pessoas. O Chicão também trabalhava nas oficinas da Estrada de Ferro Leopoldina e nas horas de folga consertava os nossos fuscas. Uma das coisas que nos chamava a atenção era quando se lia no cartaz do filme: CINEMASCOPE TOU TECNICOLOR". Porque já era de nosso conhecimento e já sabíamos que os filmes seriam coloridos e seriam também tela inteira, conhecida tela panorâmica. A mesma atingia uns 6 metros, ou talvez até mais do que isso. Era realmente fantástico ver as longas e pesadas cortinas se abrirem dando lugar à imagem projetada na tela branca, . A projeção era um trabalho do funcionário Gote (Iguatemi Índio do Brasil), que durante o dia trabalhava na Fábrica de Calçados Almirante. Antes do início, enquanto se esperava abrir as cortinas, ouvíamos sempre músicas suaves, quase sempre uns boleros cantados por Gregório Barrios, Pedro Vargas e outros. Como era gostos chegar atrasado, ao som do jornal esportivo do Canal 100, onde tínhamos a oportunidade de ver um trecho da partida de futebol entre Botafogo e Flamengo, realizada na semana anterior, e ter que procurar no escurinho do cinema um lugarzinho vago entre uma cadeira e outra, permanecendo sempre abaixado para não atrapalhar os que ali já estavam com os olhos grudados na tela. Pois nem sempre o lanterninha se fazia presente para nos acompanhar até o suposto assento vago. Os eternos apaixonadas namoravam sem se preocuparem com o que estava sendo exibido. Bastava um estalo de bolas de chiclete para que se formasse um coro de pedidos de silêncio. Quanta lembranças nos trazem os casais de namorados, onde reinava o cavalheirismo, comprando os ingressos com o Dalton Retto, com o Décio ou com o Duílio. Na portaria, recebendo os ingressos, estava o senhor Chico Retto ou o senhor Gentil de Almeida, sócios do Cinema, muito gentis e cavalheiros, sempre acompanhados por um fiscal de menor que, quando tinha algum caso complicado, recorria ao Delegado, Bacharel José Maria Veiga, que em poucos minutos resolvia o problema e mandava colocar uma pedra por cima. Bons tempos dos filmes de faroeste com John Wayne, Kirk Douglas, Marlon Brando, Robert Mitchun, Gregory Peck, Roy Rogers, Jesse James, Tom Mix e o baixinho e rápido no gatilho, o ator Audie Murphy. Esses eram uns de nossos preferidos, onde os índios sempre levavam a pior nos ataques a diligência. Os filmes de romance ficavam por conta de Rock Hudson, Marlon Brando, Debora Kerr, Tyrone Power, Ingrid Bergman, Ava Gardner, Elizabeth Taylor, Gina Lolobrigida, a linda loirinha Brigitte Bardot, Claudia Cardinalli, Rachel Welch, a sedutora Marylin Monroe e outras atrizes como Sophia Loren e Rossana Podestá, atuando quase sempre em filmes épicos. Elizabeth Taylor também tinha seus papéis em muitos filmes ao lado de Richard Burton, seu marido na vida real, e outras mais que passaram pelo nosso cinema, que seria impossível lembrar-se com exatidão de todas. Geralmente os filmes eram com legendas, dando-nos oportunidade de aprendermos um pouquinho do nosso português, as quais vinham escritas no rodapé das cenas, forçando-nos a uma leitura rápida, para poder então entender o desenrolar da trama. Mas tudo era original! Até mesmo o nosso entusiasmo ao ver, desde Gordon Scott e Steve Reeves, exibindo seus músculos avantajados, como Jerry Lewis todo atrapalhado contracenando sempre ao lado de Dean Martin, levando ao público boas gargalhadas, e a macaca Chita em suas aparições na maioria dos filmes de Tarzan; também eram exibidos os filmes de Mazzaropi, Oscarito, Grande Otelo e do Gordo e o Magro. Não era como nos dias de hoje, que temos opção no DVD, legendados ou em português. De um lado do cinema fixava o famoso bar da dona Tereza Lagrota e do outro lado a tão cobiçada bombonière da Donana, esposa do Capitão Azziz Gabriel, onde se comprava os famosos drops e os chicletes Ping-Pong, tutti-fruti e hortelã, além das famosas balas Pipper; em frente ficava a carrocinha do pipoqueiro. Uma hora antes do início das sessões formava-se uma enorme fila para compra de ingressos, que se estendia mais ou menos até o casarão do Coronel Joaquim José de Souza, onde hoje localiza-se a agência do Banco do Brasil. Também se formava uma fila paralela para a entrada no cinema. 



ESSA É A FOTO QUE ILUSTRA O ARTIGO AQUI REPRODUZIDO. TAMBÉM NÃO PRECISA A DATA, MAS JÁ PODEMOS NOTAR A DECADÊNCIA DO EDIFÍCIO, ANTES DO OCASO FINAL. INFELIZMENTE.




Todos que viveram nessa época foram testemunhas também  do movimento de pessoas que ficavam transitando em frente ao cinema, num vai e vem entre o jardim da Igreja e a travessia da linha do trem, no início da Rua dos Operários. O famosos "footing" onde, quase sempre, começavam os namoros. Essas eram as emoções de um tempo que ficaram para sempre perdidas no seu próprio tempo, talvez na esperança de que, um dia, alguém possa reerguer um pouquinho desse nosso passado para a nossa querida cidade de Bicas. E por que não, sonho de alguns, poderem presenciar, mais uma vez, as antigas portas do nosso CINE THEATRO SÃO JOSÉ se abrir novamente, nem que seja em outro local, pois o antigo imóvel onde funcionava o cinema foi demolido. Porque, reverenciar o passado é uma forma de agradecer a Deus pelo presente e nos reconciliarmos com nós mesmo, o nosso futuro.

                                                Antônio S.C. Calvário
                                           (Tonico da dona Minervina)

      

domingo, 21 de fevereiro de 2016

21 DE FEVEREIRO - DIA MUNDIAL DO IMIGRANTE ITALIANO

Bom dia a todos!

     Certamente vocês haverão de perguntar o porquê dessa homenagem num blog de franceses... Mas, se você conhecesse minha BICAS natal e toda sua redondeza (MARIPÁ, GUARARÁ, ROCHEDO, TARUAÇÚ, CARLOS ALVES, PEQUERI, ARGIRITA, SENADOR CORTES, etc...etc...), saberia que há mais de um século fomos "invadidos" por sobrenomes italianos. Invadidos tanto no sentido da terra que os recebeu, quanto na total miscigenação com "os da terra" e com imigrantes de outras origens. Daí sua importância para todos nós.
     Hoje, se nos dispuséssemos a destrinchar esse emaranhado, verificaríamos que, ainda que nossos franceses, por serem poucos, tenham sido quase que totalmente absorvidos pela comunidade local, se considerarmos a história genética, ou genealogia de cada "oriundi", cruzaríamos com boa parte deles, como, por exemplo: GUGLIELMINI, GATTI, BERTELLI, MCHELI, GIRALDELLI, VENTURELLI...
      Além dos laços familiares, estabelecemos também, entre nós, todo tipo de trato comercial e dividimos as mesmas dores, as mesmas experiências e tivemos que dispor da mesma força para conseguirmos nos estabelecer nessa terra que hoje também é nossa.
      Por tudo isso venho hoje aqui homenageá-los, reproduzindo o excelente texto do grande entendedor dessa saga, tal qual o foi nosso saudoso JÚLIO VANNI: JOSÉ LUIZ MACHADO RODRIGUES. O texto abaixo foi publicado no exemplar de número 2.588 de nosso Jornal "O MUNICÍPIO", responsável em grande parte pela possibilidade de resgate de tantas histórias.
     
     Para vocês, transcrevo:


                                          
FONTE: A.C.NARDINI - FACEBOOK.



     AOS IMIGRANTES ITALIANOS E SEUS     
                 DESCENDENTES
Por conta do 21 de Fevereiro - Dia Nacional do Imigrante         
                                        Italiano

     Tenho 100 anos mas guardo e vejo o passado com a nitidez do presente. Minhas folhas são testemunhas de que eu vi trabalhando nas fazendas e sítios ou, andando pelas ruas empoeiradas da cidade, muitos estrangeiros. Principalmente uns de pele clara, olhos azuis e que se destacavam pelo seu costumeiro falar gestual. Pessoas que se apresentavam, na zona rural ou nos balcões das casas de comércio, como imigrantes italianos. Alguns deles chegados um pouco antes de meu lançamento, para substituir o braço escravo na lavoura. Outros, atraídos pelas possibilidades do florescente "comércio" que se desenvolvia no entorno da estação ferroviária.
     Minhas páginas antigas registram um pouco da história dessa gente. Mas lhes recordo agora por ser da índole desse Jornal preservar a história da cidade. E esta, em particular, é uma história bonita que merece ser repetida para permanecer viva na memória dos descendentes.
     A necessidade de buscar o braço imigrante surgiu a partir do fortalecimento da ideia de libertação dos escravos. Chegou um tempo que fazendeiros do Brasil sentiram que a libertação de todos os escravos viria pelo mesmo caminho que deu na liberdade dos maiores de 60 anos e decretou a Lei do Ventre Livre. Para eles, sinais evidentes de que a escravidão se exauria.
     Como a lavoura dependia de muita mão de obra, tornou-se prioritário encontrar uma alternativa para sua substituição. E a opção surgida, incentivada e até financiada pelo governo brasileiro, foi a imigração. Abrir as portas para os imigrantes.
     E a propaganda, feita de forma intensa na Itália, dizia da existência aqui no Brasil de terras férteis e baratas, o que fez crescer o fluxo de italianos para cá. "Fare l'america" (fazer a América) como se dizia aqui no Brasil, virou o sonho d emuitos italianos.
     A Itália, por sua vez, atravessava um período de grandes dificuldades e, segundo consta, as intempéries e a chegada do capitalismo no meio rural, responsável pela concentração de terras nas mãos de grandes proprietários, castigavam algumas regiões.
     Diante dessa realidade o incentivo italiano à emigração de parte de sua população se tornava interessante. E a conjugação destes fatos foi, segundo Thomas Sowell, citado por Rosalina Pinto Moreira, historiadora da cidade de Astolfo Dutra (MG), em seu livro "Imigrantes - Reverência", 1ª edição, página 24, a grande responsável pelos " doze milhões de italianos que emigraram, principalmente para as Américas, no maior êxodo de um povo na história moderna.". 
     Eu vi, com os olhos da jornal, estes imigrantes e seus filhos crescerem por aqui. O crescimento natural da idade e o que faz de um indivíduo um cidadão destacado. Eram os Agrelli, Arezzo, Barino(a), Bellei, Bertelli, Bolotari, Calzavara, Colaci, Conti, Cortat, Crecembeni, Croce, Cúgola, Cúrzio, Drominetta, Favero, Ferrari, Ferri, Gianini, Granado, Guarnieri, Lanini, Longo, Marôco, Minateli, Padula, Ranna, Retto, Rossi, Schettino(i), Sroppa, Tagliatti, Temponi, Tresse, Trezza, Varanda, Verlangieri e muitos outros que certamente o leitor lembrará. Cidadãos que ajudaram e ajudam Bicas a crescer.
     Vi muitos deles se tornarem bons industriais, comerciantes, empresários de uma maneira geral, artesãos, profissionais autônomos ou, trabalhadores diferenciados de seus pares pela disposição para o trabalho e pela conduta retilínea.
     E eu acompanhei um desses descendentes de imigrantes, o inesquevível doutor Vicente Bianco, nascido na vizinha Maripá de Minas e que viveu boa parte de sua vida em Bicas. Um legítimo "oriundi" que  bacharelou-se  em Ciências e Letras em 1908 e, em seguida concluiu o curso de medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Na então capital federal, foi professor e vice-diretor do Ginásio Pio Americano por algum tempo. Retornando a Bicas, assumiu as funções de professor, inspetor escolar, gerente de banco, funcionário da Estrada de Ferro Leopoldina e durante muitos anos, médico respeitado e querido por todos. Foi o primeiro agente executivo (prefeito) e presidente da câmara, prefeito e duas vezes vereador. E, além de ter sido um homem público respeitado e um grande líder político, foi um dos responsáveis pela emancipação do município de Bicas. "Gigante da Emancipação", registra Fued Farhat em seu livro "Recantos da Mata Mineira". Oriundi da gema. Filho do comerciante de "secos e molhados" Francisco Bianco, que nos faz lembrar os tempos da roça:
     - Menino, corre no valo e prende o cavalo. Arruma a charrete, antes das sete. Se ajeita no banco. Vai no Chico Bianco e compra fiado, um bico de arado, macarrão espaguete, sal, isqueiro e canivete. Na padaria do Varanda, de boa quitanda, veja se acha: cubu, cavaca e bolacha. 
                                              
                                            José Luiz (Luja) Machado Rodrigues - 02.01-16

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

SÃO JOÃO NEPOMUCENO

Bom dia!


          Desde muito anos tinha eu a curiosidade de saber de onde viria o nome desse santo que é também o nome de nossa vizinha SÃO JOÃO NEPOMUCENO. Como acredito que muitos compartilham de minha ignorância quanto ao tema, a providência resolveu o nosso caso.
       Tenho feito viagens constantes à BICAS nos últimos dois anos, devido a mudança de meus pais de volta para nossa cidade natal. Não dispondo de transporte próprio e fazendo essas viagens de ônibus, ocorre que tenho companhia variada a meu lado.
       Eis que, numa dessas ocasiões, fui brindada pela Providência com MARIA DO CARMO SOBREIRA. Não a conhecia nem de rosto nem de nome. Foi realmente providencial porque era um evento excepcional para ela a viagem de ônibus. Não sou muito dada a conversas das quais não posso escapar, o que é o caso do transporte público, mas, nesse caso, foi um encontro mais que frutífero: foi prazeiroso. Foi até mesmo emocionante e curioso. 
        MARIA DO CARMO vem a ser a autora de dois livros que nos dizem respeito. Esse que vocês vêem logo aqui abaixo esclareceu tudo que eu precisava ver esclarecido em relação ao santo que deu nome à nossa vizinha SÃO JOÃO. Nesse caso, o NEPOMUCENO.

                                                    



       O seguinte, que também é muito interessante para todos nós, estudiosos da história da região, vocês podem ver também logo aqui abaixo:




Ao escrever sobre o tema, o fez ampla e minuciosamente, visto que incluiu aí inclusive nossa querida capelinha DE BOM JESUS DOS MACHADOS. Transcrevo para você leitor, a íntegra do pequeno capítulo:

CAPELA BOM JESUS DOS MACHADOS
(1953)

Localiza-se no distrito de Carlos Alves, que pertence ao município de São João Nepomuceno, ficando a mais ou menos trinta e cinco quilômetros de distância.
Machados é conhecido popularmente por Curral pelo fato de serem organizados rodeios num grande curral lá existente e que atrai muita gente em época de festas. Devido à maior proximidade com a cidade de Bicas, situada a dez quilômetros, Machados é assistida pelos sacerdotes daquela localidade.
Os católicos da Fazenda dos Machados iam frequentemente a Congonhas visitar on santo padroeiro Bom Jesus de Congonhas. O lavrador ARLINDO FLORENTINO, um dos moradores do povoado que sempre acompanhava as romarias, por receber uma graça, resolveu doar um terreno para a construção de uma Capela a qual teria como padroeiro Bom Jesus e receberia o nome de Capela do Bom Jesus dos Machados, alusão ao Bom Jesus de Congonhas.
Entre o lançamento da pedra fundamental e a inauguração da capela, transcorreram-se oito anos. Durante todo esse tempo, Arlindo dedicou-se à construção, arrecadando doações e pedindo a ajuda de toda a comunidade.
Finalmente, no dia 14 de setembro de 1953, dia do padroeiro da igrejinha, ela foi inaugurada, e a primeira missa celebrada pelo Padre Henrique Neves Júnior.
O povoado teve um grande desenvolvimento após a construção da igreja, onde foram celebrados vinte e tres casamentos simultâneamente, numa certa ocasião.
Ao lado da capela foi construído um salão de festas espaçoso e modernamente equipado. Foi construída a Escola Pública, implantado o posto de saúde ARLINDO FLORENTINO DE SOUZA e criado o CENTRO COMUNITÁRIO MARIA DOUSSEAU DE SOUZA.
Com o passar do tempo, o povoado foi sofrendo uma evasão progressiva dos moradores, e a igrejinha encontra-se hoje práticamente solitária no meio da vegetação, embora ainda seja visitada na época das festas do seu padroeiro.
Toda a documentação referente à Capela Bom Jesus dos Machados encontra-se na Paróquia de Bicas, aos cuidados do pároco atual.

DEPOIMENTO: ALMIRA DE SOUZA / Profissão: professora aposentada.
Local e data de nascimento: Argirita (MG) - 24 de setembro de 1934.

OBS: Todos os grifos em vermelho foram feitos por mim, autora do blog.



Maria do Carmo: meus agradecimentos, em nome de toda nossa família, pelo seu trabalho que muito nos honra.

Aproveito a ocasião para divulgar para todos vocês, queridos leitores e, principalmente, aqueles dentre vocês que moram nas imediações de São João Nepomuceno, outro belíssimo trabalho de MARIA DO CARMO. Ela criou o "EMPÓRIO DE LIVROS SANTA BÁRBARA". Trata-se simplesmente (porque todas as iniciativas importantes são verdadeiramente simples...) de levar o acesso aos livros de fato ao alcance da população, em nossas cidades que não dispõem de livrarias e nem mesmo, na maioria das vezes, de uma mera banca de revistas e jornais. São livros usados, de todos os gêneros, vendidos a preços verdadeiramente simbólicos. É um Empório itinerante. Depende apenas de pequenos espaços e alguns voluntários para levá-lo aonde for aceito e desejado. SÃO JOÃO, BICAS, ROCHEDO, ROÇA GRANDE, TARUAÇÚ, CARLOS ALVES, MARIPÁ, GUARARÁ, ARGIRITA, etc... etc... etc... Alguém se habilita? Em caso positivo, deixe no espaço abaixo, reservado aos comentários, um meio de contato. Comprometo-me pessoalmente a repassar para ela. 


Ora... Sabemos nós todos que o livro é "remédio para a alma". E  sempre muito me espantou que, em nossas cidades cheias de farmácias, nos faltem livrarias... Concordam? Sim, temos nossa muito boa biblioteca pública. E temos também a brilhante iniciativa do Supermercado Santo Antônio. Isso no caso de BICAS. Mas alguém duvida de que livro... nunca é demais? Existe alguma acessibilidade de qualquer tipo nas pequenas cidades vizinhas? Não? Então agora podem ter...



Esclareço: é uma iniciativa ABSOLUTAMENTE sem fins lucrativos, oriunda somente da paixão pelos livros de MARIA DO CARMO, assim como de particularidades de sua história pessoal. A hora é essa! 



Até breve!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

NOTA DE FALECIMENTO

       Comunicamos a toda a família o falecimento ontem, no RIO DE JANEIRO, de FRANCISCO (DOUSSEAU) DA COSTA, irmão de nosso querido e saudoso ÉDSON (DOUSSEAU) DA COSTA, carinhosamente chamado de MANINHO. Ambos filhos de FRANCISCA GUILHERMINA (DOUSSEAU) DA COSTA (tia NINI) que, por sua vez, era uma das filhas de ANNET e SUZANNA.
        Minha amada vó MERITA  o chamava de COLITA ninguém sabe o porque. Não cheguei a conhecê-lo, mas foi a ele que o sr. MANDRAL recorreu, por telefone, na única vez em que estivemos juntos, à fim de tentar me ajudar com alguns esclarecimentos genealógicos.
        Seu sepultamento ocorrerá hoje, em BICAS.
        Fica aqui meu abraço a todos aqueles que conviviam com ele e que certamente sentirão sua falta.

                                                  
FONTE: ARQUIVO DE FAMÍLIA.

     

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

CAMINHO PARA A BELA ALIANÇA

       Bom dia a todos! Há muito tempo desejava fazer esse post nada "sério". Ou melhor, o post até que é. Quem não é, nem um pouquinho, é meu irmão RENATO. 
     Você, que leu meu livro e acompanha meu blog, sabe bem de minha paixão e encantamento pela fazenda BELA ALIANÇA. NICOTA e HARITOFF habitam meu imaginário, assim como os nossos franceses que por lá passaram, contemporâneos deles. Mas essa história vocês já conhecem. 
     Devo dizer que encontrar a BELA ALIANÇA não é tarefa fácil. Aliás, devo dizer que isso ocorre com a maioria das propriedades rurais. Como faz falta um endereço com bairro, rua e número! 
     Sendo assim, mesmo que logo nos meus primeiros passos na pesquisa tenha se imposto a necessidade de conhecer "minha BELA", não fazia a mínima ideia de onde exatamente ela se localizava e muito menos de como lá chegar. 
     Naqueles anos, meu irmão caçula, RENATO, ainda trabalhava para o Fedex, o que o obrigava a constantes pequenas viagens por nosso estado do RIO DE JANEIRO. 
     Um dia, por ter conhecimento da importância da BELA ALIANÇA para mim e tendo um tempo de sobra... resolveu procurar. Saiu de seu caminho habitual e pergunta daqui, pergunta dali, pergunta dacolá... achou! 
      Para que eu pudesse então também localizá-la, de forma mais fácil do que foi para ele, desenhou o mapa abaixo, que compartilho com vocês. Na verdade, o dito cujo é a razão desse post. Porque eu nunca vi um mapa mais criativo, bem humorado e detalhado em minha vida. Para isso é mister, é claro, observar bem de perto e com boa disposição...
      Usei-o uma primeira vez, e chegamos direitinho. Sem precisar pedir nenhum informação. Você acredita nisso? O Google Maps que não nos ouça, com toda sua tecnologia via satélite... 
      Algum tempo depois, tive oportunidade de, através dele, guiar as irmãs BONIMOND MOUTY (Lalá, Fafau e Gracinha) no rumo daquela maravilha. E quem nos salvou? O mapa! Mas preciso confessar que em meio a muitas e muitas crises de riso! 
      Então aqui está ele. E aproveito para dar uma dica para aqueles que se dispuserem a segui-lo: no final do arco-íris, o "pote de ouro" contém, além da magnífica BELA ALIANÇA, sua atual e gentilíssima proprietária, MARIA LUIZA LEÃO, e seus caseiros igualmente gentis, HÍLIO e ROSA. 
      Se chegarem até lá, não deixem de lhes transmitir meu eterno muito obrigada, assim como minha admiração pelo tanto que tentam conservar, material e históricamente, tamanha preciosidade afundada no nosso igualmente precioso VALE DO PARAÍBA.
      BOA VIAGEM!